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Google.org doará R$ 5 milhões para treinamento de mais de 100 mil mulheres brasileiras

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

O Google anunciou ontem (28/02) a doação de R$ 5 milhões ao Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). O recurso parte do Google.org, e soma-se a outros R$ 10 milhões doados ao IRME no ano passado, durante o Google for Brasil. A intenção é viabilizar uma nova edição do Ela Pode, com foco no treinamento de mais de 100 mil brasileiras.

Imagem de uma mulher negra olhando para o computador e sorrindo
Google também disponibilizará 12 mil bolsas para os seus Certificados Profissionais, que serão distribuídas por 24 organizações para mulheres em busca de novas oportunidades

Interessante destacar que a iniciativa é dedicada exclusivamente à criação de programas de capacitação e geração de renda, com aulas e ações presenciais e virtuais. Portanto, o objetivo da doação é apoiar o enfrentamento da desigualdade de gênero no mercado de trabalho e proporcionar independência financeira.

O que as mulheres aprenderão

Durante o Ela Pode, as participantes são treinadas nas áreas de liderança e comunicação, negociação e vendas, finanças pessoais e empresariais, marca pessoal, networking, gerenciamento de tempo, autoconhecimento, inovação e digitalização. Além disso, mais de 800 participantes terão acesso a um financiamento de cerca de R$ 2 mil para investimento no próprio negócio.

Até o momento, mais de 250 mil mulheres já foram treinadas pelo Ela Pode, na parceria entre Google e IRME. Segundo pesquisa realizada pelo IRME, em 2021, após a formação no programa, 85% das mulheres capacitadas disseram se sentir mais confiantes para exercer atividade econômica, 50% abriram um negócio, 75% apresentaram aumento de renda.

Em 2023, o Ela Pode irá apoiar mais 100 mil mulheres, entre empreendedoras e aquelas que buscam recolocação profissional. A prioridade é atender mulheres com pequenos negócios em regiões carentes. O programa pretende chegar a pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e também ampliar a atenção às regiões Norte e Nordeste. A proposta da iniciativa ainda exige que 50% do público participante seja formado por mulheres negras.

Certificados Profissionais do Google

O Google também disponibilizará 12 mil bolsas para os Certificados Profissionais do Google, para que mulheres tenham outras oportunidades de desenvolvimento profissional e reorientação da própria carreira — além de melhorar o currículo e ter as habilidades mais exigidas pelas principais vagas em aberto no mercado.

As bolsas serão distribuídas por 24 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que foram mapeadas pelo IRME — cada uma receberá 500 bolsas. Atualmente, estão disponíveis, em português, as Certificações em Suporte de TI, Análise de Dados, Gerenciamento de Projetos e UX Design, por meio da plataforma Coursera.

Como funcionam os cursos do Google

Os cursos foram construídos para atender objetivamente à urgência de quem procura por emprego em áreas de alta demanda no mercado de tecnologia. Objetivas e dinâmicas, as Certificações prepararam as participantes para o início imediato em vagas de entrada no mercado de trabalho que exigem as habilidades treinadas durante as aulas. Os cursos são orientados em nível profissional e foram criados por especialistas do Google para deixar os currículos ainda mais competitivos.

As atividades são 100% online, com cronograma flexível e duração a depender da disponibilidade da aluna, e os certificados têm entre 140 e 200 horas de duração. Vale destacar que, no Brasil, 9 em cada 10 pessoas que obtêm esses Certificados do Google têm algum tipo de avanço profissional — ou seja, um aumento, uma promoção ou uma mudança de carreira -, em até 6 meses após a obtenção da certificação.

Cresça com o Google para Mulheres

Além do Ela Pode e dos Certificados Profissionais, o Google também tem um conjunto de esforços em prol do desenvolvimento profissional, do empoderamento financeiro e do suporte aos negócios liderados por mulheres, por meio do Cresça com o Google para Mulheres.

As edições do Cresça com o Google para Mulheres, iniciativa globalmente conhecida como Women Will, já impactaram mais de 200 mil mulheres no mundo, promovendo troca de experiência, inspiração e treinamento para que todas possam criar suas próprias oportunidades econômicas por meio da valorização da autoconfiança e do desenvolvimento de novas habilidades digitais e socioemocionais.

Nos últimos anos, o Cresça com o Google para Mulheres realizou edições voltadas a mulheres que querem empreender, que buscam desenvolver suas carreiras, bem como sobre mulheres na tecnologia, mulheres pretas, e mulheres que querem retornar ao mercado de trabalho. Todo conteúdo segue disponível na plataforma de treinamentos do Cresça com o Google.

Desigualdade de gênero no Brasil

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no primeiro semestre de 2022, 54% das mulheres com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no Brasil em 2019; entre os homens, o percentual chegou a quase 74%. O ingresso no mercado de trabalho representa um desafio enorme para mulheres, que ainda lidam com obstáculos adicionais pela permanência em seus cargos.

Segundo pesquisa salarial realizada pela Catho, em fevereiro de 2021, mesmo ocupando os mesmos cargos e com as mesmas funções, as mulheres chegam a ganhar até 34% menos que eles. Já em funções gerência elas chegam a ganhar 24% menos que os homens, por exemplo. No cenário do empreendedorismo, a realidade não é diferente.

Mulheres negras sofrem ainda mais

Ainda de acordo com uma pesquisa divulgada em novembro do ano passado pelo Google, as mulheres negras são o grupo mais desfavorecido financeiramente no Brasil hoje: 34% das afro-empreendedoras entrevistadas faturam até R$ 12 mil por ano. Além disso, são minoria (14%) entre os empresários que faturam acima de R$ 81 mil — 29% dos homens brancos têm faturamento acima dessa faixa.

A pesquisa ainda mapeou a relação dos empreendedores com o aprendizado. As mulheres tendem a se apoiar mais em cursos e vídeos online para buscar informações do que os homens: 40% das mulheres brancas e 41% das mulheres negras aprenderam as habilidades que usam no negócio por meio de vídeos gratuitos na internet.