Logo E-Commerce Brasil

Foco no cliente: experiências são tendências para aumentar faturamento em até seis vezes

Por: Mariana Ribeiro Tahan Ralisch

Mariana Tahan é Gerente de Marketing da ClearSale, empresa líder em prevenção e combate a fraudes nos mais diversos segmentos. Formada em Administração com ênfase em Marketing pela ESPM, também possui MBA pela FGV. Mariana tem mais de 15 anos de experiência acumulada em Marketing de Produtos, Comunicação e Estratégia. Possui visão estratégica de negócio, desenvolvimento de estratégias de Go-to-Market, reestruturação de processos e modelos, lançamento de novos produtos e serviços, reformulação de posicionamento e marca.

A NRF chegou ao fim! Mas me trouxe muitos aprendizados. Por lá, participei de diversas palestras que destacaram a importância do foco no cliente, principalmente quando falamos em jornada e personalização. Inclusive, durante todos os dias, boa parte dos palestrantes falaram sobre a relevância de conhecer o cliente como um diferencial para os negócios.

Confira as impressões da autora sobre o evento NRF, com destaque para o foco no cliente e na criação de experiências personalizadas para ele.

Cliente em foco na NRF

Acompanhei um keynote de James Cash, que foi bastante inspirador e motivacional. Em sua apresentação, o especialista levantou questões como o que se espera do varejo para os próximos anos, e o professor PhD não hesitou: o novo normal é o antigo normal, visto que as tendências se baseiam na necessidade de fácil acesso e em mais escolhas para os consumidores. É importante destacar que o processo precisa ser fácil e dar as opções para que a compra seja natural e que atenda às necessidades do cliente, e não ao consumismo compulsivo.

Outro assunto relevante que rolou foi sobre a experiência do cliente. A Macy’s, por exemplo, falou da sua aposta em dados para conhecer ainda mais o comportamento do cliente em meio a uma fase totalmente inesperada e nova, como foi a pandemia. E graças a esses estudos, a empresa pôde entender melhor os consumidores em pontos como onde consumiam mais e sua busca por melhores descontos. Dessa forma, foi possível mudar a cultura gradativamente, sem causar grandes impactos no consumidor final.

Macy’s e Saks

Para falar dessas transformações, o CEO da Macy’s, Jeff Gennette, usou dois pilares: demand forecasting, que significa entender que a demanda mudou e se tornou algo além do operacional, ou seja, transformacional; e allocation science, que consiste em entender e achar melhor o público com o novo comportamento. Ao ouvir esses conceitos, a reflexão que faço é de que o cliente se adaptou ao mundo online e tem consumido cada vez mais nesse ambiente, mas não podemos nos esquecer do físico e oferecer experiências transformadoras. Tudo o que foi conquistado devido à pandemia não voltará atrás. São conquistas consolidadas e que precisamos trabalhar cada vez mais.

Paige Thomas, da Saks, trouxe como tema central de sua apresentação o foco no cliente, seja para personalização, fidelização ou conhecimento por meio dos dados. Além disso, ele falou sobre a importância de como tirar, cada vez mais, os pontos de fricção de uma jornada de compra para que o processo possa ser multicanal e voltado à experiência. Paige disse que a Saks investiu cerca de US$200 milhões em tecnologia para que esses processos, tanto no físico quanto no digital, pudessem atrair mais o público. Essas projeções de investimento, por exemplo, possibilitam que, no médio prazo, o varejo online supere o físico, e que o físico se torne mais do que um lugar de “compra”, ou seja, um local para quem quer algo a mais.

Com todas essas apresentações e estudos, podemos concluir que, para os próximos anos, cada vez mais, os profissionais e as empresas precisam dedicar os seus esforços em escutar e entender o que o cliente quer e criar experiências personalizadas para eles. Toda estratégia de negócio precisa ser pautada nas reais necessidades dos consumidores e, por isso, valorizar a jornada é tão importante.