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E-commerce: o que fazer quando minha plataforma não me atende mais?

Por: Tiago Mello

Chief Product Officer (CPO) & Chief Marketing Officer (CPO/CMO) da Linx

CPO E CMO da Linx. É um empreendedor apaixonado por varejo, liderança e transformação digital. Além de conselheiro, mentor do BRASA Next e professor de empreendedorismo e estratégias disruptivas, Tiago é palestrante e curador de congressos internacionais como NRF e WebSummit. Possui MBA pela Fundação Getúlio Vargas e especializações em negociação, liderança, finanças e estratégias disruptivas pela Harvard Business School, inteligência artificial pela MIT Sloan School of Management, empreendedorismo, marketing digital e e-commerce na Wharton University, product management, inovação, product marketing e empreendedorismo pela Stanford University.

Muitos varejistas estão hoje em uma situação no mínimo incômoda. Eles abriram seu e-commerce com a expectativa de estar mais próximos dos consumidores, mas perceberam que estar online é apenas o início de uma trajetória. Com o aumento constante do nível de exigência dos clientes e uma concorrência cada vez mais intensa, esses lojistas perceberam que suas plataformas de e-commerce estão defasadas.

O que fazer nesse momento?

Essa é uma pergunta que todo varejista acaba se fazendo em algum momento. Afinal de contas, a evolução constante de padrões de mercado, práticas de negócios e funcionalidades leva à uma quantidade imensa de inovações — e é simplesmente impossível acompanhar todas elas. A cada dia, o varejo escolhe as batalhas que deseja encarar no e-commerce, mas chega um momento em que ele se vê sem condições de competir. Quando isso acontece, a decisão de evoluir precisa passar por estes 4 pontos:

1 – Por que a plataforma de e-commerce não te atende mais?

Uma plataforma de e-commerce pode se tornar obsoleta em várias áreas. O negócio pode ter crescido muito, por exemplo, e com isso sua infraestrutura não consegue mais acompanhar a dinâmica de um grande volume de acessos simultâneos. Ou, ainda, seu e-commerce não consegue personalizar a experiência do consumidor — e todos os clientes acabam acessando as mesmas páginas, produtos e condições promocionais, que impedem você de mostrar seus diferenciais.

Outro motivo importante é a integração da plataforma de e-commerce aos sistemas de retaguarda, especialmente o ERP e o CRM. Quanto mais integração, mais rápida e automatizada é a operação do negócio. Porém, quando os demais sistemas também vão se tornando obsoletos, o próprio e-commerce acaba sendo prejudicado.

Existem várias razões que levam um lojista a buscar uma nova plataforma de e-commerce. Entretanto, em todos os casos é preciso saber quais são os “pontos de dor” para evitar que eles se repitam no novo sistema.

2 – Projete os próximos anos

Quando sua atual plataforma de e-commerce não dá conta do recado, seu negócio já está defasado há algum tempo. Para chegar ao ponto de ser necessário substituir todo o sistema, trata-se de muito mais que ajustes: é hora de repensar todo o seu e-commerce.

Essa pode, na verdade, ser uma grande oportunidade. É a chance de buscar uma plataforma de e-commerce confiável, com um histórico comprovado de sucesso e que seja capaz de evoluir ao longo do tempo, de acordo com as demandas do mercado. Por isso, escolha um sistema que facilite o crescimento do seu e-commerce e permita que você passe alguns anos sem pensar novamente na sua plataforma online. Para isso:

Evite soluções engessadas

Sistemas muito rígidos, que exijam um grande volume de personalizações ou que não possuam integração nativa às principais plataformas de meios de pagamento disponíveis no mercado são um imenso problema. Como o mercado é muito dinâmico e transformações acontecem com muita frequência, plataformas de e-commerce muito rígidas ficam “congeladas” no tempo. Com elas, em breve você estará novamente na mesma situação em que está atualmente.

Avalie suas necessidades futuras

Ao pensar em um investimento em e-commerce, não pense somente no que é top de linha hoje, pois em pouco tempo isso será o básico e, em um futuro não muito distante, será superado pela evolução do mercado. Analise o que você poderá precisar ter em seu negócio nos próximos anos.

Mesmo sem ter uma bola de cristal, é possível saber que o omnichannel será uma força cada vez mais importante, a integração com as redes sociais continuará em alta, meios de pagamento digitais ganharão espaço e a segurança cibernética demandará uma atenção cada vez maior. Sua nova plataforma de e-commerce precisa ser capaz de evoluir nesses aspectos conforme o mercado exigir.

Pense mobile first

Os smartphones são o principal meio de acesso dos consumidores a produtos, serviços e marcas. Em 2020, esse foi o grande motor do crescimento das vendas online e, nos próximos anos, deverão ter um crescimento 50% superior ao do e-commerce como um todo. Portanto, quem tiver um site que funcione melhor nos smartphones poderá oferecer uma melhor experiência aos consumidores e terá mais possibilidade de conquistar clientes.

Sua nova plataforma de e-commerce precisa priorizar a navegação em celulares, pois essa será a principal fonte de crescimento das vendas online nos próximos anos. Esse é um ponto eliminatório: plataformas que não são mobile first não deveriam nem mesmo ser levadas em consideração.

3 – Leve em conta todo o seu backoffice

A plataforma de e-commerce não funciona sozinha. Ela precisa estar integrada, no mínimo, ao ERP, ao CRM, às soluções logísticas e aos sistemas de meios de pagamento. Por isso, o estudo de sua nova plataforma de e-commerce precisa levar em conta a capacidade de integração aos demais sistemas. E não somente agora, mas também no futuro. Se a plataforma de e-commerce que está sendo analisada exige um imenso esforço de adaptação para o atual sistema brasileiro de meios de pagamento, é muito possível que ela encontre problemas em breve, uma vez que o setor está passando por uma verdadeira revolução.

A grande dica é: quanto mais flexibilidade, melhor. Plataformas de e-commerce com integrações muito rígidas ou incapacidade de enxergar alternativas aos processos atuais têm muita dificuldade em se manter atualizadas ao longo do tempo. Prefira soluções em nuvem, que utilizem integrações nativas ou via APIs para manter sua capacidade de ser flexível e mudar configurações rapidamente se o mercado assim exigir.

4 – Pense em todo o ecossistema

O e-commerce não é a única forma que um varejista tem de vender online. Redes sociais e marketplaces são cada vez mais importantes, pois permitem alcançar novos clientes ou encontrar os atuais consumidores em outras ocasiões de compra. É um novo grau de complexidade para o e-commerce, que precisa estar atento à integração com uma ampla variedade de operadores, que podem ou não utilizar processos de negócios parecidos com o seu.

Sua próxima plataforma de e-commerce precisa ser capaz de se integrar a diversos marketplaces e trabalhar em conjunto com redes sociais e WhatsApp para fazer a gestão do estoque, das vendas e da publicidade nesses canais. Dessa forma, você amplia suas estratégias de venda e suas oportunidades de gerar negócio.

A decisão de substituir sua plataforma de e-commerce atual não é simples. É um caminho desafiador, mas que, quando percorrido, gera grandes recompensas, como o aumento das vendas e a fidelização de mais clientes. Por isso, estude o mercado e procure fornecedores capazes de atualizar seus sistemas com grande agilidade.