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Marcas como aliadas na promoção da igualdade

Por: Bruna de Oliveira

Analista de Gente e Gestão

É administradora formada pela UFRGS e estudante de Comunicação Institucional pela FAM, Bruna está no mercado de trabalho há 13 anos e nos últimos quatro atua nas áreas de Pessoas, Cultura, Clima e DE&I.

Todos nós carregamos o potencial de contribuição para uma sociedade melhor para os seus indivíduos. Independentemente da causa social, podemos, sem exceção, contribuir para a transformação que queremos ver no mundo. Isso não é diferente quando falamos das marcas.

Muitas marcas, ao adotarem posicionamentos de inclusão, externalizam ao público seu apoio a determinados recortes sub-representados.

Essa personificação identitária de um produto ou serviço, também conhecida como marca, carrega igualmente um papel fundamental nas melhorias humanitárias. Mas qual seria o papel delas na promoção da igualdade?

Importância do posicionamento inclusivo

Inicialmente, é preciso entender o impacto positivo de uma marca posicionada no que concerne aos aspectos de diversidade, equidade e inclusão. Isso porque, oferecer um serviço ou produto de qualidade já não é mais um diferencial ou fator inédito para as marcas. Cada vez mais, os clientes buscam justificativas para além dos descontos e das vantagens no frete.

Hoje, as pessoas querem consumir marcas que transmitam propósitos compatíveis com seus valores pessoais. Tem-se tornado tendência comportamental a rejeição ao consumo de marcas envolvidas com episódios de preconceitos de qualquer natureza. O contrário também vem crescendo; marcas que se posicionam favoravelmente às pautas sociais e que visam combater problemas como machismo, racismo, entre outros, recebem mais investimentos e, consequentemente, mais lucros.

Conforme a 3ª edição do estudo Oldiversity realizado pelo Grupo Croma, 60% dos entrevistados não consomem itens advindos de empresas com posicionamentos preconceituosos. O mesmo estudo revela que 78% dos consumidores entende ser essencial que o tema da diversidade faça parte da estratégia das empresas.

É importante também mencionar a responsabilidade social que empresas e, em consequência, as marcas possuem. Mesmo tratando-se de uma iniciativa voluntária das corporações, os efeitos gerados costumam auxiliar nas questões relacionadas à solução de desafios como racismo, machismo, lgbtfobia e capacitismo.

Nesse sentido, muitas marcas ao adotarem posicionamentos de inclusão externalizam ao público seu apoio a determinados recortes sub-representados.

Ações como alteração de banners ou fotos de perfis nas redes sociais em datas significativas (Dia Internacional da Mulher, Orgulho LGBTQIAP+, Consciência Negra e Dia Internacional da Pessoa com Deficiência) permitem que as empresas criem conexão com os pertencentes desses grupos, ao mesmo tempo que influenciam positivamente na construção de mentalidades inclusivas.

Esse tipo de ação também contribui dando visibilidade às pautas que nem sempre são de conhecimento de todos, pois há sempre uma fração do público que está em contato com aquele assunto pela primeira vez.

As marcas, quando manifestam posicionamentos inclusivos, tendem a cativar e consolidar a fidelidade de consumidores que buscam motivos além da qualidade e do preço. No que diz respeito ao mercado, também conquistam clientes novos e são mais vistas por investidores externos quando estes compartilham os mesmos valores.

Da influência ao sentimento de representatividade

Oportuno mencionar que, além da influência gerada pelas marcas, há a criação de um sentimento acolhedor para as pessoas dos recortes já citados: a representatividade.

Enquanto que, para pessoas que não fazem parte do recorte, o benefício será de reforço do papel importante de aliado, para pessoas que o compõem, a benesse é ainda maior. Cria-se a certeza de que determinado grupo não somente está sendo visto e ouvido, como também representado.

Agentes orgânicos da inclusão

Quando posicionadas a favor de todo e qualquer tipo de inclusão, as marcas tornam-se agentes naturais das pautas de combate dos problemas sociais mencionados.

Elas não apenas evidenciam a importância de diálogos de sensibilização, como atuam na conscientização de vieses limitantes que agem no subconsciente humano, afetando nossas relações, incluindo as profissionais. Ademais, endossam iniciativas inclusivas como vagas afirmativas, programas de trainee específicos, grupos internos de afinidade, treinamentos e cursos, dentre outras práticas corporativas.

Com isso, vemos que as marcas possuem papéis significativos, pois atuam em um espaço amplo e de destaque onde podem alcançar diversos segmentos e envolver diversos atores.