Em Maio de 2014, o Portal Terra publicou uma matéria que em um primeiro momento pode não ter nada em relação ao Brasil, porém, por outro lado como os EUA acabam ditando os rumos do varejo em todo o planeta, concordo com o Portal Terra quando ele diz que o Brasil precisa abrir os olhos. Segundo a matéria, uma obra chamada Black Friday, do fotógrafo que usa o pseudônimo Seph Lawless, mostra fotos de shoppings nos EUA completamente abandonados.
Segundo a matéria, nos EUA 15% dos Shoppings vão falir ou serão transformados em outros espaços comerciais. Aqui no Brasil, Segundo pesquisa do Ibope, os 36 empreendimentos inaugurados no ano passado abriram em média com metade das lojas fechadas por falta de locatários, ou seja, essa tendência no Brasil pode não estar tão longe do Brasil. Alguns Shoppings abriram com 38% da sua ocupação. Até o final de 2014, o Brasil terá 530 Shoppings Centers, sendo que uma grande maioria está fora das grandes capitais, o que pode ser um grande problema, pois os Shoppings podem ter sido abertos em locais onde a demanda é menor do que esperado.
Hoje, nos Shopping, a exceção de semanas antes de datas sazonais como Dia das Mães, Pais, Namorados, Crianças e Natal, estamos acompanhando cada vez mais os estacionamentos lotados, as pessoas caminhando pelo shopping, mas as lojas vazias! Me lembro de ter conversado com um gerente de shopping certa vez que me disse estar ganhando dinheiro com estacionamento, praça de alimentação e cinema, o que mostra, que os shoppings no Brasil já começam a ser centros de entretenimento mais do que compra.
Um amigo meu, certa vez, me disse que prefere ir ao shopping para comer pela segurança do estacionamento, mas que compra mesmo, dificilmente faz nas lojas, pois prefere comprar pela web uma vez que ele não precisa ficar passeando com sacolas e mais sacolas pelo shopping, segundo ele, ostentando compras. O medo de ser assaltado ao sair do Shopping por ter várias sacolas e consequentemente acharem que ele é rico, faz com que ele compre o que precisa nas lojas online.
E qual a principal razão disso tudo? Jogar a “culpa” na Internet é uma das primeiras ideias que vem e mente, mas será que é só isso? Ou por exemplo, o aumento dos assaltos em estacionamentos de Shoppings e os preços altos desses estacionamentos, não afugentam? A maioria dos Shoppings, pelo menos na cidade de São Paulo, ficam em avenidas de grande movimento, consequentemente, transito. Poucos ficam próximos a metros ou Trens. Engraçado, em São Paulo, por exemplo, há shoppings próximo a estações de Trem, transporte usado pela Classe CD, mas próximos a shopping classe A, como JK Iguatemi (Classe AAA), Shopping Morumbi e Market Place.
Mas voltando ao assunto Internet, o que ela tem, ou pode ter, a ver com tudo isso? Se pensarmos no conceito Showrommer, altamente discutido em 2013 e 2014 pelo mercado de varejo online e simplesmente ignorado pelo mercado de Shoppings, podemos sim, creditar esse problema dos shoppings a Internet. Se pensarmos que nos EUA há pelo menos uns 100 milhões de e-consumidores e lá o problema dos shoppings é maior, podemos fazer essa relação. Aqui no Brasil, ainda são apenas 50 milhões de pessoas que compram online, e claro, nos shoppings também, mas até quando as pessoas ainda vão comprar nos Shoppings?
Conheço marcas que possuem lojas em muitos shoppings e até lojas nas ruas, mas que as suas lojas online, estão entre as 3 lojas que mais vendem. O detalhe é que algumas dessas lojas online possuem de 1 a 2 anos de operação ao passo que as lojas físicas possuem mais de 20 anos. Sim, podemos creditar a Internet a queda dos shoppings. A única coisa que posso dar de dica aos gestores de Shoppings é que pensem na Internet com mais carinho e se tornem “amigos” dessa ferramenta, ou em breve, ela vai obrigar você a reinventar o seu negócio, ou em casos de maior miopia, acabar com ele.
Muita catástrofe? Saia da sua sala, vá para os corredores dos shoppings, converse com as pessoas, leia pesquisas, use seus canais digitais, se você tiver, para pesquisar e entenda algo simples: Onde as pessoas compram e na visão deles, o que hoje, são os shoppings?