Após quatro décadas de estratégia voltada para as vendas de porta em porta, a Natura deverá lançar uma rede de lojas físicas e também investirá em vendas on-line. O avanço vem logo após um movimento de O Boticário, seu principal concorrente, entrar no mercado de vendas diretas, em 2012.
De acordo com o presidente da Natura, Alessandro Carlucci, a viabilidade da iniciativa de varejo foi testada durante todo o ano passado, com uma loja conceito na Rua Oscar Freire, em São Paulo. “Não faremos uma rede grande, talvez 20 ou 30 lojas nas principais cidades do país”, diz Carlucci.
O executivo faz questão de afirmar que se trata apenas de mais um canal de vendas. Ele explica que a estratégia de varejo será implantada aos poucos e que a marca não tem intenção de abrir centenas de unidades para concorrer diretamente com outras redes. As lojas poderão ser usadas pelas consultoras para a realização de eventos. “Serão apenas mais um ponto de contato com o consumidor”, diz.
Ao testar novos canais de venda, a Natura está preocupada em não desagradar sua equipe de 1,5 milhão de revendedoras. Por causa desse receio, a marca mantém uma iniciativa tímida de venda pela internet. Hoje, se um cliente quiser comprar um produto da Natura por meio de seu site, o cliente tem de ter muita vontade: é preciso procurar para chegar à plataforma de comércio eletrônico. Cada vez que um consumidor faz compras pela internet, dizem fontes de mercado, a Natura atribui uma pequena comissão à consultora mais próxima ao CEP informado para entrega.
Agora, o objetivo da empresa é mudar esse quadro e incentivar as consultoras a promover a nova loja virtual. Segundo Carlucci, um projeto piloto de e-commerce está sendo desenvolvido pela Natura desde novembro. Seis mil revendedoras estão ajudando a construir uma plataforma em que cada consultora poderá ter um site personalizado. Obrigatoriamente, ao usar a nova ferramenta de venda pela internet, o cliente terá de associar sua compra à página de uma consultora.
(Com Estadão Conteúdo)
Com informações de Veja.