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Alta do dólar impacta preço de brinquedos para Dia das Crianças

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

Considerada a terceira data mais importante para o varejo, os produtos para o Dia das Crianças também sofreram com o impacto da recente desvalorização do câmbio. Levantamento realizado pela Betalabs, empresa especializada em gestão de comércio eletrônico, apontou que o preço médio de brinquedos e eletrônicos subiu 15% nos últimos dois meses.

A empresa consultou cerca de 200 lojas virtuais e apurou que, apesar da influência do dólar, muitos dos lojistas ainda não giraram o estoque com o câmbio abaixo do patamar atual. “Alguns produtos ainda permanecem com os preços antigos”, afirma Luan Gabellini, sócio-diretor da Betalabs. “O Dia das Crianças é uma grande aposta para os varejistas que têm a oportunidade de vender ainda o estoque não renovado antes da puxada do câmbio”, diz.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o Dia das Crianças deste ano deve movimentar R$ 1,9 bilhão, o que representa um aumento de 18% em relação à mesma data de 2014. A ABComm espera 6,8 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 285. Os números compreendem as vendas realizadas entre 21 de setembro e 9 de outubro.

A data também servirá como termômetro para a temporada de fim de ano, com eventos como Black Friday e Natal – feriado mais importante para o varejo. “A ideia dos varejistas é utilizar o Dia das Crianças pra mensurar o tamanho do impacto da crise nas datas mais fortes do ano – Black Friday e Natal”, afirma Gabellini. “A expectativa do varejo é entender como a reprecificação de produtos, em função da alta do dólar, e o comprometimento da renda podem afetar as vendas”, complementa.

Pesquisa divulgada nesta terça-feira (6) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que em média, os entrevistados pretendem comprar dois presentes e gastar em torno de R$ 160. Este valor representa uma queda de 43% na comparação com os gastos com presentes em 2014 (R$ 280,48).

Para evitar o impacto do aumento dos preço para os consumidores, os lojistas devem segurar o valor de produtos, afirma Eduardo Gimenes, sócio-diretor da Tray, empresa especializada em criação de lojas virtuais. “Alguns lojistas de olho nesta data e com o aumento do dólar acabaram realizando um planejamento com estoque e com isso os preços devem ser mantidos”, afirma.

O levantamento da Betalabs apontou que algumas lojas devem utilizar descontos para vendas à vista. “Para garantir um volume alto de vendas a aposta é elevar o parcelamento no cartão de crédito e trabalhar com descontos agressivos de até 10% no boleto bancário para alguns produtos”, afirma Gabellini.