Os fabricantes de brinquedos esperam o comportamento do varejo no Dia das Crianças para tentar estimar a demanda para o Natal. As duas datas concentram 70% do faturamento do setor e podem ajudar a reverter o fraco movimento no primeiro semestre.
Caso o último trimestre seja favorável, o setor pode crescer 12% no ano, totalizando R$ 9,5 bilhões em faturamento, prevê a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). O Dia das Crianças será um termômetro para essa estimativa. Segundo varejistas do setor, o desempenho dos produtos será analisado e se necessário serão feitos ajustes.
Na avaliação do gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda, o primeiro semestre do ano foi marcado pelo desempenho ruim, abaixo das médias da empresa em períodos anteriores. Mesmo assim, a empresa viu o volume de pedidos crescerem 10% para o Dia das Crianças e espera alcançar, pelo menos, o faturamento do ano passado.
Já o presidente da Estrela espera que as vendas no varejo, relacionadas ao Dia das Crianças, vão superar o registrado no ano passado, refletindo o aumento da colocação dos brinquedos no mercado. “Nossa expectativa é muito positiva, porque os nossos pedidos vieram acima da média do ano passado”, explicou.
O cenário para o próximo ano já preocupa o setor, de acordo com os executivos. O gerente de vendas da Xalingo, Alexandre Marques, prefere não fazer previsões para 2015, embora tente manter o otimismo quanto ao desempenho neste ano. “Nós já estamos perto de 14% de crescimento no faturamento em relação ao ano passado”, conta.
Dificuldades
A maior preocupação das fabricantes brasileiras de brinquedos está relacionada à concorrência dos importados e pirateados, destaca o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa. Segundo ele, os importados ainda devem representar 45% dos brinquedos vendidos em 2014.
Tilkian lembra também que a pirataria ainda é um dos problemas enfrentados pelo setor. “Como esses produtos são comercializados no mercado informal, nós não podemos nem contabilizar quanto isso representa em números”, explica.
A competitividade da indústria nacional de brinquedos depende, em grande parte, da taxa de câmbio, de acordo com Batista da Costa. Na opinião dele, com a manutenção do dólar em um patamar mais elevado, as empresas brasileiras poderão ganhar 5% do mercado – fatia, atualmente, dos chineses.
Fonte: DCI