Divulgando uma pesquisa inédita da Mosaiclab, Karen Cavalcanti, apresentou no Latam Retail Show o impacto do ESG (Ecoambiental, Social e Governança) nas compras dos consumidores.
Abrangendo uma amostra de 2.000 membros da população brasileira, com classes ABC de 18 anos ou mais, a pesquisa foi realizada em julho de 2023.

Primeiramente, Cavalcanti apontou um aumento significativo no conhecimento da população acerca do tema. Saindo de 50% em 2022, a repercussão do assunto teve um aumento de 62% este ano.
Entretanto, 49% dos entrevistados ainda afirmam saberem pouco e 38% não possuem nenhum conhecimento sobre ESG. De acordo com a palestrante, as maiores diferenças são por conta da classe social, há uma falta de acesso às informações.
No caso de consumidores com maior acesso aos dados e iniciativas das marcas, uma crescente cobrança e envolvimento no universo sustentável das empresas vêm tomando forma.
Karen ainda questionou: “o que as marcas, que ganham dinheiro com os consumidores, podem fazer com esse capital? Há uma expectativa por parte dos clientes sobre esse tipo de compensação”.
Metodologia
A pesquisa divulgada trabalhou com uma metodologia de dois eixos principais: local de compra – tanto físico quanto digital – e produtos. Buscando compreender a visão dos consumidores acerca das iniciativas sustentáveis das marcas.
Explorando um total de dez categorias o estudo analisou: alimentos e bebidas, produtos de limpeza, produtos de beleza e cuidados pessoais, produtos para pet, móveis e utilidades domésticas, vestuário e calçados, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, material de construção, medicamentos e papelaria.
Local de compra
A importância da sustentabilidade em relação ao local de compra foi 39% em 2022. Em 2023 a pesquisa concluiu um valor de 50%, apresentando um crescimento de 11 pontos percentuais.
A pesquisa evidenciou que os índices de sustentabilidade no ambiente virtual geralmente apresentam valores mais altos. Os consumidores acreditam que por conta da loja ser online, há menos impactos ambientais.
Ademais, a executiva detalhou que os locais de compra são o momento de maior proximidade com o cliente, estes observam as marcas. Para tanto, há a responsabilidade de representar e aplicar os valores sustentáveis no local da compra, seja online ou físico.
Produtos
A relevância deste eixo não deixou de crescer, em 2022 o valor mapeado era de 43% e para este ano o score já alcançou 49%.
Cavalcanti também destacou que há uma forte correlação entre os produtos consumidos e o ambiente de compra. Há uma simbiose entre os resultados.
A percepção sobre como as marcas trabalham o ESG afeta a imagem do local de compra. E simultaneamente, a postura do local de compra – com relação a sustentabilidade – afeta a forma como as marcas são percebidas pelos consumidores.
“Consumidores pagariam até 20% a mais se vissem as marcas fazendo essas ações”, afirmou Karen.
Melhorias
Finalizando, Karen declarou que há o desejo de mudança em todos os componentes do ESG.
No aspecto ecoambiental, o estudo não apontou um ponto distinto, todos os itens se apresentam como igualmente relevantes.
Para o âmbito social, o tema respeito e dignidade são os principais desejos de mudança apresentados pelos consumidores.
E para governança a ética e transparência são os destaques, extremamente conectados às escolhas de compra dos consumidores, reforçou a executiva.
Encerrando, 86% dos consumidores declararam que se soubessem como ajudar estariam dispostos a mudar seus hábitos de consumo.