A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande SP), quer ampliar sua participação no transporte de cargas no Brasil. De acordo com João Pita, diretor comercial e de cargas da concessionária, o aeroporto passará de um grande conector de passageiros para (também) um hub de cargas.
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Para isso, deve iniciar no segundo semestre deste ano a ampliação de seu terminal de cargas. Neste caso, receberá três novos galpões em uma área de 60 mil metros quadrados (um pouco de 40 mil metros quadrados em área construída). O investimento deve ficar entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões e será feito pela Brookfield — o nome da empresa foi divulgado nesta quarta (16/03), durante a feira de logística Intermodal, em São Paulo. Atualmente, o Teca, como o terminal de cargas é chamado, tem 145 mil metros quadrados. Os novos galpões ampliarão a área em cerca de 25%.
Para o diretor comercial da concessionária, a experiência na gestão de passageiros dá condições para o terminal avançar no segmento de cargas. “Quando você está em qualquer lugar do mundo, é inegável que Guarulhos está em uma posição central no transporte de passageiros. Se somos capazes de fazer isso com passageiros, certamente vamos ser capazes de fazer na carga. E ela não se queixa de passar horas esperando”, brincou.
Vantagens do aeroporto de Guarulhos
O complexo aeroportuário de Guarulhos tem vantagens em relação a outros grupos logísticos instalados na região. Afinal, enquanto as empresas caçam terrenos com acesso fácil ao aeroporto, o Teca está no meio de dois importantes braços da rede logística: as pistas de pousos e decolagens e a rodovia Hélio Smidt (SP-019), que liga o completo à Ayrton Senna (SP-070).
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De acordo com Pita, o acesso às pistas é uma vantagem imensa para a estratégia de posicionamento como hub de cargas. “Recebemos um avião cargueiro do porte de um 747 [aeronave da Boeing] por dia em encomendas expressas”, diz Pita.
Somente da companhia americana Atlas são seis a sete voos semanais exclusivamente de cargas. Há alguns dias, a Qatar Airways passou a operar um voo semanal exclusivo para a atender a rota Hong Kong-São Paulo — isso ocorre por meio de uma parceria com a Cainiao, como mostramos no E-Commerce Brasil.
Incremento impulsionado pela pandemia
O diretor comercial da GRU diz que o plano de expansão no segmento de cargas é anterior à pandemia, quando o e-commerce ganhou tração no Brasil. Vem, segundo ele, do início da concessão, há dez anos, quando o complexo de Guarulhos não atuava na área.
De 2019 para 2021, o setor de cargas cresceu 15,5% somadas as operações de importação, exportação e courier (entregas rápidas). Além disso, respondeu por 57% da receita tarifária total do aeroporto.
“O que a pandemia nos trouxe foi a necessidade de a indústria ser mais eficiente. Afinal, temos a oportunidade de ligar a portaria 93 à necessidade de as empresas reduzirem seus custos e ao nosso posicionamento geográfico. Quando juntamos as três coisas, a pandemia foi o empurrão”, afirma.
O acordo com a Brookfield para a ampliação do Teca é o primeiro desde a publicação da portaria 93, de julho de 2020, citada por Pita. Essa norma permitiu a assinatura de contratos com duração superior ao da duração da concessão. Eles poderão durar até 40 anos.
Expectativa para os novos armazéns
Para o executivo, a portaria deu mais segurança jurídica aos investidores, que têm a garantia de que o contrato será obrigatoriamente mantido quando nova licitação para gestão do aeroporto for realizada. A GRU Airport administrará o complexo de Guarulhos até 2032.
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A expectativa da concessionária é que os novos armazéns comecem a ficar prontos em meados de 2023. A Brookfield vai gerir os espaços, mas o objetivo final é local para as empresas de cargas. “Fizemos a opção de separar quem opera de quem investe. As empresas não querem se preocupar com isso, elas querem usar o armazém de acordo com suas necessidades. Hoje, não tínhamos armazéns desse tipo para elas.”
Atualmente, passam pelo complexo aeroportuário de Guarulhos mais de 50% das exportações brasileiras, principalmente de produtos perecíveis. Na carga expressa, o aeroporto tem 44% do mercado, somados à importação, exportação, courier e mala postal.
Fonte: Yahoo!