Um levantamento da BigDataCorp mostra que consumidores encontraram um aumento médio de preços de cerca de 3% durante a data, quando comparados aos preços praticados dois meses antes do evento. Além disso, muitas empresas elevaram os preços de seus produtos entre um mês e duas semanas antes da Black Friday. O Procon-SP, inclusive, destacou a prática de “maquiagem de preços” como segunda maior fonte de insatisfação do cliente.
Ao analisar produtos que aumentaram de preço, a pesquisa mostra que houve um comportamento de tentar vender pela “metade do dobro” (ou mais). Ou seja, algumas empresas aumentaram significativamente os preços entre um mês e 2 semanas antes da Black Friday — posteriormente, fizeram promoções em cima desses preços maiores. Propaganda enganosa, segundo o Reclame AQUI, figurou como a segunda maior reclamação na data.
Black Friday começou mais cedo
Uma tendência descoberta no estudo foi a antecipação de anúncios relacionados com a Black Friday. Isso porque dois meses antes da data já havia uma quantidade significativa de sites exibindo banners, pop-ups e outros tipos de anúncios sobre as promoções.
Além disso, mais de 55% dos produtos tiveram um aumento de preço durante a Black Friday ou mantiveram o de antes. Ainda assim, 45% dos produtos apresentaram descontos na data em comparação ao período anterior.
Thoran Rodrigues, CEO da pesquisadora, ressalta que, na média geral de todos os 9 milhões de produtos monitorados em todas as categorias, não houve desconto real na Black Friday. “Pelo contrário, vimos um aumento de preços. Isso não significa que não existam ofertas, mas é uma informação a se considerar”, comenta.
Mais de 9 milhões de produtos e 1,7 milhão de sites foram monitorados no período de 8 semanas antes da Black Friday. Entre as constatações, 53% dos sites exibiam anúncios relacionados à data, aumentando para 99% durante a Black Friday.
Cyber Monday sofreu queda de participação de empresas
Se a Black Friday se estabeleceu como um evento de compras de grande porte no Brasil, a Cyber Monday ainda não alcançou o mesmo nível de participação. Segundo o estudo, apenas 79% dos sites exibiram anúncios relacionados à data em comparação com os 99% durante a Black Friday.
Tal qual a Black Friday, verificou-se um aumento nos preços médios dos produtos em comparação com dois meses atrás — sob o olhar da pesquisadora, este aumento é atribuído à redução significativa no número de promoções oferecidas.
Celulares, tablets, artigos de festas, eletrodomésticos e colchões tiveram os maiores aumentos de preços antes da Black Friday
Dados do estudo revelam que celulares e smartphones lideram os produtos com maior aumento na Black Friday 2023, numa proporção de 214%. Outros produtos/categorias tiveram incremento de preço na data, como:
– Tablets (111%);
– Artigos de festa (101%);
– Eletrodomésticos (78%);
– e Colchões (70%).
Beleza e Perfumaria lideram o ranking de descontos
Apesar do aumento de alguns produtos/categorias, o estudo observou que houve, sim, descontos atrativos. Entre eles, destaque para:
– Beleza e perfumaria (66%);
– Games (62%);
– Joias e Bijuterias (46%);
– Antiguidades e Coleções (33%);
Metodologia
A pesquisa não analisou preços de hotéis, passagens, aluguel de carros e outros tipos de preços que dependem da configuração de uma data para a sua compra. Foram monitorados especificamente preços de produtos físicos e virtuais vendidos nos e-commerces e marketplaces do Brasil. Os dados foram coletados de oito semanas atrás até hoje às 6h da manhã.