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Shoppings recebem 21% menos público ante pré-pandemia

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Em desaceleração, a covid-19 foi responsável pela alteração de uma série de hábitos dos consumidores, traçando uma linha clara entre pré e pós-pandemia. Ir ao shopping center, por exemplo, entrou para o hall de situações não-essenciais. Agora, em meio à melhora de diversos setores do varejo e comércio eletrônico, os shoppings experimentam uma movimentação 21% menor frente 2019.

Naquele ano, os estabelecimentos receberam cerca de 505 milhões de visitas. Em 2022, até o momento, de acordo com informações da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), o índice caiu para 397 milhões.

Segundo a pesquisa qualitativa realizada pela Abrasce, houve uma queda na frequência dos visitantes mais assíduos dos shoppings. São pessoas que iam até seis vezes por mês a estabelecimentos do tipo, recuando o hábito para quatro ou cinco visitas semanais.

Um dos motivos para isso, na visão de Lorain Pazzetto, executivo da empresa de tecnologia de varejo Grupo FCamara, é o estouro do e-commerce a partir das restrições de locomação impostas pela pandemia.

O aumento nas vendas eletrônicas, mesmo com algumas quedas ao longo dos últimos meses, pode explicar a busca dos consumidores por produtos de forma remota, sem necessidade deslocamento à loja física.

“O mundo físico cobra preços mais altos porque tem menos concorrentes ao lado. Na internet, os preços são mais baixos e a comparação é mais simples. É diferente de ter de se deslocar para outro shopping ou ir até diferentes lojas para ver o preço da mesma camiseta. A pandemia também intensificou a experimentação das possibilidades das compras via internet, como cashback e outros benefícios. Além disso, as pessoas se tornaram mais bancarizadas e podem comprar online”, afirma.

Para Glauco Humai, presidente da Abrasce, outra hipótese que pode explicar este comportamento em relação aos shoppings é a localização deles, já que estão em regiões de escritórios. Com muitos visitantes em home office, as idas durante o almoço ou pós-expediente também diminuiram, na visão do executivo.

Shoppings: 2019 x 2022

As vendas dos shoppings brasileiros caminham para crescer 27,4% em 2022, na comparação com 2021, em termos nominais (sem levar em conta a inflação do período), atingindo a marca de R$ 202 bilhões, conforme estimativa da Abrasce. Em termos reais (descontando a inflação), a alta prevista é de 18% no período.

Se confirmado, o resultado representará o maior patamar de vendas da história do setor em termos nominais e uma recuperação perante 2019 (R$ 193 bilhões).