Os pagamentos instantâneos e os maiores usuários no mundo
Há no mundo, atualmente, 54 países que realizam Pagamentos Instantâneos (PI), e o principal fator dessa escalada são os programas lançados na Ásia e a expansão no sistema europeu das chamadas Transferências a Crédito Instantâneas do SEPA (Área Única de Pagamentos em Euro, ou Single Euro Payments Area). A China, sem dúvida, é o pais que mais escalou os pagamentos instantâneos através das Mobile Payment Platforms, como Alipay e Tencent-backed WeChat Pay da Alibaba que geraram 81 trilhões de yuans em transações ($12,8 trilhões) no ano de 2018. Segundo o report anual da FIS (Fidelity National Information Services, Inc.), que criou o ranking de programas de pagamentos em tempo real — classificando os países que utilizam PI com base em características inovadoras, disponibilidade de fundos e aplicação no mercado — a Índia hoje é o líder global em usabilidade do PI. Ela é seguida por mais seis países, que se mostram grandes adeptos do PI, sendo eles: Austrália, Dinamarca, Polônia, Romênia, Singapura e Suécia. Os Estados Unidos e o Reino Unido estão entre 31 outros países ou regiões com seus esquemas de pagamentos instantâneos.PIX do BCB
Desde a publicação do Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro 2013, o BC vem incentivando o desenvolvimento de um arranjo de pagamentos, de amplo acesso, que possibilite a realização de pagamentos instantâneos. Em 2018, o BC decidiu liderar essa construção. Pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas na qual a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor (EC) ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano. As transferências ocorrem diretamente da conta do usuário pagador (comprador) para a conta do usuário recebedor (EC), sem a necessidade de intermediários, o que propicia custos de transação menores. O BC está liderando o processo de implantação do ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro, que está sendo construído de forma participativa, envolvendo a interlocução com diversos agentes do mercado. O principal objetivo do BC com essa ação é aumentar a eficiência e a competitividade do mercado de pagamentos de varejo no Brasil, por meio da criação de um novo meio de pagamento que ajudará no processo de eletronização do mercado brasileiro.O ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro será formado:
- pelo arranjo aberto instituído pelo BC (PIX);
- pelos prestadores de serviços de pagamento participantes do arranjo (instituições financeiras e instituições de pagamento);
- pela plataforma única que fará a liquidação das transações realizadas entre diferentes instituições participantes (SPI); e
- pelo diretório de identificadores de contas transacionais que armazenará as informações das chaves ou apelidos que servem para identificar as contas dos usuários recebedores (DICT).

Os benefícios do PIX
Os pagamentos instantâneos estão sendo desenhados com diversos objetivos, dentre eles o de aprimorar a experiência de pagamento dos usuários, tanto Compradores quanto ECs. Com a implantação do PIX, o país ganha mais uma alternativa para efetuar transações, além dos modelos tradicionais já existentes, como TED, DOC, boleto, cheque e cartões. Com o surgimento de novas tecnologias de pagamento desenvolvidas tanto por bancos como por prestadores de serviços de pagamento não bancários (PSP), os Compradores e os ECs dispõem agora de uma vasta gama de instrumentos de pagamento à sua escolha.Os pagamentos instantâneos podem ser utilizados para transferências:
- entre pessoas (transações P2P, person to person);
- entre pessoas e estabelecimentos comerciais (EC)s, incluindo comércio eletrônico (transações P2B, person to business);
- entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo (transações B2B, business to business);
- para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, person to government e business to government);
- pagamentos de salários e benefícios sociais (transações G2P, government to person) e de convênios e serviços (transações G2B, government to business).
- por meio da utilização de chaves ou apelidos para a identificação da conta transacional, como o número do telefone celular, o CPF, o CNPJ ou um endereço de e-mail;
- por meio de QR Code (estático – uso em múltiplas transações, ou dinâmico – uso exclusivo a cada transação ); ou
- por meio de tecnologias que permitam a troca de informações por aproximação, como a tecnologia near-field communication (NFC).
- eletronização dos meios de pagamento (consequentemente, melhor controle de LD/FT e redução do uso de cédulas, que são instrumentos socialmente mais custosos);
- maior competição entre prestadores de serviços de pagamento (tende a gerar serviços com maior qualidade e menor custo);
- facilita a entrada de novos atores;
- maior potencial de inclusão financeira (custos menores de iniciação e de aceitação e ambiente com mais agentes ofertantes);
- aumento de benefícios, preservada a segurança.
- Formas de Pagamento: PIX, Cartão de Crédito, Cartão de Débito, One Click Buy, Boleto;
- O Comprador escolhe a opção de pagamento instantâneo PIX;
- Após a confirmação dos dados do EC, o Comprador insere valor e senha ou autenticação biométrica/facial, e confirma a ação;
- As informações da transação são confirmadas;
- Voilà!
Então onde o PIX se torna atrativo aos ECs donos de sites de e-commerce?
De acordo com os dados da ABECs (estudo finalizado será apresentado no CMEP 2020), o mercado de cartões de crédito, débito e pré-pago, estima ter fechado o ano de 2019 com um volume financeiro transacionado no Brasil de mais de R$ 1,8 Trilhão, um pouco a mais do que os 17% de crescimento projetados para o ano. Desses pouco mais de R$ 1,8 Trilhão, o share do crédito e parcelado é de pouco mais de 60% em compras, contra uma participação de aproximadamente 37% no débito (o restante é pré-pago). Quando transportamos isso para o mundo online, temos o seguinte cenário (dados de 2018):- Compras não presenciais já representam 20,5% do total movimentado pelo cartão de crédito;
- Crescimento de mais de 18,5% de um ano para o outro;
- 80% dos usuários usam o cartão de crédito nas compras online;
- Via celular 63%, via desktop 35%, via notebook 33%, via tablet 3%.
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