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Fotógrafo compra câmera de R$ 6 mil pela internet e recebe garrafa de água

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Pedro Nunes, de 33 anos, que também é advogado, desconfiou que algo estava errado por causa do volume da caixa e decidiu filmar o momento em que abria a mercadoria. O vídeo foi postado por ele em uma rede social, acompanhado de um desabafo. [Veja o vídeo acima]

“Antes mesmo de abrir a caixa, eu já sabia que não tinha câmera nenhuma. A embalagem era muito pequena e não caberia nem a lente. A máquina é bem pesada e a caixa estava leve. Pensei que fosse um tijolo, como já ocorreu em um caso que vi pela televisão. Estava tudo lacrado, e a nota fiscal veio em nome de outra empresa, acho que a terceirizada reponsável pela entrega. Não sei qual procedimento adotaram”, disse.

O fotógrafo conta que fez a aquisição da câmera no site da Casas Bahia, no final de novembro do ano passado, durante a Black Friday, campanha de vendas em que empresas do comércio eletrônico e lojas físicas oferecem descontos no valor dos produtos. Após descobrir que tinha recebido uma garrafa, o fotógrafo ainda brincou: “será que pelo menos é uma água de coco?”.

“Eu comprei no final de novembro, e o prazo de entrega era até o dia 29 de dezembro, um mês depois. Comprei pela internet porque estava com um preço super em conta, cerca de dois mil reais a menos, e o site é de credibilidade. Mas, além de terem demorado muito para entregar, ainda fui surpreendido com isso”, destacou.

Pedro disse que entrou em contato com a empresa logo após ter recebido a garrafa com água, mas que ainda não obteve uma resposta sobre a situação. O fotógrafo afirmou que pretende registrar queixa na polícia.

“Eu fiz prints de todos os passos da compra. Assim que recebi a garrafa com água, liguei para eles e me informaram que isso já tinha acontecido outra vez e que era para eu aguardar. Pediram mais seis dias úteis para analisar o caso, mas eu quero receber a máquina, não quero mais esperar. Estou com documentação para registrar a queixa, nesse caso por estelionato. Não creio que foi extravio, porque extravio é quando não chega nada”, afirmou.

O G1 entrou com contato com a Casas Bahia, mas foi informado que a responsabilidade pelas vendas realizadas através de e-commerce é da Cnova. Em contato com a empresa, os responsáveis informaram que iriam averiguar os detalhes do envio e buscar uma solução para o caso antes de um pronunciamento.

O G1 tentou contato com a Cnova, que ficou de se posicionar sobre o caso ainda nesta quarta-feira.

Ajuda do Procon

O Coordenador Técnico do Procon, Filipe Vieira, conversou com o G1 e deu algumas dicas sobre os cuidados que devem ser tomados no momento de realizar uma compra pela internet.

“As compras devem ser feitas sempre em sites conhecidos ou naquele que o consumidor tenha tido uma experiência positiva. É importante também registrar cada etapa da compra e manter os certificados de segurança e antivírus sempre atualizados”, disse.

De acordo com Filipe, no caso do consumidor Pedro Nunes, a responsabilidade pelo erro deve ser dividia entre a empresa que fez a venda e a responsável pela entrega. “De acordo com o código do consumidor a responsabilidade é de ordem objetiva, ela abrange todos os que se inseriram na cadeia de consumo. O consumidor confiou no site e nas empresas indicadas e oferecidas por ele”, explicou Filipe.

O coordenador técnico finalizou explicando que em casos como o de Pedro é possível recuperar o dinheiro investido pelo consumidor. “Uma vez que o problema não tenha sido solucionado pela empresa, o consumidor pode procurar os órgãos de proteção (Procon, Defensoria Pública e Ministério Público) pedindo cancelamento da compra e devolução de valor, ou a entrega adequada do produto”.

Fonte: G1