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E-commerce cross border: você está preparado?

Por: Cínthia Katachinsky

É gerente de Marketing da DHL Express. Conta com mais de 10 anos de experiência na companhia e, em sua carreira, tem passagens pelo segmento de serviços, com atuação de liderança nas áreas de comunicação e marketing, produtos, inteligência de mercado e planejamento estratégico. É responsável pelo desenvolvimento e implantação de planos estratégicos para o mercado local, com entregas nos mercados B2B e B2C. Possui pós-graduação em Economia Internacional pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O e-commerce cross border é um fenômeno que tem ganhado força em todo o mundo desde que a globalização das vendas expandiu-se por meio da internet. No Brasil, o potencial desse formato é liderado pela importação de produtos de grandes marketplaces. Segundo a pesquisa Webshoppers, em 2019 houve um aumento de 67% no faturamento desse tipo de compra — e o número de brasileiros que consumiram em sites internacionais cresceu 18%. Porém, apesar do peso da importação, nos últimos meses, o cross border “de dentro para fora” também tem tido grande relevância na economia local.

De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, o comportamento de consumo digital superou as barreiras transfronteiriças no Brasil e impactou o lucro no primeiro quadrimestre do ano — entre janeiro e abril, essa modalidade de venda somou US$ 123,4 bilhões de faturamento. Essa é a variação ano a ano mais expressiva entre as 20 principais economias do mundo (G20).

Na verdade, o comércio eletrônico avançou de modo geral no País. Ele seguiu o crescimento da digitalização entre empresas e consumidores, acelerada em decorrência do distanciamento social imposto pela pandemia. Nesse cenário, as oportunidades de comércio exterior surgiram como alternativa para alavancar a lucratividade e atrair novos públicos por causa dos impactos econômicos da covid-19 e da consequente desvalorização da moeda local.

As oportunidades do cross border

Ao avaliar as possibilidades de crescimento que o e-commerce cross border tem no Brasil, principalmente no contexto atual, devemos considerar a grande quantidade de produtos típicos e regionalizados do comércio local, que facilmente encantam o mercado exterior. Essa diversidade de ofertas garante que empresas de todos os portes tenham potencial para conquistar o público internacional. Ou seja, há inúmeras alternativas para o varejo brasileiro lucrar em dólar.

Embora essa modalidade ofereça muitas oportunidades, o caminho para a venda internacional ser efetiva envolve uma série de fatores que podem gerar dúvidas — especialmente para os iniciantes no comércio online. Para evitar quaisquer complicações no processo comercial, é preciso estudar o cenário econômico global e preparar suas plataformas de vendas para alavancar o contato com os consumidores de outros países.

Antes de visar ao aumento do faturamento por meio da exportação, alguns ajustes no site — como adequar a comunicação a outras línguas e expor produtos, preços e tempo de entrega de maneira transparente — podem tornar as ofertas mais atrativas. Outro ponto crucial para a operação funcionar além das barreiras fronteiriças é a escolha do operador logístico ideal. Ele deve garantir que a entrega chegue com segurança a consumidores de qualquer lugar do mundo.

Pontos logístico a serem avaliados

Nesse processo, é importante avaliar que uma empresa que atue com uma sólida presença nas entregas internacionais agrega confiabilidade ao e-commerce parceiro. A identificação dos consumidores com a modalidade de envio atesta a certeza de que o produto será transportado de maneira rápida e segura. Isso, consequentemente, gera maior convencimento durante a decisão de compra.

Considere alguns diferenciais para a contratação de um parceiro logístico de confiança. Avalie se em sua operação estão contempladas liberações alfandegárias e logística reversa, por exemplo. Também é de sua responsabilidade avaliar:

  • todos os pontos de atenção do transporte em conjunto com o varejista;
  • ter conhecimento das exigências;
  • avisar e advertir sobre mercadorias que possam ser consideradas proibidas ou restritas;
  • o mesmo vale sobre requisitos e documentações adicionais de entrada em cada país onde atuará.

O transportador também deve alinhar qual é o processo operacional da empresa. Isso vai desde a emissão da nota fiscal até a entrega do produto ao seu centro de distribuição, bem como todas as questões que envolvem a logística reversa — para informar ao cliente com precisão todos os detalhes da entrega. Ao integrar o parceiro logístico à plataforma de vendas, é possível prever o custo do transporte e as possíveis taxas de importação. Consequentemente, torna a compra mais segura para o consumidor final.

No contexto atual, a internet é o melhor meio de promover produtos e marcas de maneira segura e economicamente viável. Com algumas adaptações, qualquer empresa pode iniciar sua jornada de vendas no mundo digital e ampliar sua atuação a uma escala global. O sucesso depende do entendimento do perfil do consumidor potencial, alinhado à uma comunicação clara e transparente e de um parceiro logístico que entregue qualidade e confiança. Optar por um transportador com presença global, rede internacional integrada e que aplique os mesmos procedimentos em todos os países, torna a venda mais segura, confiável e lucrativa.