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Visa aponta mudança no perfil de consumo dos brasileiros em compras internacionais

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Mesmo com a instabilidade da economia e a desvalorização do real, o brasileiro continuou a realizar viagens ao exterior, efetuando compras em outros países, mas mudou seu perfil de consumo. Isso é o que a Visa Perfomance Solutions, consultoria da Visa, provou ao analisar os dados transacionais da rede de pagamentos da empresa – a VisaNet – entre os anos de 2013 e 2015.

A Visa Perfomance Solutions percebeu uma alteração nas prioridades dos viajantes quando visitaram outros países. Vestuário, por exemplo, deixou de ser o item que o brasileiro mais consumia em viagem e caiu para a terceira posição, sendo ultrapassado, em 2015, por investimento em acomodações/hospedagem (14%) e por dinheiro em espécie/conversão (9%). Outros ramos tidos como essenciais, tais como aluguel de carros e de entretenimento, continuam na lista e não sofreram muitas mudanças nesses últimos três anos.

Além disso, a pesquisa constatou que o fluxo de turistas brasileiros cresceu para regiões como Europa e América Latina. Estados Unidos e Canadá tiveram a maior queda de volume de transações internacionais, mas continuam como os mais relevantes para o turista nacional, representando 46% das compras com Visa. Desse total, 20% das operações foram concentradas em 4 cidades americanas: Orlando, Miami, Nova Iorque e Las Vegas.

Outra constatação interessante do estudo está relacionada aos pagamentos com cartão não presente, que são as transações realizadas quando o consumidor  não está na loja ou no local físico da compra, como no e-commerce, por exemplo.  Segundo dados da Visa Perfomance Solutions esse tipo de operação em estabelecimentos comerciais estrangeiros aumentou nos últimos 3 anos. No quarto trimestre de 2015, mais de 40% do volume de gastos internacionais foram realizados em sites ou aplicativos estrangeiros. Em 2013, essa categoria de compra não passava de 30%.

“Esse crescimento está muito relacionado a popularização de sites de compras online chineses e de novos comércios digitais de streaming e de músicas. Notamos que mesmo em período de crise, os brasileiros não deixaram de utilizar esses serviços e adotaram as novidades que chegaram ao país”, avalia Rodrigo Santoro, diretor da Visa Perfomance Solutions.

Segundo Santoro, com o dólar se aproximando de R$ 3, a probabilidade é que o brasileiro volte a viajar e a realizar compras no exterior com mais frequência. “Notamos que o ponto de inflexão é quando o câmbio do dólar está em R$ 3 reais. A partir desse valor, os gastos internacionais dos brasileiros diminuem drasticamente”, conta o executivo.

Fonte: Visa