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Como marcas de moda estão se reinventando através de skins em jogos

Por: Fellipe Guimarães

Especialista em negócios digitais | Startup Maker | Desenvolvedor Full Stack. Founder Grupo Codeby. A empresa que possui 6 anos de mercado atende grandes marcas como, por exemplo, KFC (México), F64(Romênia), Telemercados (Chile), Lego, Shoulder, Valisere, Alpargatas, entre outras.

Atualmente, muito se ouve falar sobre skins.

Conceito bastante conhecido entre os admiradores de jogos eletrônicos e relacionado ao visual, as skins são roupas virtuais – em outras palavras, são NFTs. Ou seja, roupas que só podem ser usadas dentro do universo digital para customizar os personagens dos games.

Porque, tal como na vida real, o vestuário serve para expressar a identidade do jogador e deixar as personagens mais atraentes nos jogos.

O sucesso das skins e das parcerias com marcas de grife é tão grande, que começou a influenciar até mesmo a moda “de verdade”.

Talvez até pareça uma ideia absurda para algumas marcas investir nesse tipo de NFT, mas o mercado de skins movimenta cerca de US$ 10 bilhões por ano – isso porque elas fazem a engrenagem dos jogos eletrônicos girar. Além disso, aumentam a vida útil do jogo, mantendo o interesse dos jogadores. Tanto que alguns games, embora gratuitos, faturam justamente pela comercialização das skins, como é o caso do famoso League of Legends.

Oportunidade com a pandemia

Devido à pandemia da Covid-19, com o crescimento no número de jogadores e o cancelamento dos desfiles, grandes marcas de grife encontraram nesse mercado a excelente oportunidade de unir os dois mundos e fazer a moda entrar, de vez, no universo virtual.

A Louis Vuitton, por exemplo, fechou uma parceria com o League of Legends em 2019 e começou a desenhar modelos exclusivos para os avatares do game. A coleção foi criada por Nicolas Ghesquère, diretor artístico de coleções femininas e um dos mais importantes estilistas da marca, e custaram algo em torno de US$9 e US$25, podendo chegar a US$6.020!

No entanto, outras empresas foram além, como é o caso da espanhola Balenciaga. Ela criou seu próprio jogo, chamado “Afterworld: The age of tomorrow”, para apresentar as versões em 3D de suas peças mais recentes. Só que as ações não estão se limitando apenas ao online.

A influência da moda virtual na moda “de verdade”

O sucesso das skins e das parcerias com marcas de grife é tão grande, que começou a influenciar até mesmo a moda “de verdade”, e as empresas já testam roupas virtuais para além do ambiente virtual. A parceria da Louis Vuitton com o League of Legends, citada acima, deu origem a uma coleção física dedicada ao jogo. O que também aconteceu na São Paulo Fashion Week de 2021, onde os convidados puderam conferir um desfile com 20 skins do game Free Fire em versão física, selecionadas e assinadas pelo estilista Daniel Ueda.

A iniciativa se tornou um dos grandes destaques da semana e trouxe uma reflexão sobre a forma como pensamos a moda. Além disso, foi a primeira vez em que a indústria de games e a da moda se uniram para apresentar uma coleção em uma semana de moda internacional.

A reinvenção das marcas de moda

Essa aproximação das marcas de moda com o universo dos games mostra que elas estão se reinventando, não somente para imergir no metaverso, mas para atrair o consumidor jovem. Isso porque, independentemente da história ou posição no mercado, o tempo passa e o público muda. Essa é a estratégia que as empresas do setor estão trabalhando para continuarem em evidência. E, claro, alavancarem as vendas dentro e fora do ambiente virtual.

Assim como outros setores, a moda está atravessando seu processo de digitalização, que foi acelerado pela pandemia. As marcas estão aproveitando que a vida online se sobressaiu durante esse período, bem como a cultura de ostentação relacionada ao mercado lucrativo e estruturado de skins, para se promoverem através de enormes comunidades e influenciadores.

Para o futuro, no entanto, a tendência é que a estratégia se torne omnichannel. Isso porque há gradativas apostas de trazer as skins para o “mundo real”, não apenas pelas próprias marcas, mas também de outras empresas, como é caso da grife croata ‘Tribute’, que vendem o serviço de levar as roupas virtuais para além dos games por meio de encomendas dos clientes.

Além disso, como o avanço do metaverso e da transformação digital, a ideia é que outros varejistas de moda possam investir em suas coleções de NFTs e trazê-las ao físico.

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