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Latam Retail Show: varejo, e-commerce e omnichannel são temas principais

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Durante o primeiro dia do evento Latam Retail Show 2015, realizado em 2015 pela Gouvêa de Souza (GS&MD) alguns temas foram discutidos quase em todos os auditórios: o novo varejo, o e-commerce e o omnichannel. Para Marcos Gouvêa de Souza, Diretor Geral da GS&MD, o varejo vive um momento de profunda transformação na América Latina, principalmente por conta de mudanças como: o empoderamento de consumidores, o avanço digital e a eliminação das fronteiras comerciais por conta do comércio eletrônico. “O Brasil foi o país que mais amadureceu, segundo ranking mundial, porém não podemos ignorar o cenário econômico. Nada menos que um país passado a limpo pode nos levar a mudança ampla e definitiva”, disse Gouvêa.

Marcelo Maia, Secretário de Comércio e Serviços, ressaltou a importância do varejo na economia nacional. Segundo ele, 70% do PIB, 20% dos empregos formais criados são constituído pelo setor de comércio e serviços. “O desafio é transformar esses 70% em alto valor agregado. É fundamental fortalecermos o varejo e nos aproximarmos das entidades governamentais”, disse Maia.

Mattew Shay, CEO da NRF diz que estratégia é mostrar o poder do varejo

Mattew Shay, CEO da NRF (National Retail Federation) também esteve presente no evento e compartilhou algumas estratégias adotadas pela Federação para aproximar o setor varejista do governo e da própria sociedade americana. “Começamos com uma campanha em 2010, em meio à recessão de 2009. Com muita pesquisa conseguimos provar a credibilidade do setor, que nos Estados Unidos é responsável por 140 mil postos de trabalho”, conta Mattew.

Para ele, o segredo é “contar histórias”, mostrar a identidade desses varejistas como personagens importantes no contexto nacional. “Visitamos 14 estados, 58 cidades e mais de 100 varejistas…Fomos conferir como essas pessoas e pequenas empresas estimulam o desenvolvimento de suas regiões. O resultado é fantástico”, diz. Ele finalizou ressaltando a importância da participação política do setor varejista. “Andamos lado a lado com a economia. Precisamos ser parte da conversa, afinal se você não estiver sentado à mesa do jantar, provavelmente você será parte do menu”, finalizou.

Debate entre grandes varejistas expõem soluções para a crise econômica

O painel de debate “O papel do varejo no desenvolvimento do país” contou com a presença de Luiza Helena Trajano, Presidente do IDV da Magazine Luiza, Flávio Rocha, Vice-presidente do IDV da da Riachuelo, Artur Grynbaum, presidente executivo do Boticário, Marcílio Pousada, presidente da Raia Drogasil, Guilherme Loureiro, presidente do Walmart Brasil, Manuel Corrêa, CEO da Telhanorte. Mediado pelos jornalistas Sonia Racy do Estadão e Donny De Nuccio do Conta Corrente, o debate mostrou o que os varejistas estão fazendo para superar a crise econômica. “Você só consegue ser pessimista no Brasil se olhar no curto prazo. Se a sua empresa está preparada, depois que a crise passa não vai precisar ter um plano pós-crise”, diz Flávio Rocha.

Para Luiza Helena trabalhar mais com menos também tem sido uma boa alternativa. “O consumo não acabou, o que acabou foi a confiança do consumidor”, explica. “Estamos engajando 23 mil colaboradores a serem todos vendedores e revemos nossos planos de investimento a cada 3 meses. Dinheiro tem, falta desburocratizar a liberação dele”, diz Luiza.

Para Artur Grynbaum é preciso olhar para o negócio e ver quais são as oportunidades. “É no básico que conseguimos andar bem: siga o tripé do varejo, foco e simplificação também são palavras-chave nesse momento”, explica. Guilherme Loureiro do Walmart diz que redução de custos e colocar o pé no freio foram algumas saídas, já que o setor onde atua tem margem pequena de lucros. “Na hora da turbulência todos querem saber se o piloto é experiente e o Brasil não perde para ninguém em termos de liderança do varejo”, aponta.

O papel do e-commerce nas corporações

No final do primeiro o painel “O papel do e-commerce nas corporações” reuniu João Appolinário presidente e fundador da Polishop, Arnaldo Nissental, diretor departamental do Bradesco e responsável pelo marketplace ShopFácil, Frederico Trajano, diretor de operações do Magazine Luiza e Marcelo Ribeiro, vice-presidente de e-commerce da Máquina de Vendas.

Appolinário começou o painel demonstrando a importância do omnichannel para a Polishop. “Quando começamos a Polishop em 1999 vivíamos o boom do e-commerce e a venda consolidada pela TV. Venda multicanal e atender o consumidor onde quer que ele esteja sempre foi nosso foco”, diz Appolinário. Para ele estar presente na vida do consumidor o tempo todo faz a diferença. “O consumidor tem que estar no centro e os outros canais (mobile, loja, TV, revista, contact center, etc) ao redor dele”.

Para Frederico Trajano, o consumidor já é digital, portanto o papel das empresas é ajudar na inclusão digital dele. “Apesar do consumidor comprar smartphones, por exemplo, ele não conhece todas as funcionalidades que o aparelho proporciona. Nossa nova campanha, #abraceonovo fala justamente sobre isso”, diz Trajano. Questionado sobre quais áreas da empresa seriam mais impactadas pela “revolução digital” e pelo omnichannel, Trajano foi direto: “O maior impacto do omnichannel é cultural”, finalizou.

Veja vídeo do 2º dia da Latam Retail Show: https://www.facebook.com/GsmdGouvea/posts/1150416018305652