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Vendas do e-commerce crescem 2,9% em outubro

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

As vendas online, anteriormente um dos poucos pontos positivos do varejo brasileiro, começou a sentir o peso do cenário econômico e teve seu crescimento encolhido em outubro, de acordo com a SpendingPulse, relatório mensal sobre o varejo da MasterCard. O e-commerce cresceu 2,9% em relação a outubro do ano passado, bem abaixo da média de crescimento de 11,8% do terceiro trimestre, ligeiramente acima dos 8,8% registrados nos últimos três meses. Móveis, eletrônicos, vestuário e farmácia ultrapassaram o crescimento geral do comércio electrónico, enquanto o setor de hobby/livraria ficou abaixo do nível.

Apesar desses números, o comércio eletrônico ainda supera com facilidade o total de vendas no varejo total, que (excluindo automóveis e materiais de construção) caiu 6,3% em relação ao ano anterior. As vendas totais ainda registram que quatro dos sete setores varejistas superaram os indicadores de varejo total: supermercados, artigos farmacêuticos, materiais de construção e artigos domésticos/ pessoais. Dentre esses, apenas artigos farmacêuticos e artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram crescimento positivo. Por outro lado, roupas, móveis/eletrônicos e combustíveis ficaram atrás do crescimento total.

De modo particular, o setor de móveis e eletrônicos foi o que sofreu a queda mais acentuada de toda a sua série histórica, desde 2009. Além disso, em outubro, o Dia das Crianças não conseguiu aumentar as vendas para o mês, e ainda reduziu o mês em dois dias úteis em relação ao ano passado, prejudicando ainda mais as comparações em relação ao período.

“O ambiente econômico do Brasil ainda enfrenta enormes desafios e continua a deteriorar-se, com altas taxas de juros, inflação e umaa desaceleração do crescimento da massa salarial, que impacta na confiança do consumidor”, afirma Kamalesh Rao, diretor de pesquisa econômica na MasterCard Advisors. “Nós devemos continuar a observar a deterioração das vendas no varejo nos próximos meses, pelo menos até o final do ano”, acrescenta.

Nenhuma região conseguiu registrar números positivos. As regiões Nordeste (–4,9%) e Sudeste (–6,2%) tiveram desempenho acima da média, enquanto Norte (–7,6%), Sul (–6,9%) e Centro-Oeste (–8,0%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com o mesmo período do ano anterior.