A fim de minimizar esses problemas, o Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com o SENAI CETIQT realiza o SizeBR – Estudo Antropométrico Brasileiro, que dará origem à “Norma de padronização de vestuário feminino”, conhecida como padronização do tamanho de roupas.
O projeto SizeBR percorreu todas as regiões brasileiras para realizar as medições corporais em mais de 7,4 mil mulheres, por meio da tecnologia de escaneamento de corpos em 3D. O órgão investiu US$ 120 mil na compra e instalação do primeiro Body Scanner do Brasil, que em apenas 60 segundos capta mais de 100 medidas do corpo humano.
Segundo Glenda Cardoso, do Blog Curvilíneos, a disparidade nos padrões de medidas em confecções de roupas femininas é hoje um dos principais desafios enfrentados pela indústria de vestuário. “A ausência de um padrão em numeração e modelagem tornou-se um problema tanto para consumidores quanto para o varejista, que se depara com a frequente troca de peças no ponto de venda. A diversidade de biotipos corporais das mulheres brasileiras faz com que exista uma diferenciação na vestibilidade de roupas de diferentes marcas”, aponta em seu blog.
Além de aumentar a satisfação da consumidora, que passará a ter mais conforto e melhor caimento em suas roupas, a padronização beneficia as confecções ao facilitar a comercialização de peças, tanto no país quanto no exterior. Há diferenças de tamanho em peças de roupas da mesma numeração produzidas por fabricantes diferentes, o que impede que usuário possa se orientar apenas pelo tamanho que está habituado a comprar. À medida que a padronização for adotada, o consumidor poderá escolher a roupa de acordo com suas medidas.
A padronização do tamanho de roupas já foi realizada para os públicos infantil e masculino adulto. Grifes e lojas virtuais comercializam suas peças observando o comprimento de braços e pernas, quadril e ombro de seus clientes. É comum comprar um presente para criança e ter de trocá-lo depois por causa da numeração. Entre as empresas que já adotaram os novos parâmetros, há registro de fortes quedas nos volumes de trocas.
O corpo da mulher brasileira
Para constituir uma base de modelagem de qualidade, é necessário obter exatidão nas medidas, a partir da construção de uma tabela-padrão. Ela deve ser baseada em uma escala de tamanho e medida referente ao biotipo da população brasileira.
Até o presente momento, o estudo concluiu que a mulher brasileira apresenta, em sua maioria, características de um corpo retangular, triangular e colher.
Em plena era digital, o consumidor ainda necessita provar uma roupa para ter certeza de que ela é do seu tamanho. A padronização ajudará muito nesse sentido, ao proporcionar mais conforto e satisfação para quem compra e maior assertividade para quem vende, principalmente por meio do comércio eletrônico.
O sistema foi desenvolvido pela Audaces, empresa especializada em automação e informática industrial há dois anos. Com ele, as roupas são criadas sobre manequins virtuais, que possuem as proporções de modelos reais. Para os confeccionistas, o sistema proporciona economia, ao reduzir significativamente o número de protótipos necessários para a criação de uma peça, e produtividade, ao fazer com que etapas do trabalho, como graduação (criação de tamanhos diferentes) e modelagem sejam realizadas em um espaço de tempo muito menor.
Segundo o blog Curvilíneos, na quarta-feira (25 de março), haverá uma reunião para apresentação do projeto de padronização do tamanho de roupas femininas que inclui os tamanhos plus size para empresas do setor têxtil, confecções e interessados. A reunião acontecerá no SENAC Faustolo (Rua Faustolo, 1347 – 2º andar – Lapa – São Paulo/SP), das 09h às 12h.
É possível ainda solicitar a prévia desse estudo, através do email: contato@curvilineos.com.br
Fonte: Curvilineos