Numa comparação de quanto o custo da internet móvel representa comparado ao PIB per capita de cada país o Brasil aparece com 4% e a China com 4,85%:
A tributação para a banda larga móvel no Brasil, no entanto é expressivamente maior que no país asiático. O Brasil ocupa a 13ª colocação (entre 15 países) na comparação de preços de utilização de banda larga móvel pré-paga com o de outros quatorze países; com preços mais altos que Estados Unidos e Índia:
Pagamentos: Com o crescimento do mobile na China a oferta de serviços de pagamento online também aumenta. No país esse mercado é liderado pela Alipay que processou $ 519 bilhões de dólares em 2013 (o Paypal processou $ 180 bilhões). Além disso a empresa chinesa possui relações comerciais com 108 bancos parceiros e com players como Visa e Western Union em todo o mundo.
A dinâmica do pagamento na China funciona de forma bastante distinta do Brasil (e do resto dos países). Enquanto no Brasil o meio de pagamento mais utilizado, segundo o Ibope é o cartão de crédito com 83% da preferência do consumidor, na China o número de cartões de débito é dez vezes maior que o de crédito.
Além dessa preferência do consumidor chinês, o uso do cartão de crédito na China causa grandes controvérsias e já chegou até a ser suspenso pelo Banco Central da China.
Outra característica interessante (apesar do monopólio da Alipay) são as múltiplas utilidades conectadas aos serviços de pagamento. Através da Alipay (que também é uma mobile wallet) é possível realizar o pagamento de contas de água, eletricidade, combustível, convênios médicos, alimentos e serviços, realizar reembolso do cartão de crédito, doações, obter microcréditos, etc.
No Brasil o mercado de meios de pagamento online é um pouco mais diversificado em termos de concorrentes e prestadores de serviço de intermediadores e gateways. A cada momento surgem novas empresas o que aumenta a competitividade do mercado. De olho nisso, no final de 2013 o governo brasileiro aprovou a lei nº 12.865 que regulamenta atividades do segmento como gerenciamento de riscos, cartões pré-pagos, de crédito e moedas eletrônicas. De acordo com essa lei, o Banco Central será responsável por monitorar e supervisionar a operação dessas empresas, autorizar o funcionamento e a transferência de controle, fusão e cisão delas.
Essas novas regras também minimizarão os riscos de liquidez (no caso dessas empresas declararem falência, os lojistas não serão lesados e poderão reaver o dinheiro através do Banco Central), além de permitirem ao órgão acompanhar de perto as fraudes do sistema financeiro, que envolvem operações com moeda eletrônica (digital) e valores “sob custódia".
A principal queixa dos varejistas brasileiros com relação a esses serviços são os valores das taxas pagas por transação (cartão de crédito) que podem variar de 4,99% até 7,40% + custo por transação dependendo do número de parcelas.
Logística: A logística brasileira é constantemente criticada por sua deficiência. Em um ranking divulgado pelo Banco Mundial, amargamos o 65º de uma lista de 160 países. Na avaliação foram considerados fatores como procedimentos alfandegários, infraestrutura, prazos de entrega e rastreamento. Apesar de não ocupar os primeiros lugares da lista a China tem investido bastante em logística e transporte, principalmente no setor ferroviário, construção naval e até aviação. Segundo a Reuters, existe um planejamento urbano do governo para que todas as cidades chinesas com mais de 200 mil habitantes recebam ferrovias até 2020 e estima-se que a aviação civil alcance 90% da população:
Preço: Um dos elementos mais fortes do e-commerce e do varejo chinês é o preço dos produtos. Segundo o professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec) Gilberto Braga, há diferentes motivos que explicam a diferença de preços entre os produtos chineses e os demais.
Em primeiro lugar, estariam os custos de fabricação, muito mais baratos do que os brasileiros. “Eles produzem em escala muito maior, o que determina diferentes mixes de produtos e de despesas. As leis trabalhistas também são menos rígidas, o que determina um custo de mão de obra mais baixo e não têm a mesma carga tributária elevada sobre a produção e o lucro como no Brasil”, afirma.
Além dos preços baixos, um diferencial que a maioria dos sites chineses apresenta é o fato de não cobrar pelo frete, mesmo para países distantes como o Brasil. Braga explica que, como costumam trabalhar com volumes elevados, normalmente as empresas chinesas mantém convênios com companhias aéreas e de navegação, o que pode justificar a ausência de taxas de entrega, em algumas situações, mesmo quando o pedido é de pequena quantidade.
É interessante lembrar que tanto o Brasil como a China são líderes do mercado de e-commerce em seus continentes. Ambos são países em desenvolvimento e com economias relativamente sólidas, porém enfrentam dificuldades parecidas como infraestrutura, serviços de internet e logística. Apesar do governo chinês ter fortes restrições políticas quanto a internet, liberdade de expressão entre outros é de se admirar os grandes avanços de varejistas como o Alibaba que estão revolucionando o consumo mundial e a forma de fazer e-commerce. Vale a pena aprender com eles e evoluir a partir disso.
Saiba mais: http://www.camarachinesa.com.br/noticias/o-alibaba-no-topo-do-mundo/