Velocidade na entrega requer atenção em etapas que precedem a logística
As empresas estão cada vez mais próximas do público consumidor, o nível de exigência tem crescido e a velocidade na entrega tem se tornado o principal tomador de decisão no momento de compra. Para refletir sobre o cenário atual da logística brasileira, o Comitê de Logística do E-Commerce Brasil se reuniu no primeiro semestre e discutiu as principais tendências, desafios e boas práticas do setor para o primeiro semestre de 2022. Entre os assuntos abordados, a velocidade na entrega ganhou destaque.
O nível de expectativa do consumidor tem crescido. Mais de 50% dos usuários afirmam que a velocidade na entrega é o principal tomador de decisão quando estão comprando um produto online*. Estima-se que, até 2026, aproximadamente 25% das entregas serão realizadas no mesmo dia do checkout da compra.
Quando falamos de velocidade de entrega precisamos entender quando vale apostar em velocidade e quando vale apostar em universalidade e disponibilidade. Ariel Herszenhorn, Vice-Presidente da Loggi, lembra que o Brasil é um país onde 10% das pessoas têm 55% da renda e a velocidade custa dinheiro. “Nem sempre conseguimos chegar de maneira veloz em todos os lugares, [por isso] precisamos tomar decisões. Se quisermos ter de fato um e-commerce que seja universal e abrangente, a primeira decisão do lojista é: quando faz sentido ser mais veloz e quando devemos ser mais abrangentes e ter um público maior”.
Com o aumento da competitividade no e-commerce e o aumento da exigência dos compradores, temos uma pressão maior em todas as áreas do e-commerce, como qualidade de produto, atendimento, entrega e preço da entrega. “Não adianta querer colocar um prazo para agradar o cliente e conseguir realizar mais vendas, se não conseguir atender o prazo. Você vai acabar tendo muitos problemas”, afirma Eder Medeiros, CEO da Melhor Envio.
Há um direcionamento no e-commerce brasileiro de que se hoje você não entrega em 2 horas, você não compete. As empresas estão cada vez mais próximas do público consumidor, porém, os incentivos fiscais e oportunidades acabam levando estes mais para longe. Marcelo Vieira, Conselheiro do E-Commerce Brasil, chama atenção para o que está acontecendo no caso das dark stores. “As dark stores, por exemplo, vêm substituindo muitas transportadoras de última milha, com uma entrega além da logística”.