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União entre omnichannel e social commerce é tendência em 2023

Por: Luiz Fernando Ruocco

Nasceu no interior paulista, na pequena cidade de Águas de Prata. Em 2007, ingressou na Universidade Federal de São Carlos (UFScar) no curso de Engenharia de Materiais. Em 2014, entrou na Raccoon, onde ficou por cinco anos e por lá passou de estrategista de contas até gerente de marketing e mídia, sendo responsável por gerenciar os maiores clientes de varejo e sendo pioneiro na implementação de omnichannel em seus clientes e no Brasil. Em 2019, foi para outra empresa do Grupo Raccoon, a agência full digital Rocky - selecionada em 2021 como a quinta melhor empresa para trabalhar entre as Agências de Comunicação. Por lá, ajudou a transformar o time inicial de dez pessoas que hoje conta com mais de 250 colaboradores. A empresa se fundiu ao grupo S4 Capital, holding de publicidade digital fundada por Sir Martin Sorrell, passando a se chamar Rocky.Monks por um tempo, até a unificação das marcas Media.Monks no Brasil, quando assumiu como Manager Director em Sorocaba.

Omnichannel não é mais uma novidade no e-commerce, mas é preciso entender que não basta apenas integrar canais e estratégias: é preciso acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor e ocupar os espaços em que seu público busca informações – ou entretenimento. A jornada de consumo não é linear, e compreender que ela pode estar em qualquer momento do dia significa não só estar presente, mas sim oferecer experiências de compra fluidas, sem interrupções e até mesmo sutis, quase imperceptíveis – e é aqui que entra o social commerce.

Para o cliente, o “local para comprar” já não existe mais há muitos anos e, agora, a hora também não.

O brasileiro passa, em média, 3,7 horas por dia nas redes sociais, segundo o relatório Transformação Digital na América Latina. Destas, podem ficar até 2,8 horas no TikTok e até 2,2 horas no Instagram. O fato é que esse tempo gasto nas redes nem sempre é apenas para entretenimento, já que a maioria (75%) dos consumidores utilizam as redes para buscar produtos (Opinion Box). Porém, estamos falando de seres humanos, e os dados aqui são apenas para termos uma dimensão do mercado. O que eu acredito que seja o grande trunfo do social commerce é permitir que seja realizada uma compra de forma quase corriqueira – é isso que quero dizer quando falo de uma compra “imperceptível”.

Omnichannel + social commerce

Imagine o cenário: seu consumidor está aproveitando o tempo no transporte público para checar as redes sociais e vê um criador de conteúdo falando sobre um fone com cancelamento de ruído e bateria que dura cinco vezes mais do que a média. Você acabou de atingir exatamente o consumidor com mais probabilidade de adquirir o seu produto. Se ele comprar pelo Instagram, com integração com a carteira digital do próprio smartphone, e receber o produto ao final do dia quando chegar em casa, com frete grátis, pronto, você possivelmente ofereceu a melhor experiência de compra que poderia. E ainda é bem possível que esse cliente chegue ao escritório no dia seguinte falando sobre o quão rápido ele recebeu o produto. O resto você já sabe.

Esse exemplo pode parecer até mesmo simples demais, mas, se formos analisar de forma mais técnica, a integração perfeita dos canais pode até mesmo reduzir o tão temido abandono de carrinho. Segundo a pesquisa sobre Abandono de Carrinho realizada pela Opinion Box em fevereiro de 2023, 80% das pessoas entrevistadas têm o hábito de desistir da compra na reta final, sendo que 18% delas o fazem frequentemente.

Agora, imagine toda uma estratégia de venda direcionada para uma boa jornada de compra para que, no último momento, o cliente desista. Dentre os principais motivos estão o alto custo do frete, prazo de entrega longo demais e encontrar o produto mais barato em outro e-commerce. Se formos pensar nesses pontos, a integração dos canais poderia trazer soluções para todos eles: redução de frete no caso da presença de lojas físicas, ou até mesmo integração direta com estoque de fornecedores, o que impactaria diretamente no prazo de entrega. Quando falamos de o preço estar mais alto do que no concorrente, se o cliente encontrar facilidade e agilidade para receber o produto antes, unido a um frete mais barato, conseguimos mitigar esse problema e agregar valor, aumentando as chances de o cliente optar por não buscar outro lugar para finalizar sua compra.

Experiência de compra aprofundada

Mas agora vamos aprofundar um pouco mais. Uma boa experiência de compra respeita a jornada do cliente, ou seja, acompanha os passos que levam até a concretização da compra. Porém, quero te provocar mais uma vez aqui: especialistas já avaliam que redes sociais e experiências no metaverso, por exemplo, quebram com a noção de tempo que tínhamos como regra. Ou seja, se antes tínhamos como base a análise das fases de consciência, consideração e decisão de uma forma linear, por mais que ainda exista uma certa regra, o consumo já não é mais algo tão pensado ou segmentado.

Daí a necessidade de uma verdadeira integração dos canais: um cliente que está considerando realizar uma compra pode passar muito mais rápido por essa fase e decidir adquirir seu produto ou serviço se a experiência for completa em todos os canais. Explico: seu cliente que está no Instagram e abre a aba de produtos dificilmente vai querer ir até o site para ver a descrição completa, ele quer todas as informações necessárias ali, naquele momento, sem precisar sair da rede para saber todos os detalhes e funcionalidades que você oferece. O mesmo vale para o WhatsApp: se esse canal está disponível, nele seu cliente precisa encontrar informações de pagamento, entrega, prazos e todos os benefícios.

Uma experiência omnichannel vai além de estar presente: comprar o café favorito enquanto espera a resposta de um amigo no WhatsApp é compreender e respeitar o valor do tempo do seu cliente. O “local para comprar” já não existe mais há muitos anos e, agora, a hora também não.