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A Black Friday e o omnichannel

Aproxima-se aquela data que já é considerada como a segunda maior para o varejo digital, a Black Friday. Inclusive, segundo levantamento do IBGE, os brasileiros passaram a antecipar suas compras de Natal durante o evento digital, o que dá ainda maior importância para a data.

Iniciada no Brasil em 2010 através da iniciativa do site de descontos Busca Descontos o evento ganhou força a partir de 2012 – quando inclusive ocorreram fatos que quase mancharam a Black Friday no Brasil, quando varejistas digitais ainda pouco habituados com o evento praticaram ações de manipulação de preços, que gerou grande indignação, a malfadada “Black Fraude”.

Porém, agora são outros tempos. Desde 2013 todo o mercado digital vem compreendendo melhor como deve ser realizada a data promocional ofertem aquilo que o consumidor mais deseja com bons preços e promoções.

Inclusive em 2014 a empresa que organiza o evento criou uma ferramenta de acompanhamento de preços online – e assim diminui-se as chances de manipulação de preços próximo a data do evento – e neste ano buscando trazer maior credibilidade à ação a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) criou o Selo Black Friday Legal para as empresas que quiserem participar.

Promoções, este é o grande quê do evento

Muitos acreditam que a Black Friday deva ser um momento de grandes descontos – mesmo que alguns ainda teimem em influenciar varejistas digitais à renovarem estoques (que vai na contramão do cunho principal do evento que é diminuir os estoques de produtos com baixo sortimento ou grade deficitária, ofertando grandes descontos e preparar seus estoques para o Natal) e que segundo levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Kantar 89% dos brasileiros fazem compras em busca de descontos no preço final.

Mas então como realizar uma boa Black Friday sem destruir a lucratividade da loja? Promoções como criação de Kits e descontos de recompra podem ser um bom caminho. Os produtos vendidos em conjunto (Kits) são os mais sugeridos, pois pode-se dar um grande desconto naquele produto que o lojista possua maior margem de lucro juntamente com produtos que ele precisa retirar do seu estoque e que talvez não tenha uma margem de contribuição tão favorável. Assim, o lojista consegue ofertar um bom produto para o consumidor e não ficar tão no prejuízo no final das contas e do dia.

Comunicar apenas não é o bastante

Então chega o momento de como se comunicar com seu público. Comunicar apenas não basta, tem que influenciar, cativar e fazer-se presente em todo lugar que seu possível cliente estiver, na maneira que ele quiser com a mensagem que ele espera receber neste momento. O que eu quero dizer com isso? Muitos varejistas digitais ainda insistem na ideia de que o mundo se divide entre off-line e online, ledo engano.

O mundo agora é conectado e o Brasil principalmente. Somos considerados o “país duas telas” ou seja, 54% dos brasileiros com internet a acessam de seus celulares enquanto veem TV. No mesmo momento que seu comercial – ou de qualquer outro produto que interesse o consumidor – o celular invariavelmente estará presente para a pesquisa.

Este ano muitos já consideram a “Black Friday do Smartphone”. Então não pense duas vezes antes de rever a versão para dispositivos móveis do seu site. O custo de oportunidade pode estar justamente naqueles mais bem preparados. Pense na velocidade de carregamento, pense nos acessos simultâneos e entregue uma boa experiência; segundo o Google 61% das pessoas tendem a sair da página se não encontram uma boa experiência de navegação. Isso pode ser a diferença entre ganhar dinheiro com o evento ou ver seu concorrente estourando champagne no dia seguinte.

Omnichannel não é diferencial, mas deveria ser padrão

Por isso, estratégias de Omnichannel são imprescindíveis! mas, afinal, o que é isso? Numa explicação simplória seria comunicar-se em todos os canais possíveis com seus clientes.

Um ponto importantíssimo no Omnichannel é o varejo tradicional, ou varejo de rua. Muitos varejistas estão receosos com a Black Friday e muitos já estão adiantando o Natal, mas por que criar uma batalha se podemos entregar o melhor ao “nosso cliente”? Muitos brasileiros gostam de visitar as lojas e, inclusive, fazem pesquisas enquanto nelas.

Dados do E-bit afirma que 38% dos usuários de smartphones pesquisam preços e outros 24% pesquisam produtos dentro das lojas. Então se você também tiver um varejo de rua por que não influenciar seu consumidor a ir até lá? Sabemos que a entrega ainda é uma grande barreira neste evento – em alguns casos existem demora de mais de 20 dias entre a compra e a entrega do produto – e para muitos varejistas o preço do frete ofertado gratuitamente também impacta negativamente na margem de lucro ao longo da Black Friday.

Juntando o “útil ao agradável” e mais uma vez entendo o público consumidor -segundo recente levantamento do Google 45% das pessoas pesquisam online mas compram em lojas físicas – possibilitar ao cliente retirar o produto na loja pode ser um ganho triplo.

Mantém a expectativa do consumidor (melhorando seu relacionamento com a marca) e também não onera a compra como frete quando este é cobrado, diminui os custos para o e-commerce (já que não precisará arcar com os custos de frete quando este for gratuito) e traz um novo consumidor ao varejista de rua, que pode até mesmo ofertar um outro produto   para esse consumidor ampliando a cesta de produtos e aumentando a lucratividade de toda a companhia.

Portanto, nesta Black Friday muitas oportunidades estarão, literalmente, na ponta dos dedos para aqueles que souberem entregar além de bons preços e produtos, uma verdadeira experiência de compra para seu cliente. Compreenda o que seu público deseja e atenda-o quando, como e onde ele estiver da maneira mais correta possível. Lembre-se “Publicidade é a alma do negócio” e agora mais do que nunca esse negócio é Omnichannel. Parece simples, e é! mas nunca ninguém dirá que será fácil.

Boa Black Friday seja no smartphone, no desktop ou na loja de rua! E boas vendas!