Logo E-Commerce Brasil

Como escolher um sistema de antifraude para lojas online

Por: Anderson Cruz

Webwriter na maior empresa de segurança para e-commerce da América Latina, a Site Blindado.

Depois de definir plataforma e o meio de pagamento chegou a hora de escolher um sistema antifraude. Essa escolha só será necessária se você optou por utilizar um gateway de pagamento ou conexão direta com o adquirente (Cielo ou Rede).

Mas quando a fraude ocorre?

Existem algumas formas diferentes de fraudes relacionadas ao pagamento. Listamos elas:

  1. Fraude efetiva: A compra é realizada com cartão de crédito roubado ou clonado. Essa compra é realizada normalmente. Logística acionada, custos operacionais realizados e entrega do produto feita. Assim que o titular do cartão percebe uma cobrança, que para ele é indevida, solicita o estorno do valor. O produto já foi entregue, você teve custo logístico e você tem que arcar com esse prejuízo.
  2. Auto fraude: Nesse caso o cliente age de má fé e realiza a compra normalmente. Mas, depois que receber a mercadoria, ele liga e informa que não fez aquela compra, pedindo estorno do valor cobrado em sua fatura. Nesse tipo de situação é possível realizar levantamento para verificar onde foi entregue o produto, quem recebeu e, se existirem provas consistentes, o “cliente” perde seus direitos e torna-se responsável pela fraude.
  3. Fraude amigável: Uma pessoa próxima ao titular do cartão (como o filho ou esposa) compra algum produto sem que ele saiba. O titular da compra, sem saber da compra, acha que a cobrança é indevida.

As fraudes podem ocorrer para os mais diversos tipos de produtos, mas são mais frequentes para produtos que podem ser vendidos de forma mais fácil e rápida, como eletrônico (principalmente celulares) e calçados.

Por qual razão se importar com as fraudes

A principal razão é: você perde dinheiro quando é vítima de fraude. Isso por si só já pode ser consideravelmente preocupante. Entretanto, você pode ser vítima de muitas fraudes, gerando enormes prejuízos e diminuindo a viabilidade financeira do seu negócio.

Fraudes no pagamento online geram chargeback. Chargeback, em português, significa estorno e ele ocorre quando o cliente identifica uma cobrança indevida em sua fatura e entra em contato com o banco para receber o valor cobrando indevidamente. Nesse caso, o varejista arca com o prejuízo.

A Aite Group, empresa dos EUA que realiza pesquisas sobre mercado internacional de serviços financeiros, apontou que o Brasil é o quinto país com a maior porcentagem da população que já foi vítima de fraude de cartão de crédito (online ou off-line).

Essa pesquisa indicou que as fraudes com cartões superaram 1.5 bilhões de reais apenas em 2013 e cresceram 5,9%, se comparadas a 2012. Foi constatado também que 33% dos brasileiros que possuem cartão de crédito foram vítimas de alguma fraude. Na maioria dos casos o problema foi a clonagem de cartões. Estudos revelam que em 2017 teremos 123 milhões de internautas no Brasil, o que significa que novas pessoas também irão conhecer o e-commerce. Mas, embora promissor, as chances de fraudes também aumentam.

Ferramentas dos sistemas antifraude

Fraudes existem e são um problema para seu e-commerce; portanto, é preciso tomar ações para que elas sejam reduzidas. Infelizmente, não existe uma fórmula que garanta em 100% que seu e-commerce não será vítima de fraudes, mas é preciso diminuí-las.

Existem algumas ferramentas eficazes para isso. As ferramentas antifraudes utilizam de redes neurais e outras técnicas de inteligência artificial para analisar as informações e decidir se autorizam ou não a compra.

