As vendas no mundo digital, que já vinham aumentando antes da pandemia, tiveram um aumento maior ainda com os lockdowns em todo o País. Segundo a Ebit|Nielsen, as vendas do e-commerce no Brasil em 2021 devem crescer 26%, atingindo um faturamento de R$110 bilhões. Ou seja, vai manter a força do setor, indicando uma consolidação das lojas e dos marketplaces do mundo virtual.
Com o crescimento do comércio digital, crescem também as fraudes online. Golpistas se aproveitam do investimento das empresas em anúncios online. Ou seja, valem-se de diferentes tipos de violações de marca e competição injusta para atrair clientes para seus próprios negócios. A média de perda dos investimentos em campanhas de busca devido a estas fraudes chega a 30% do total. E, infelizmente, quanto maiores as vendas, mais se perde em fraudes.
Esses golpes são feitos por meio de uma prática conhecida como Brand-Bidding, quando competidores se aproveitam das palavras-chave de uma empresa para desviar para seu domínio as buscas online de potenciais consumidores. Outra forma de fraude é conhecida por Ad Hijacking, ou sequestro de anúncios. Neste caso, é quando afiliados e parceiros publicam uma cópia exata do anúncio de uma loja e passam este para trás ao superar o investimento em seu lance por apenas alguns centavos.
Assim, competidores, rivais diretos, copiadores e até parceiros e afiliados podem explorar a presença de várias empresas no mercado virtual — procurando as maiores empresas na busca de maiores lucros. Consequentemente causam danos financeiros significativos que, na maioria das vezes, passam despercebidos pelos proprietários da marca.
Como uma marca pode ser alvo de fraude digital?
Competidores podem usar palavras-chave de uma marca para seus próprios objetivos de visibilidade em mecanismos de busca. Caso algum Brand-Bidder use a palavra-chave de uma marca específica em um anúncio, consumidores em potencial podem acabar na página de um terceiro. Isso resulta em perda de tráfego e, eventualmente, vendas. Entre as estratégias que esses fraudadores usam para não serem pegos está a segmentação geográfica. Neste caso, criam anúncios com especificação geográfica que exclui o local de trabalho dos agentes da marca. Também podem colocar seus anúncios em horários alternativos, como durante a noite e em fins de semana — quando os donos da marca e os agentes não estão ativos.
Além disso, também podem se aproveitar de erros de digitação dos usuários. Ou até mesmo se valer da negligência dos donos das marcas e agências em relação a outros mecanismos de busca menores e estrangeiros, que não são tão comuns quanto o Google.
Quando a marca é alvo de fraudes, ela acaba perdendo dinheiro sem nem perceber. Afinal, as visitas podem não ser convertidas em vendas pela atuação dos brand-bidders. Quanto mais uma palavra-chave é usada na hora de fazer anúncios nos mecanismos de busca, o custo por clique (CPC) aumenta. Ou seja, faz com que a empresa tenha que investir mais para usar a própria palavra-chave de sua marca registrada. A boa notícia é que é possível impedir ações fraudulentas, fazendo uma varredura completa na busca de maus usos de uma marca registrada — monitorando palavras-chave relacionadas à empresa de maneira frequente em todo o mundo.
Tendo um monitoramento desses dados e de quais concorrentes fazem isso por meio de um serviço de “patrulha digital”, o CPC é reduzido significativamente. Ou seja, torna possível realocar os recursos do orçamento e investir em outros setores do negócio. A marca internacional Gore, de roupas e equipamentos esportivos, por exemplo, teve uma redução de 40% no seu CPC (custo por clique) ao contratar um serviço de patrulha digital.
Isso acontece porque os fraudadores são notificados e os anúncios falsificados retirados. Dessa forma, os usuários são conduzidos mais direta e rapidamente à oferta original, diminuindo os riscos de prejuízo financeiro e até mesmo de reputação da marca, e aumentando a possibilidade de vendas no site.