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De Shanghai para São Paulo: como está o e-commerce da China e Brasil

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Ao longo das últimas semanas, a vice-presidente e diretora de pesquisa da Forrester Research, Zia Daniell Wigder, gastou alguns dias na China e no Brasil falando com executivos de e-commerce sobre as oportunidades e desafios dos seus respectivos mercados. Além da vasta diferença no tamanho dos mercados – o mercado de varejo eletrônico na China alcançou $440 bilhões em 2014 enquanto no Brasil foram $18 bilhões (dólares) – esses dois países são muito parecidos no sentido que se sobressaem em relação aos outros mercados de suas regiões em termos de vendas online.

Existem muitos caminhos diferentes a olhar no e-commerce da China e do Brasil; abaixo é possível apenas algumas áreas nas quais esses mercados diferem e onde elas são parecidas:

A evolução mobile está em estágios diferentes. Na China, os resultados do primeiro trimestre do Alibaba mostram que o mobile representa 51% do GMV (Gross merchandise volume) através de seus marketplaces, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. No Brasil, em contraste, os players de e-commerce de todos os tipos tendem a ver valores menores em termos de GMV e total de transações via mobile. A B2W, por exemplo, um dos maiores players do varejo online no Brasil, divulgou que 16% dos pedidos realizados no primeiro trimestre de 2015 foram feitos via mobile. Enquanto o porcentagem da receita mobile cresce em ambos mercados, a expectativa por uma experiência mobile proporcionada pelas companhias também.

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No Alibaba, vendas em geral estão migrando em massa para o mobile  

Empresas chinesas desempenham papel importante no mercado de e-commerce brasileiro, mas o inverso não é verdade. No ano passado, o Internet Retailer identificou 11 players de e-commerce chineses entre os top 500 varejistas online na América Latina (o AliExpress ficou no topo da lista com uma margem de #38). Em contraste, poucos líderes brasileiros operam fora de suas regiões; o cross-border não é a principal prioridade para a maioria deles. Porém, um ponto a ser destacado sobre as compras de consumidores brasileiros em sites chineses é: a média de valor do pedido tende a ser baixa.

Iniciativas omnichannel são diferentes. O cenário do e-commerce brasileiro é parecido ao dos Estados Unidos e Reino Unido em que os players líderes são uma combinação de players puramente online e varejistas tradicionais. O mercado chinês de e-commerce, porém, é dominado por players puramente online (web-only). Muitas ofertas no Brasil são, portanto, conduzidas pelos varejistas tradicionais e estão começando a se envolver de maneira parecida aos EUA e Europa.

Em contraste, na China, muitas discussões se concentraram em iniciativas online para o offline (O2O) conduzidas pelos players líderes do web-only.

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No Brasil, o cenário do e-commerce inclui muitos varejos tradicionais

Fornecedores de solução full service estão ajudando a agilizar a entrada do mercado em ambos países. Na China, Zia teve a chance de falar com Baozun e SP (SingPost) eCommerce, dois fornecedores de solução full service que ajudam marcas de e-commerce a começar e expandir seus negócios. No Brasil, ela se encontrou com a Infracommerce que fornece solução full-service para marcas construírem e expandirem operações no país. Como já discutido, as soluções full-service são geralmente uma opção de baixo custo para marcas que procuram por um parceiro que possa administrar seus negócios em um mercado complexo.

Opções de pagamento local são cruciais. Tanto na China como no Brasil, o acréscimo de alguma opção de pagamento local continua sendo a chave. No Brasil, muitos players de e-commerce oferecem boleto, bem como cartões de crédito locais e carteiras digitais – eles também oferecem aos consumidores a opção de pagarem em débito. Na China, o Alipay domina, mas outros players como Tenpay e China UnionPay são as opções mais populares. Em resumo, um foco em um operador de crédito internacional geralmente não é uma boa aposta em nenhum desses países.

A Forrester aprofundou a abordagem do mercado desses dois países em uma pesquisa – veja prévias da pesquisa sobre a China e Brasil, bem como alguns estudos que delineiam tendências chave no e-commerce dos dois países.

Leia mais sobre o mercado chinês: 

http://www.ecommercebrasil.com.br/eblog/2013/10/29/commerce-china-sera-responsavel-25-vendas-ate-2020/

http://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/uma-comparacao-entre-o-e-commerce-na-china-e-no-brasil/

http://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/webshoppers-2015-competitividade-com-sites-chineses-aumenta/

Fonte: Forrester