De acordo com uma pesquisa realizada pela Microsoft, cerca de 90% dos consumidores espera que as empresas ofereçam uma opção de “autoatendimento” online — o que pode variar de perguntas frequentes (FAQs) e blogs até os famosos chatbots, ferramentas automatizadas que estão disponíveis para os clientes 24 horas e em todos os dias da semana.
Globalmente, 15% das pessoas consideram o chat como o canal favorito para se comunicar com marcas, e no Brasil a preferência sobe para 23%. Mas, será que esses valores são suficientes para implementar os bots?
O empreendedor necessita de tudo que possa ajudar o seu negócio e os chatbots oferecem um ótimo custo-benefício. Além da funcionalidade primária no atendimento e experiência do cliente, os chatbots também podem aprimorar estratégias de marketing digital. Isso porque é possível coletar informações como o perfil do público que entra em contato e as principais dúvidas (que podem ser convertidas em conteúdo relevante para as redes sociais e e-mails).
Existem diversas maneiras de utilizar a ferramenta. Abaixo, apresento cinco modelos de chatbots que todo empreendedor deve conhecer e que podem ajudar a gerar mais agilidade, rapidez e economia no negócio.
1 – Otimizadores
O bot otimizador tem como função auxiliar o usuário. Se o cliente precisa comprar alguma coisa ou ter algum tipo de atendimento, o bot consegue fazer isso com maior eficiência do que aplicativos e websites com interface tradicional. Assim, de maneira fluida e amigável, os chatbots otimizadores apresentam uma interface conversacional que ajuda o usuário e minimiza os problemas que podem aparecer nos outros meios.
O objetivo dos chatbots otimizadores é facilitar a experiência do usuário. Sendo assim, posso citar como um bom exemplo o sistema utilizado na Domino’s Pizza. Neste caso, possui funcionalidades completas, como a possibilidade de fazer diferentes pedidos pelas redes sociais — e isso já é uma baita ajuda.
2 – Proativos
Os proativos são especialistas em fornecer a informação certa no momento e local apropriados. Uma de suas funções é não irritar os usuários com notificações desnecessárias e são realmente úteis para casos de uso limitado.
Cito aqui o Marsbot, do Foursquare. A funcionalidade dele é ajudar o usuário a descobrir novos lugares, aprendendo a respeito do que ele gosta e enviando recomendações pelo celular. Silenciosamente, ele presta atenção aos lugares em que o usuário vai com o smartphone e aprende quais os restaurantes, cinemas e bares ele curte frequentar. Em seguida, envia mensagens de texto sobre lugares semelhantes nas proximidades.
3 – Sociais
Estes são chatbots projetados para realizar uma tarefa específica. Para tanto, fazem uso de características únicas das plataformas de mensagem na execução de suas tarefas.
O Tinder Stacks é um grande exemplo dessa categoria. Funciona da seguinte maneira: o usuário pode utilizar o modelo de tomada de decisões do Tinder (deslizar para a direita para sim e para a esquerda quando quiser dizer não) para todo tipo de assunto. Com o Tinder Stacks, por exemplo, é possível enviar uma pilha de fotos para os contatos e eles escolhem a mais bonita para se tornar a nova imagem do perfil dentro do app. Mas, se engana quem pensa que esses chatbots são somente para aplicações virais. Imagine que sua lanchonete vai lançar um novo sabor de sanduíche. Aqui, uma ferramenta parecida com o Tinder Stacks pode ajudar muito na contagem dos votos dos clientes. Portanto, tenha em mente que são conteúdos com alto potencial de engajamento, como estes, que fazem a diferença quando a sua empresa escolhe inovar.
4 – Escudo
Esses são uma subcategoria dos chatbots otimizadores. Afinal, os escudos ajudam usuários a evitar experiências desagradáveis, que seriam mais complicadas de lidar com o auxílio, por exemplo, de um call center. Algumas de suas tarefas comuns são tratar com o suporte ao cliente ou reclamações.
Deixo como referência o Microsoft Virtual Agent. Essa ferramenta pode ajudar com questões como resetar a senha da sua conta, por exemplo. Realizar essas pequenas tarefas de suporte técnico sem a ajuda de um ser humano faz com que elas sejam mais ágeis e diretas ao ponto, um dos grandes motivos para empresas investirem nesses tipos de chatbots.
5 – Conversacionais
São exatamente o que o nome indica! Isso porque foram criados para conversar com os usuários — para que eles possam passar seu tempo ou se engajar com uma marca. Lembro ainda que foram alguns dos primeiros chatbots a surgirem no mercado.
O melhor exemplo é a Lu, da Magalu. Um levantamento mostrou que o bot recebeu 8,5 milhões de interações em 2020. Outras empresas que têm mascotes, por exemplo, podem seguir a estratégia e ganhar pontos em empatia ao desenvolver chatbots que se comportam como esses personagens e conversam com seus clientes. Com isso, aumentar o engajamento nas redes sociais fica bem mais fácil.
Interação humana
Apesar dos chatbots ajudarem muito o empreendedor, o contato humano ainda é essencial. É primordial que exista a possibilidade de o usuário entrar em contato com um atendente (ou mesmo via e-mail) para solucionar algum ponto que causou maior dificuldade.
Nenhuma inteligência artificial acessível substitui 100% o olhar e entendimento humano. Portanto, sempre que for implementar processos deste teor, é necessário ter revisões periódicas ou um profissional atento aos dados e análises que possam surgir.
Cada empresa traz suas próprias especificidades. Portanto, é importante analisar o que pode ser tratado diretamente pela IA e o que requer atendimento humano. Quando a divisão é bem feita, os clientes naturalmente se separam entre aqueles que conseguem ter uma solução automatizada e os que precisam de atenção especial. De um jeito ou de outro, todos saem satisfeitos. Esse é o grande objetivo de qualquer negócio, afinal.