
Consumidor pós-pandemia quer tecnologia e integridade das empresas
A essa altura, o varejo já funciona a todo vapor, com a operação de lojas físicas totalmente restabelecida após as restrições dos tempos mais severos da pandemia da Covid-19. Mas se engana quem acha que tudo voltou a ser como era antes. O agente dessa mudança é o consumidor, que abraçou de vez as vantagens do e-commerce, levando o varejo digital a um novo patamar. Além disso, tornou-se mais exigente com a integridade e a experiência brindada pelas empresas.
Como vê no relatório Webshoppers, organizado pela consultoria NielsenIQ Ebit, a pandemia teve um grande impacto no e-commerce. Em 2020, ano de restrições mais duras, o varejo digital brasileiro deu um inédito salto de 41% em seu faturamento frente ao ano anterior. Em 2021, mesmo com as lojas reabertas, o crescimento ainda foi de expressivos 27% (muito superior ao observado nos anos anteriores), atingindo R$ 182,7 bilhões.
O que se observa é que os consumidores continuaram comprando online. Diferentes tipos de medo que existiam foram superados pela necessidade em 2020. Entre eles, destacavam-se a fraude nas transações, o não recebimento de produtos ou a entrega de algo diferente do esperado.
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No pós-pandemia, o consumidor tornou-se mais exigente com a integridade e a experiência brindada pelas empresas.[/caption]
E agora as pessoas estão comprando online de tudo! Um bom exemplo são os pedidos de comida por aplicativos. O iFood sozinho realiza cerca de 60 milhões de entregas por mês no Brasil. Mesmo com restaurantes reabertos, o consumidor descobriu essa praticidade.
Esse exemplo também é emblemático porque reforça a transformação do lado dos varejistas. Antes da pandemia, o delivery representava uma parcela pequena no faturamento dos restaurantes. Muitos estabelecimentos sequer ofereciam o serviço de entrega! Essa realidade se alterou e agora, mesmo com os estabelecimentos reabertos, o delivery representa uma fatia expressiva nas vendas. Outro aprendizado empresarial é que não é necessário que o restaurante desenvolva seu próprio negócio online, podendo se aproveitar de plataformas de terceiros, encurtando o caminho e ganhando instantaneamente uma enorme vitrine.
Esse movimento é corroborado pelo relatório Varejo 2022, realizado pelas consultorias KPMG e Adyen. A pesquisa consultou dez mil varejistas de 23 países e 40 mil consumidores de 26 países. No Brasil, 83% dos entrevistados disseram estar usando mais aplicativos de compras agora do que antes da pandemia, muito acima da média global (53%).
Em outras palavras, o varejista que ainda resiste à transformação digital caminha firmemente para fora do mercado.
