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Segurança digital no e-commerce durante a Black Friday: cinco pontos de atenção

Por: Lilian Dias

Graduada em Ciência da Computação, com MBA em Segurança da Informação e mais de 12 anos de experiência em Gestão de Projetos, tem expertise em Segurança da informação, proteção de dados e LGPD. Atualmente, faz parte do Time de Governança do Pagar.me.

Quando se fala em segurança no e-commerce, a primeira coisa que sempre vem à mente é a questão das fraudes. De fato, esse é um grande problema para os empreendedores digitais, no entanto, não é o único.

A invasão dos sistemas de uma loja virtual, com roubo de dados, leva à perda de informações e prejuízos financeiros, mas, além disso, afeta a parte mais importante de um comércio: a credibilidade perante o cliente.

Confira o que fazer para ter uma Black Friday segura.

A questão da segurança digital também abrange falhas técnicas que podem deixar um site fora do ar, não atualizar corretamente o preço de um produto, entre outras questões.

Por esse motivo, cada vez mais a segurança digital tem entrado em pauta.

E o seu e-commerce? Está devidamente protegido? Já garantiu que tudo estará funcionando com performance e segurança para a Black Friday 2022?

O que abrange a segurança digital?

Muitas vezes, os termos cibersegurança, segurança digital e segurança da informação são utilizados como sinônimos, mas tecnicamente há diferenças entre eles.

Segurança da informação

É um conjunto de métodos implementados para garantir confidencialidade, disponibilidade e integridade dos dados que são produzidos e ficam armazenados em um determinado ambiente virtual. A segurança da informação é alcançada através do uso de criptografia, autenticação, políticas, entre outros procedimentos.

Segurança digital

É responsável por proteger dispositivos, sistemas e redes de possíveis ataques cibernéticos.

Cibersegurança

Abrange tanto a segurança da informação quanto a segurança digital. É, portanto, um conjunto de estratégias contra riscos ou ameaças do ambiente digital.

Mas vale destacar que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica o uso de “segurança digital” em detrimento de “cibersegurança”. Isso porque o primeiro também abarca aspectos econômicos e sociais.

Pontos de atenção para a Black Friday: como garantir a segurança digital?

Testes nos sistemas

Para fazer uma Black Friday com segurança e alta performance, o primeiro ponto que tange à segurança digital é a realização de testes de funcionalidade, de vulnerabilidade, de carga e de estresse.

Os testes de carga e de estresse permitem identificar o quanto o seu site está preparado para um alto volume de acessos e de transações.

Já os testes de funcionalidade fazem um check-up geral no seu e-commerce, como a aplicação de cupons, formulário de solicitação de dados do cliente, frete, checkout, entre outros. Dessa forma, é possível identificar gaps, seja na experiência do cliente ou em pontos que podem comprometer a segurança do site.

Por fim, os testes de vulnerabilidade fazem avaliações de todo o ambiente para verificar se há portas de entrada para golpes.

SSL

O arroz com feijão da segurança digital, sem dúvidas, é o certificado SSL (Secure Sockets Layer). Esse é um serviço que deve ser contratado por qualquer site para garantir a segurança de seus dados e informações.

Por meio de criptografia, o SSL garante privacidade, autenticidade e integridade de dados.

Além disso, é um sistema que também assegura para o consumidor que o seu site é idôneo e seguro, já que o SSL pode ser identificado na URL do site com o “s” no “http” e com um cadeado – símbolo já reconhecido entre os usuários para averiguar a segurança de um site.

Por fim, esse certificado de segurança também contribui para o ranqueamento da sua loja virtual no Google. Isso porque o buscador prioriza a experiência e a segurança do usuário, dando preferência para páginas com SSL.

Segurança dos usuários

O elo mais fraco em toda a cadeia de informações que transitam no ambiente digital são os usuários. Não é por acaso que são o principal alvo de golpes por engenharia social.

Nesse sentido, é importante orientar os clientes para evitar que eles caiam em golpes de oportunistas se passando pelo seu negócio, mas também garantir que o seu site não será invadido a partir do comportamento dos usuários.

Ao fazer uma compra no e-commerce, certamente o cliente precisa criar um cadastro com login e senha. Nesse ponto, caso ele use uma senha fraca como números sequenciais ou data de nascimento, seu cadastro pode ser facilmente acessado.

As senhas são uma ameaça real. De acordo com a Verizon, mais de 80% das violações por hackers acontecem devido a senhas fracas ou roubadas. Por isso, incentive o uso de senhas fortes, com a combinação caracteres especiais, letras maiúsculas e minúsculas e números. Para facilitar a experiência do usuário nesse procedimento, é possível usar uma ferramenta para geração de senhas aleatórias.

O mesmo vale para os colaboradores com acesso aos sistemas da sua loja virtual. Além da senha forte, é recomendável pedir que ela seja trocada a cada três meses e que se faça uso do segundo fator de autenticação (2FA).

Meio de pagamento e plataforma

Além de ter mecanismos de defesa, é preciso contar com parceiros de negócios que também coloquem a segurança em primeiro lugar.

Afinal de contas, você depende de outros serviços para vender, como plataforma de e-commerce e meios de pagamento.

Caso esses sistemas estejam vulneráveis a ataques e golpes, o seu negócio também está em risco.

Por isso, é importante pesquisar o histórico dos seus parceiros em relação a isso e priorizar trabalhar com empresas sérias, que prezam pela segurança de dados e que façam uso de criptografia.

No caso das tecnologias de pagamentos, são elas que detêm dados de pagamento, evitando que, caso o seu site seja invadido, dados pessoais dos seus clientes sejam coletados.

Por isso, é essencial trabalhar com empresas com certificação PCI-DSS (do inglês: Payment Card Industry Data Security Standard). O PCI-DSS é uma certificação de segurança internacional necessária para todas as empresas que processam, armazenam ou transmitem dados de cartões.

Para ter essa certificação, empresas de pagamento precisam seguir uma série de diretrizes e padrões de segurança para fazer o manuseio de dados de cartão.

Dessa maneira, empresas com certificado PCI-DSS são seguras e podem garantir a proteção de dados dos seus clientes no seu site.

Tecnologia de defesa

Para manter a vigilância constante, é importante contar com programas de monitoramento de atividade. O WAF (Web Application Firewall), por exemplo, pode ser um grande aliado. Sua função é monitorar, filtrar e bloquear requisições que possam causar exposição de dados, indisponibilidades e problemas de outras naturezas no seu site.

Essas são algumas medidas de segurança digital que você pode começar a aplicar no seu site para se preparar para a Black Friday.

Mas, quando o assunto é segurança, é sempre importante se manter atualizado, pois a evolução e o refinamento de golpes acontecem a cada dia. Por isso, nunca deixe de estudar sobre o tema e trabalhe com parceiros que também prezam por isso, para garantir a correta proteção do seu negócio e dos seus clientes.