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Presidente dos Correios fala sobre sustentabilidade da estatal

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

Via Giovanni Queiroz, presidente dos Correios

É de conhecimento de todos que a situação econômica mundial tem afetado todas as empresas. Com os Correios, não é diferente. De janeiro a outubro deste ano, a receita total apresentou crescimento de 8,2% em relação ao mesmo período de 2014, totalizando R$ 15,557 bilhões. No entanto, as despesas acumuladas no mesmo período ficaram em R$ 16,904 bilhões. Temos consciência de que nosso principal desafio é enfrentar o déficit, trabalhar com afinco para equilibrar as contas da estatal e voltar a crescer já no próximo ano.

Para isso, iniciamos nossa gestão cortando custos e promovendo ações para o aumento das receitas. De imediato, revisamos os salários da diretoria e pedimos ao governo federal a correção das tarifas de nossos serviços incluídos no monopólio, como cartas simples e FAC, que estão defasadas. Nossa tarifa é a quinta mais barata do mundo. Ressalta-se que a correção não terá impacto na inflação nem afetará o cliente, uma vez que serão centavos de aumento.

Além disso, para incrementar nossos lucros e enfrentarmos a concorrência, vamos atuar em duas vertentes: modernizar os produtos e serviços e qualificar a atuação da nossa rede de agências, por meio de novas parcerias que permitam aprimorar nosso portfólio e atender cada vez melhor à população.

Nesse sentido, vamos fortalecer os Correios — ampliando nossa atuação no segmento postal financeiro, oferecendo serviços como microcrédito e seguro — e atuar com comunicação multicanal digital, pois, embora ainda não seja uma realidade no Brasil, a redução no volume de correspondência física é uma tendência sentida em outros países. Outro projeto diz respeito à atuação dos Correios como uma operadora de telefonia móvel celular, o MVNO.

Também continuaremos com o plano de expansão para outros países e o fortalecimento do nosso setor de logística, que nos apresenta um imenso desafio no próximo ano, quando realizaremos a operação logística dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

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A expectativa é que esses projetos tragam aumento de receita, rentabilizando a imensa rede que os Correios possuem em todo o Brasil e garantindo sua sustentabilidade. Mas, até lá, precisaremos manter a qualidade reconhecida dos serviços que oferecemos, sustentar esse processo de diversificação de atividades e, ao mesmo tempo, reduzir as despesas.

É um grande desafio, mas contamos com a experiência e o valor dos 120 mil trabalhadores dos Correios para sermos bem-sucedidos. Assumo o compromisso com nossos clientes e com toda a sociedade brasileira de que os Correios voltarão a crescer e a dar lucro. Em breve, estaremos comemorando esse resultado positivo e dias melhores para essa tão admirada instituição.

Fonte: O Globo