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O que esperar do Pix no comércio eletrônico nacional?

Por: Eduardo Fregonesi

Antes de co-fundar a Synapcom, Eduardo também participou da fundação do Shop2gether, onde foi diretor comercial. Formado em administração pela Universidade de São Paulo, possui especialização em Business Administration pela London School of Economics and Political Science (LSE). À frente da empresa, conquistou prêmios de diferentes entidades do setor: Melhor Operação em E-commerce pelo E-commerce Brasil e Melhor Gestão de E-commerce pelo E-awards.

A pandemia da Covid-19 preocupa e ainda assusta os brasileiros. Contudo, alguns setores aproveitaram o momento de dificuldade para crescer e se consolidar como opções maduras de investimento. É o que ocorreu com o e-commerce nacional. Com muitas empresas suspendendo as operações físicas devido às recomendações de isolamento social, o comércio digital segurou as pontas e proporcionou a mesma rentabilidade. Agora, o setor está prestes a ganhar uma opção mais ágil, eficiente e simples para pagamentos: o Pix.

Além de servir para compras e pagamentos de contas no dia a dia, sem a necessidade de cartão para isso, a proposta do novo sistema de pagamento digital do Banco Central é substituir o DOC e a TED — duas ferramentas de transferência de dinheiro entre pessoas e empresas. Isso porque ele será gratuito à população e oferecerá a possibilidade de realizar transações a qualquer momento da semana, com o valor caindo na conta instantaneamente. A expectativa é de que o Pix esteja disponível a partir de 16 de novembro de 2020.

O Pix no e-commerce

Para as lojas virtuais, espera-se que esse novo meio de pagamento acelere ainda mais o processo de finalização de compra. O cliente poderá concluir um pedido e confirmar o pagamento em instantes, acelerando o processo. No boleto, por exemplo, o consumidor chega a esperar até três dias úteis para confirmação do pagamento e só depois a entrega é iniciada.

Além disso, o Pix surge como forma de pagamento prática e sem atrito na experiência de compra do usuário. Ou seja, não há mudança de tela no checkout e todas as informações são transparentes em todos os devices. Sem falar, claro, que ainda haverá espaço para outros meios de pagamentos, respeitando a cultura brasileira de parcelar certas compras e quantias.

Evidentemente, a entrada de um novo meio de pagamento, principalmente desenvolvido pelo órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, exige adaptações. As principais mudanças serão nas instituições financeiras. Entretanto, é esperado um movimento de incentivo no âmbito do comércio eletrônico para a adoção desse meio de pagamento nas compras pelos benefícios já citados. Empresas especializadas em soluções neste segmento precisam trabalhar para os lojistas terem essa opção assim que possível, a fim de agilizar toda a cadeia de compras.

Trabalhar a ideia do Pix com o e-consumidor

São mudanças necessárias, mas que dificilmente acontecerão do dia para a noite. Para o serviço ser popularizado no Brasil, é preciso oferecer acessibilidade, segurança, infraestrutura e agilidade na oferta de serviços. Mesmo com a proximidade de implementação, muitas pessoas ainda não têm clareza das vantagens que essa solução traz a seu dia a dia. Alguns classificam como irrelevante por terem desconfiança de algo totalmente digital e/ou não ter conhecimento claro para começar a utilizá-lo. As instituições e empresas que adotarem o método de pagamento devem trabalhar em cima de ações que possam reverter essa percepção do consumidor.

Ainda assim, tudo leva a crer que é questão de costume. Por muito tempo a própria ideia do e-commerce era vista com desconfiança por grande parte dos brasileiros. A proposta de comprar um produto sem visualizá-lo — e, ainda por cima, digitar informações bancárias na internet — afastava consumidores mais conservadores. Com a pandemia da Covid-19 o receio foi suplantado pela necessidade e, no fim, os novos usuários descobriram que o comércio eletrônico é tão seguro quanto as lojas físicas — com a vantagem da comodidade nos pedidos. Com o Pix o caminho deve ser o mesmo: quando as pessoas descobrirem que podem pagar suas compras de forma instantânea e agilizar a entrega, certamente ele se tornará na opção número um da população.