Listamos as tecnologias mais comuns em ferramentas de sistemas antifraude:

  • Validação de código de segurança dos cartões de crédito: solicita a inserção daquele código que está atrás do cartão. Esse código pode variar de bandeira para bandeira, mas é um dado a mais para comprovar se o cartão é verdadeiro e proteger sua loja.
  • Rastreamento dos dispositivos de compra: essa ferramenta identifica a origem da compra. Nesse caso é feita uma análise da geolocalização da pessoa que está comprando. Isso funciona para verificar se a pessoa não está em um país que pode ser considerado suspeito. Essa análise pode ser feita para cidades e estados também ou qualquer outro parâmetro regional.
  • Registros em bancos de dados: de sua empresa, do sistema antifraude ou mesmo de outras empresas. Nessa ferramenta são confrontados todos os dados possíveis relacionados ao perfil do cliente, seu histórico e outras informações. Se as informações divergirem significativamente, é provável que seja uma fraude e a transação é, portanto, negada.
  • Serviço de verificação de endereço: que compara os dados inseridos pelo cliente (como endereço de entrega) com aqueles presentes no banco de dados da operadora do cartão e do banco. Também comparam o endereço de pagamento com o de entrega.
  • Definição de grau de risco na venda de um produto: existem ferramentas que permitem que se defina o grau de risco na aquisição de determinados produtos, como por exemplo um celular. Assim, sua “sensibilidade” à fraude muda de acordo com a probabilidade de fraude do produto em questão.

Como escolher a melhor combinação de ferramentas para minha loja

Você precisa definir dentre as opções disponíveis, aquela que melhor se adequa a sua realidade e também pensar nas tarifas que serão cobradas para análises.

O custo de um sistema antifraude é baseado na quantidade de análises realizadas, ou seja, se você for confirmar todas as informações de todos os clientes, o que aumentaria seus custos, em caso de aumento de volume. As tarifas podem variar de alguns centavos até alguns reais. Existe variação de fornecedor para fornecedor.

Mas não se esqueça de analisar o perfil de seu negócio e o que será comercializado. Por exemplo, se você vai vender calçados, celulares ou outros produtos que podem ser facilmente “passados” para frente, precisará de ferramentas que façam uma análise bastante precisa de antifraude.

Infelizmente, não existe um passo-a-passo claro, você terá que fazer uma análise de seu negócio e da concorrência e ver a incidência de fraudes para conseguir reduzir os riscos de isso acontecer com você. Ressaltamos que não é possível zerar as fraudes, mas deve-se buscar reduzir e controlar o risco.

Pontos de atenção na escolha de um sistema antifraude:

Para elucidar sua escolha do sistema antifraude, preparamos uma lista com os principais pontos de atenção:

  • O sistema antifraude contratado deve permitir que em casos onde a venda possa apenas parecer suspeita, que seja feito contato com o cliente e confirme dados da compra. Assim, você evita perder vendas legítimas.
  • Deve possuir a mínima interação possível com o usuário, para evitar que ele se constranja e se imagine sendo vítima ou acusado de alguma coisa.
  • Que se adeque a sua plataforma e a modalidade de recebimento escolhida , ou seja, precisa ser compatível com a plataforma escolhida.
  • Que consiga medir comportamentos suspeitos com base naquilo que já foi feito em outras lojas.
  • Verifique quantas ações o sistema consegue fazer por segundo. Para se ter uma ideia, existem no mercado alguns que conseguem fazer cerca de 20 mil análises de transações por segundo.

  • Identificar frequentes mudanças nos endereços do cliente em compras diferentes.

Antifraude é necessário – Muito necessário

Sim, você percebeu que é preciso possuir um sistema antifraude para não ser vítima de pessoas mal intencionadas e ficar no prejuízo. E essas pessoas mal intencionadas podem usar outros artifícios para “derrubar” seu negócio. Por isso você deve se preocupar com segurança, que será o tema do nosso próximo artigo.

Para acompanhar os próximos artigos dessa série, inscreva-se em nossa lista de email e te enviaremos os artigos seguintes!

— ARTIGOS DA SÉRIE —

  1. Como montar uma loja virtual passo a passo
  2. Escolhendo a melhor plataforma de e-commerce
  3. Pagamento digital: como escolher o sistema de pagamento do seu e-commerce
  4. Sistema de antifraude no e-commerce (você está aqui)
  5. Segurança no e-commerce e os Selos de Segurança
  6. Desenvolvendo um plano de marketing para e-commerce
  7. Suporte no e-commerce: como fazer
  8. Backoffice e ERP para e-commerces
  9. A logística no e-commerce e como calcular fretes
  10. Legislação do e-commerce: a lei do comércio eletrônico

— ARTIGOS DA SÉRIE —