
Lojas físicas ainda são canal primário
As mudanças de comportamento revelam a necessidade iminente de ajustes nas políticas e estratégias de negócios dos varejistas. No entanto, como toda mudança leva tempo, as lojas físicas ainda são o canal primário para compras na maioria das categorias de produtos e, ao que tudo indica, sempre terão um papel importante na jornada de compra do consumidor. Na avaliação de canais de compras usados, websites e aplicativos cresceram em todas as categorias, atingindo 70%+ em alguns casos (eletrônicos, mídia, e brinquedos/jogos eletrônicos). Em outros, o uso de websites e aplicativos é menor – compra de alimentos de supermercado e medicamentos, por exemplo, registraram patamar de 20 a 30%.Briga acirrada
Quando o tema são os sites mais utilizados por categoria, o estudo aponta uma grande fragmentação. Poucos foram os sites lembrados por mais de 25% dos consumidores – esse resultado foi registrado apenas nas categorias de mídia (Netflix) e alimentos de consumo imediato (iFood). Os resultados reforçam que a briga será acirrada nos próximos anos para fidelizar os clientes e ganhar market share. Segundo a pesquisa, 43% da população não possui programa de fidelidade. Hoje, não é um fator decisivo nas intenções de compra online do consumidor, mas a baixa adoção dos programas indica um potencial recurso de atratividade a ser trabalhado pelos players do mercado. Boa parte dos pesquisados que não possuem programa de fidelidade comenta que não considera os programas atrativos ou demora muito para ganhar alguma coisa. Esta é uma clara oportunidade para se diferenciar.Fatores de compra
Preços e promoções atraentes é o critério de maior relevância entre os motivos que levam a comprar pela internet. Porém, é interessante notar que o segundo critério de maior peso varia entre as categorias, sendo prazo e custo de entrega para eletrônicos e eletrodomésticos, confiança na empresa para medicamentos e qualidade do produto para vestuário e cuidados pessoais e variedade dos produtos para alimentos de supermercado os mais citados.Olho no futuro
Ainda não se tem claro o quanto a mudança no comportamento do consumidor se manterá mesmo após pandemia. De toda forma, o percentual de respondentes que espera comprar mais num futuro pós-pandemia é bastante expressivo, alcançando mais de 20 pontos percentuais em cuidados pessoais e mais de 16 pontos percentuais em alimento de supermercado e vestuário. Este crescimento no consumo online é muito alavancado pelas classes A e B, conforme mostrado na figura abaixo, onde classe A espera incremento de até 35p.p. em vestuário e 30p.p. em cuidados pessoais. Já na categoria de alimentos de supermercados, independente da classe social, espera-se grande aumento de penetração de compras online.