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Mercado Livre quer ser reconhecido como empresa de Tecnologia

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

Mais do que uma plataforma latino-americana de comércio eletrônico, o Mercado Livre quer ser reconhecida como uma empresa de Tecnologia. E esforços para isso não faltam. Hoje, no Brasil, a empresa já tem quase 1000 funcionários. E todos os investimentos são para construir um ecossistema para ir além das próprias transações na Internet. Uma das grandes apostas de 2016 é do software de gestão da empresa brasileira KPL, adquirida no ano passado.

“Estamos fazendo desenvolvimentos para esse software e integrando a nossa plataforma, mas queremos que o KPL seja usado no ecommerce e fora dele. Mas isso não significa que vamos entrar no mercado de ERP para disputar com SAP, TOTVS. Nosso software será integrado ao dessas companhias. O que queremos é simplificar os processos de TI para acelerar o comércio eletrônico”, disse Stelleo Tolda, em evento com a imprensa, realizado esta semana em São Paulo.

Em uma região que passa por turbulência econômica, os resultados financeiros do Mercado Livre em 2015 dão a prova que o comércio eletrônico está superando as dificuldades. No balanço financeiro, divulgado na terça-feira, 01, a plataforma destacou no ano passado um lucro líquido de US$ 105,8 milhões, o que representa um crescimento de 46% na comparação com os US$ 72,6 milhões. Já receita foi de US$ 651,8 milhões, um crescimento de 17% sobre os US$ 556,5 milhões contabilizados em 2014.

A receita do grupo envolve não só o marketplace de comércio eletrônico — agregador de ofertas de produtos e serviços —, como também a unidade de meios de pagamento Mercado Pago; a empresa de logística para clientes Mercado Envios; e a própria software house de ERP para o varejo KPL, adquirida no ano passado; entre outras. 2016 é um ano que preocupa, mas a rota de crescimento não será mudada. O Mercado Livre, no Brasil, vai se aproximar ainda mais das grandes varejistas. Hoje, a plataforma já conta com 350 grandes empresas.

“Não temos a intenção de ser a plataforma exclusiva de nenhum varejista, mas queremos atrair o máximo possível para fazer transações conosco”, ressalta Hellison Lemos, presidente do Mercado Livre Brasil. Segundo dados da companhia, hoje, 25% de todas as transações do comércio eletrônico no Brasil passam pela plataforma. Os dispositivos móveis também crescem e muito: 1/3 das transações acontecem por meio do mundo móvel. “Essa é uma tendência irreversível’. Indagado se há a intenção de ampliar a participação no mercado de meio de pagamentos, Stelleo Tolda disse que o Mercado Livre está sempre observando empresas para a aquisição, mas, nesse momento, a aposta segue sendo no Mercado Pago.

Consolidada como uma gigante na América Latina – há uma operação apenas em Portugal – a expansão para outros países não está nos planos. “Queremos aumentar mais a nossa presença na região. Hoje somos muito fortes no Brasil, Argentina e México. E temos muito espaço para crescer ainda”, acrescenta o VP e COO do Mercado Livre.

A mudança da regra na cobrança do ICMS assusta no mercado brasileiro. Tanto que pesquisa feita pelo Mercado Livre, com o IBOPE Conecta, mostra que os pequenos empreendedores ligados às vendas na Internet estão pessimistas. “Precisamos de uma definição do quadro o quanto antes. Mais tributos reduzem as vendas e atingem aos pequenos negócios mais do que aos grandes”, lamenta Stelleo Tolda.

Fonte: Convergência Digital