Logo E-Commerce Brasil

Maioria das pequenas empresas de e-commerce cresceu acima do esperado em 2015

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

A segunda edição da pesquisa Mercado Livre e Ibope Conecta, realizada com 529 empreendedores MPMEs (Micros, pequenas e médias empresas) de e-commerce em janeiro de 2016, aponta que 81% dos entrevistados registraram crescimento em vendas em 2015 e em um percentual maior do que o esperado: 45%, enquanto a expectativa revelada na primeira edição da pesquisa, no início de 2015, fosse de 25%. Em compensação, mais empresas esperavam ter crescimento nas vendas em 2015: 87%.

Os respondentes se dividiram entre 73% multicanais (que vendem produtos em sites próprios, diversos marketplaces e lojas físicas) e 27% que vendem exclusivamente pelo Mercado Livre.

As expectativas para este ano se mantêm otimistas: 84% dos entrevistados acreditam que suas vendas crescerão – a uma média de 31%. Entre os empreendedores que não acreditam em aumento de vendas para este ano, 63% atribuem seu pessimismo à política econômica, 14% ao aumento dos impostos com 14% e 13% especificamente à nova Lei do ICMS.

Em relação ao desempenho do setor de comércio eletrônico brasileiro como um todo, aumentou o percentual daqueles que não acreditam que continue a crescer: 20%, contra 8% no ano passado. E pelos mesmos motivos dos que não acreditam em aumento das vendas. Já 64% dos empreendedores permanecem otimistas, enquanto e 14% não souberam responder.

Os otimistas com o setor de comércio eletrônico apostam no aumento da percepção dos compradores em relação à segurança nas compras online” (64%, mesmo percentual do ano passado); o aumento do número de usuários da Internet (57% – fator que no ano passado era ainda mais relevante, com 77% das menções); e 51% no crescimento dos usuários de smartphone e tablets.

Outros fatores passaram a ser mais relevantes para os empreendedores neste ano do que no anterior, são eles: os “custos de frete mais acessíveis” – com 52% das menções, contra 36% no ano passado – e “a busca por mais ofertas online por causa da economia atual” (de 14% para 48% das menções), além de fatores que não foram citados em 2015, como: “mais ferramentas de tecnologia disponíveis para melhorar a experiência do cliente” e “profissionalização dos vendedores” – com 43% e 31% de menções, respectivamente.

Apesar do otimismo da maioria, a pesquisa aponta também que as contratações e o tamanho das equipes deverão ser reduzidas em 2016. Em 2015, 63% dos empreendedores tinham de um a três funcionários – este ano 55% terão esse mesmo número de funcionários.

Desemprego em alta
O número de vendedores que trabalharão por conta própria, sem funcionários, subiu de 9% em 2015 para 24% em 2016, enquanto os que trabalham com quatro a cinco funcionários caiu de 16% em 2015 para 12% em 2016. Lojistas maiores, com seis ou mais funcionários, serão 9% neste ano, dois pontos percentuais a menos do que em 2015.

Regiões do Brasil
A região Sudeste continua a ser a mais importante em vendas para os empreendedores, com 74% das menções (mesmo índice do ano passado), seguida pelas regiões Nordeste e Centro-Oeste, com 9% cada; Sul, com 7%; e Norte, com 1% – todas com os mesmos índices do ano passado. A expectativa de que a região Nordeste teria um crescimento em vendas em 2015, apontada na primeira edição da pesquisa, não se confirmou.

Redes sociais: maior relevância como canal de vendas
A importância das redes sociais entre os vendedores multicanais chamou a atenção na pesquisa deste ano em comparação com a anterior. Praticamente metade dos vendedores que usam vários canais de vendas (48%) utiliza redes sociais para vender produtos; na pesquisa do ano passado, apenas 10% disseram aproveitar este canal.

Perfil dos entrevistados
Os empreendedores pesquisados são do perfil MPME (Micro, Pequenas e Médias Empresas). O faturamento anual dos entrevistados tem as seguintes variações: 62% faturam de R$ 100 mil a R$ 250 mil; R$ 250 mil a R$ 500 mil (13%); R$ 501 mil a R$ 1 milhão; 7%, de R$ 1 milhão a 2 milhões; e 6% faturam acima de 2 milhões por ano.

Os respondentes iniciaram suas atividades no Mercado Livre de forma diversa: 53% deles começaram a vender com a empresa já formada (pessoas jurídicas); 22% iniciaram como pessoa física (percentual menor do que o apontado na pesquisa do ano passado, de 40%) e 26% como MEI (Micro Empreendedor Individual). Entre os vendedores multicanais, 32% apontam o Mercado Livre como o responsável pela maior parcela das suas vendas online.

A faixa etária predominante entre os respondentes é de 26 a 35 anos, representando 44% da amostra. 29% têm de 36 a 45 anos; 12% têm menos de 25; e outros 16%, mais de 45 anos. As principais regiões dos respondentes são: Sudeste (73%) e Sul (22%), seguidas por Centro-Oeste e Nordeste, com 2% cada; e Norte, com 1%.

Fonte: IDGNow