Logo E-Commerce Brasil

Amazon desiste de aplicativo para pagamento digital

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

A Amazon está fora, pelo menos temporariamente, da corrida pelos softwares de pagamento digital. De acordo com informações do CNET, a rede varejista deve buscar novas formas de utilizar o aplicativo com seus serviços, antes de voltar a colocá-lo em andamento.

“Aprendemos muito com a introdução do Wallet e vamos procurar por maneiras de aplicar essas lições no futuro, enquanto continuamos inovando em prol de nossos consumidores”, afirmou Tom Cook, porta-voz da Amazon, nesta quarta-feira (21).

A gigante do varejo online começou a informar a interrupção das atividades com o Amazon Wallet por meio de e-mails enviados para usuários, na terça-feira (20). A versão beta do aplicativo foi removida das lojas de apps. Essa manobra acontece, de acordo com a companhia, para que haja uma melhor análise de como aplicar o conhecimento na venda de produtos e serviços no setor da indústria financeira.

A Amazon, porém, não disse qual seria a previsão de retorno. Os usuários ainda poderão utilizar quaisquer presentes e cartões de fidelidade ou de sócio nas lojas do app. Os saldos, contudo, não serão mais atualizados a partir desta quarta, assim, os consumidores precisarão controlar seus próprios balanços.

Lançado ao final de julho do ano passado, o Amazon Wallet permitiu aos usuários armazenar e gerenciar presentes, cartões de lojas e de fidelidade e transações on-line. Entretanto, diferente de seus concorrentes, em especial o Apple Pay, seu aplicativo não permitia o uso de cartões de crédito ou débito.

A promessa de transformar smartphones em carteiras digitais já vem sendo anunciada há anos e desde o ano passado o setor vem avançando bastante para que isso se torne uma realidade mais ampla. A expectativa do mercado é que os pagamentos móveis sejam responsáveis por US$ 142 bilhões em transações em 2019. Em 2014, segundo pesquisa da Forrester Research, foram mais de US$ 52 bilhões.

O Google foi uma das primeiras empresas a oferecer pagamento móvel, com o serviço Wallet, mas acabou não sendo muito popular entre os usuários. Agora, a gigante das buscas pretende concorrer neste setor ao comprar a Softcard, que permitirá transformar smartphones com Android em carteiras digitais.

O PayPal também está disponível já há algum tempo e foi um dos principais responsáveis por mudar o comportamento das pessoas com relação à interação entre as transações reais e digitais. Porém, após a chegada do Apple Pay, a empresa se sentiu pressionada a manter um serviço competitivo em ambiente móvel e se uniu à Samsung.

Já a Apple ganhou bastante terreno desde setembro do ano passado, quando associou o Apple Pay aos iPhones 6 e 6 Plus, com a camada de segurança do reconhecimento de impressão digital para a confirmação de transações. Menos de 72 horas depois da estreia, um milhão de cartões de crédito já estavam utilizando o serviço.

Mas, como as carteiras digitais ainda estão em sua fase inicial de uso, ainda há problemas a serem resolvidos, não só entre as instituições financeiras como com a própria experiência dos consumidores. Assim que foi lançado o Apple Pay, por exemplo, varejistas e empresas de cartão de crédito brigaram sobre a responsabilidade no uso do pagamento móvel por consumidores com deficiência.

Muita coisa deve acontecer ainda e as carteiras digitais com pagamentos móveis estão em plena fase de desenvolvimento.

Fonte: Canal Tech