Para comprar, basta um computador com acesso à internet. É ele que dá acesso a prateleiras repletas de livros, CDs, DVDs, aparelhos eletrônicos, roupas e o que mais for. Uma pesquisa em sites de busca permite que o consumidor visite lojas em qualquer lugar do País e do mundo sem sair de casa. É essa comodidade que, aliada a cuidados com segurança, tem feito o comércio eletrônico brasileiro entrar em trajetória de ascensão – só em 2013, deve crescer 35%.
Pesquisa realizada pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) aponta que o e-commerce deve representar cerca de 8,3% do faturamento das redes associadas à organização neste ano. Em 2012, a participação foi de 6%. Ao longo de todo o ano, o varejo deve investir R$ 20 bilhões em sistemas de informática, logística, distribuição, pesquisa, marca, infraestrutura e novas lojas.
O professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Gilberto Braga credita a expansão do e-commerce às mudanças de comportamento do consumidor. Para o especialista, o acesso aos smartphones tem aproximado as pessoas da tecnologia. “Os telefones com acesso à internet criam uma cultura de conexão permanente, ampliando a porta de entrada ao e-commerce”, diz. Mas Braga explica que, na hora de comprar, a maioria ainda recorre ao desktop ou ao notebook. “A mudança que se percebe é que o usuário já não apresenta mais resistência às transações eletrônicas, já que conhece melhor esse espaço”, acrescenta.
Em 2012, o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 22 bilhões – número 21% mais alto em relação ao ano anterior. O dado não contabiliza compras de automóveis, passagens aéreas e leilões online, como o Mercado Livre. As novidades ficam por conta das mudanças no ranking de produtos mais procurados: roupas e acessórios têm conquistado um lugar cada vez maior. “Há cinco anos, essa categoria não estava nem entre as 20 primeiras. Hoje, ocupa a terceira posição”, diz o diretor de comunicação da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gerson Rolim. Nos Estados Unidos, alcançou o posto mais alto no mercado de e-commerce.
O crescimento na procura por esses itens se deve principalmente aos ajustes na numeração. “Antigamente, era muito difícil comprar roupas pela internet, porque os tamanhos variavam muito. Era impossível comprar um sapato, porque o consumidor dificilmente saberia se o 40 informado pelo site era o mesmo que ele calçava. Hoje, a padronização é maior”, afirma. Eletrodomésticos e eletroeletrônicos, itens de informática, livros e pequenos produtos de cuidados pessoais são outras opções que levam consumidores às lojas virtuais. Segundo Rolim, eles são mais exigentes do que os que procuram lojas físicas. “Quem compra na internet tem uma expectativa muito alta em relação a prazo de entrega e cuidados na embalagem. Se a empresa promete entregar o produto no dia seguinte e não cumpre, certamente terá um cliente muito insatisfeito”, afirma Rolim. Problemas com trocas e devolução também estão entre as principais causas de possíveis dores de cabeça causadas pelo serviço.
Para garantir uma compra segura, Rolim afirma que é preciso tomar cuidado com links por e-mail, a maior ferramenta de fraudes na web. “O usuário acha que está no site de uma marca conhecida, passa seus dados e tem as informações roubadas”, diz. Manter o antivírus atualizado também é importante, além de checar se o portal da loja é seguro – caso seja, um cadeado trancado aparece na barra de endereço.
Com informações de Terra.