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O começo do desuso do e-mail

No ano passado escrevi um artigo sobre o fim das CARTAS tradicionais enviadas pelo Correio. “Há quanto tempo você não escreve e manda uma carta pelo Correio?” Teve bastante repercussão principalmente porque as pessoas não estão atentas ao fato de que os meios eletrônicos (como o e-mail, por exemplo) substituíram os antigos métodos de comunicação analógica e que a empresa como os Correios tem que se preocupar em mudar o foco, sua estrutura e melhorar logística nesses novos tempos.

Pois bem, hoje trago outra reflexão sobre a mesma linha de raciocínio, só que desta vez, já analisando a possibilidade do começo do fim do uso intensificado do Correio Eletrônico, o e-mail.

Pra começar é fato que o e-mail nos dá, nos dias de hoje, uma sensação de “tarefa batch” (conjunto de comandos rodados sequencialmente para uma ação), escrevemos um e-mail, enviamos um comando (ação) e esperamos a resposta, se for o caso. (reação), como se não estivéssemos OnLine e, é esse o ponto de partida para a migração do interesse das pessoas para as ferramentas sociais, que são instantâneas. Além disso, um dos maiores problemas do e-mail é a enxurrada de “spams”, apesar de termos a disposição bons recursos para filtrar isso.

Ninguém duvida, muito menos eu, da importância da ferramenta. O email ainda é de fato, desde a sua invenção em 1971 pelo engenheiro Ray Tomlinsonmuito importante para a comunicação e registro formal das coisas. Reconheço portanto, o grande valor do e-mail e seu formato simples. Não estou refletindo sobre isso aqui neste artigo porque sou profeta tecnologico ou alardeador do caos do fim do e-mail, mas simplesmente porque a ferramenta está envelhecendo para o momento Digital em que vivemos e isso, todos concordam.

Perceber isso no ambiente Corporativo é muito complicado, pois o e-mail é base de várias tarefas diárias, sendo uma rápida e eficiente comunicação eletrônica, carregando portanto, uma carga enorme de “registros” e formalização de tudo o que é conversado e combinado entre funcionários, entre cliente e fornecedor, entre empresas parceiras, e entre empresa e fornecedor. As organizações não são viciados em e-mail, são dependentes dele!. O trabalhador médio recebe algo em torno de 100 e-mails por dia e lidar com essa enchurrada se tornou um dos desafios no trabalho.

Além disso, apesar da grande maioria dos WebSites no mundo já integram seus serviços as Redes Sociais como porta de acesso (cadastros) e relacionamento, o e-mail ainda é usado hoje como canal principal de confirmação de pedidos, de inscrições, de ajuda e solicitações de quase todos os e-commerces no mundo.

Mas então, se o e-mail é tão importante e imprescindível, por que você está trazendo o assunto a tona? Simples! Não é que seja uma abordagem equivocada, mas sim por conta de alguns motivos, acontecimentos e tendências … quais são:

  1. Os jovens usam menos e-mails que os mais velhos e eles e as gerações que virão usarão cada vez menos. Em 2010, segundo a comScore , uma empresa de pesquisa de mercado, o número de e-mails enviados por jovens da faixa entre 12 a 17 anos já havia caido em quase um quarto em relação a todos os e-mails enviados. Esse desuso é uma tendência nesta geração, pois os jovens preferem meios mais rápidos e menos meios formais de comunicação, tais como mensagens de texto no celular, IM´s (mensagens instantâneas), Chats, Redes Socias como FaceBook e Twitter. Meus filhos (7, 11 e 13 anos) por exemplo, usam o e-mail somente quando tem que confirmar a alguma conta de usuário, quando compram alguma coisa pela net ou quando tem que ler algum e-mail enviado pelo avô de Belém do Pará;
  2. Na correria do nosso dia-a-dia, às vezes nem o e-mail é rápido o bastante. Você não tem como saber se a pessoa para quem está mandando o e-mail está conectada naquele exato momento ou não. É um meio assíncrono, apesar das ferramentas de “notifications” nos SmartPhones darem uma sensação de “em tempo real”;
  3. Nós gastamos muito de nosso dia de negócios envolvido em trocas de e-mail, com a linguagem, com o formato, com ortografia e entre outras coisas pertinentes ao uso dele.
  4. Dentro da nossa empresa, por exemplo, já usamos por default, mais o Google Talk dentro do Gmail, antes de enviar um e-mail ao colega de trabalho;
  5. Novas ferramentas sendo construidas para atender pontos fundamentais com fluxo de trabalho, coworking, agendas compartilhadas, wiki-docs editável por um grupo, to-do list, chats integrados e Redes Sociais privadas e Corporativas;
  6. As marcas estão cada vez mais procurando as Rede Socias para divulgação de suas ideais e negócios para pessoas que usam suas “identidades reais”. Na Rede Social, é mais simples fisgar e ter acesso a conta de um usuário real, do que limpar a base ou faze-lo clicar em uma publicidade ou campanha via e-mail marketing. Apenas para ter uma idea, um estudo da Return Path , mostrou que a entregabilidade das mensagens via e-mail no Brasil está baixa com 64%. Do total dos emails trafegados no País, 22,4% foram spam ou direcionados para pasta de lixo e 13,1% foram bloqueados por Provedores. Apesar disso, as empresas desse setor continuam mostrando incríveis números e resultados (inclusive conversão em vendas) com as ferramentas de mail marketing.

É claro que é muito cedo para declarar “morte” ao e-mail, mas como foi mostrado nos pontos acima e em outras situações, a expansão do conteúdo colaborativo e a necessidade da instantaneidade da comunicações significa dizer que sistemas como wikis, Redes Sociais privadas e projetos como o Podio – OutLine – Convofy – Yammer e podem ter um papel importante para deixar uma empresa conectada e eficiente e claro, menos dependente do e-mail.

Por outro lado, será que já estamos prontos e preparados para ficar conectados o tempo todo?

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Pense Nisso! @JoaoKepler