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Alibaba não está fora de perigo após a recuperação da China do coronavírus

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

O surto de coronavírus prejudicou o rápido crescimento do Alibaba Group Holding Ltd., e espera-se que os desafios continuem, ainda que a China tenha conseguido controlar melhor sua situação de coronavírus.

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A gigante do comércio eletrônico alertou para um “impacto negativo” em seus negócios. O motivo seria porque menos pessoas estavam disponíveis para produzir mercadorias e entregar encomendas às portas dos clientes quando as cidades chinesas entraram em bloqueio após o feriado do Ano Novo Lunar.

Demanda do consumidor

Embora as questões de suprimento pareçam ter diminuído, agora há perguntas sobre como a demanda do consumidor por produtos de comércio eletrônico está se sustentando em meio a um período de incerteza econômica global e um desconforto contínuo com a propagação do vírus.

“Acreditamos que a empresa permanecerá materialmente exposta à uma recessão em escala global”, escreveu Mark Mahaney, analista da RBC Capital Markets, em meados de março. Apesar disso, a equipe de gerenciamento do Alibaba parece otimista, e garante que a empresa emergirá da crise em uma posição mais forte do que nunca. É preciso lembrar que a epidemia de SARS no início dos anos 2000 ajudou os consumidores chineses a se acostumarem a fazer compras online. A esperança, portanto, é que a pandemia do coronavírus leve a adoção ainda mais digital, incluindo serviços de mercearia online e ferramentas de trabalho remoto.

O que os números estão dizendo

Receita: embora os executivos da Alibaba não tenham fornecido previsões numéricas sobre a última chamada de lucros da empresa em fevereiro, o tom de seus comentários levou os analistas a reduzir suas estimativas para o período de março. Analistas consultados pela FactSet modelaram US$ 15,2 bilhões em receita para o quarto trimestre fiscal da Alibaba no final de março — quase alinhado com o que estavam projetando no final de fevereiro.

O que o Alibaba está dizendo

A administração do Alibaba divulgou, em uma demonstração de resultados, que a empresa teve um impacto negativo nos negócios nas duas semanas após o fim do feriado do Ano Novo Lunar. Existe demanda por bens e serviços existe, mas muitos pacotes não foram encontrados e entregues a tempo.

Com base no que a empresa viu durante os primeiros 13 dias de fevereiro, espera-se que o crescimento geral da receita seja “impactado negativamente” — enquanto algumas empresas, como serviços ao consumidor local e mercados de varejo chineses, poderão ter um crescimento negativo da receita.

O crescimento negativo do mercado de varejo da China marcaria uma forte reversão para um segmento que cresceu 36% no período de dezembro.

Ajuda no setor

O Alibaba anunciou que forneceria serviços gratuitos para empresas chinesas ao lidar com o surto de coronavírus. Para isso, a empresa reduziu ou renunciou a algumas taxas de plataforma, forneceu subsídios aos trabalhadores de entrega e ofereceu o uso gratuito de seus serviços de home office do Dingtalk.

O que os analistas estão dizendo

Tecnologia em nuvem

Rob Sanderson, da Loop Capital, no dia 2 de abril, disse esperar que todos os níveis do governo se movam agressivamente para digitalizar serviços e que os esforços de estímulo à infraestrutura sejam um fator significativo na demanda de nuvem. Segundo ele, isso poderia beneficiar os negócios em nuvem do Alibaba. Ele observou que o varejo online parece estar se recuperando bem, enquanto outras áreas da economia chinesa estão mais lentas. Sanderson tem uma classificação de compra e preço-alvo das ações do Alibaba de US$ 280.

Desempenho superior

Para Mark Mahaney, analista da RBC Capital Markets, o Alibaba pode estar entre as “empresas mais prejudicadas” durante o surto de coronavírus. Em nota aos clientes publicada em de 20 de março, ele já havia avisado que a empresa estaria “materialmente exposta” à uma recessão global — embora continue a classificar as ações com desempenho superior à meta de US$ 235.

Retorno das entregas

“Esperamos que os recursos de logística (ex-Hubei) da rede de Cainiao estejam de volta às operações normais, com quase 3 milhões de funcionários de entrega”, escreveu o analista da Jefferies Thomas Chong em 15 de março. Na ocasião, ele se referia à rede de logística do Alibaba. O especialista chamou o Alibaba de “escolha de primeira linha” em uma nota de 9 de abril para os clientes, enquanto reiterava uma classificação de compra e uma meta de US$ 280.

Crescimento uniforme

Já o analista da Raymond James, Aaron Kessler — que possui uma forte classificação de compra de ações —, espera que o impacto do coronavírus seja amplamente contido no trimestre de março. “A retomada do crescimento será aprimorado no trimestre de junho”, escreveu. Ele disse em um relatório de 16 de março que também “está confortável com as estimativas do Alibaba para o trimestre de março, que assumem um crescimento uniforme da receita ano após ano para o principal segmento de mercado”.

Fonte: Market Watch