Logo E-Commerce Brasil

O que os varejistas irão aprender com a crise

Por: Alan Rocumback

É CMO na Ciclo.

Dependendo do período que estiver lendo este conteúdo, você pode estar no pico da maior crise que o mundo já viveu ou pós-crise e suas devastações. Estamos falando da pandemia que assombra o mundo, o novo coronavírus — ou Covid-19.

Diferente das outras crises que já enfrentamos, como a crise de 1929 ou a crise de 2008, essa ataca a economia real. A grande maioria dos comércios físicos está com as portas fechadas, assim como muitas fábricas. E, claro, a maioria da população em casa.

Dado a este contexto, o que os varejistas vão tirar de aprendizado desta crise? Visto que atualmente no Brasil 95% do varejo ainda é físico.

Em conversa com diversos gestores ao longo do meu dia a dia, pude pegar diversos os feedbacks de como tem enfrentado, e noto alguns principais aprendizados.

1 – Concentração de canais de venda

Muitos varejistas sempre deram foco nas lojas físicas, e viram de um dia para o outro, suas portas fecharem e sua receita cair drasticamente. Esse é um dos aprendizados que ficará para os varejistas. Assim como não depender de uma única linha de produtos, também contar com novos canais de venda que possibilite chegar ao consumidor e ter novas fontes de receita.

2 – Problemas logísticos

Esse é um outro fator que me chamou atenção nas conversas com gestores. Muitos tiveram problemas relacionados a logística de entrega dos produtos. Isso vai desde o cenário que estamos de dólar a US$ 5,75, até dependência de poucos fornecedores que estão fechados.

O Brasil já conta com uma dificuldade no seu transportes de carga, uma concentração de pedidos nos Correios, entre outros fatores que são desafios. Mas este será um ponto de novo aprendizado para muitos varejistas que terão cada vez mais contato, visto a começar suas operações online.

3 – Novas tecnologias

Nesta crise, muitos tiveram que ter seus primeiros contatos com tecnologias comuns pra quem já vive no comércio eletrônico. Muitos conheceram o Mercado Livre, a plataforma de anúncio do Facebook, o Google Ads, e-commerces, entre outras.

A tecnologia avança cada vez mais rápido, e esses varejistas terão que ser ágeis para acompanhar as mudanças cada vez mais profundas no pós crise. Isso se quiserem ter o seu negócio prosperando.

4 – Proximidade e acesso ao cliente

Outro fator importante a ser aprendido é a proximidade maior e acesso ao cliente, e nisso falamos especificamente, no digital. O Brasil já possui mais smartphones do que pessoas, sendo que é o 2º no ranking em uso de redes sociais.

Se até agora os varejistas chegavam no cliente somente quando este visitava a loja física, ficou ainda mais claro a importância de adotar as principais ferramentas na internet para se relacionar com o cliente e estar presente onde ele estiver.

O cliente não está na loja física ou online. A discussão não é mais essa. O ponto é estar presente onde o consumidor estiver.

5 – Novos conhecimentos

Com essa transformação digital forçada, foi preciso novos conhecimentos. Aprender mais sobre persona, canais de venda online, ferramentas, tecnologia, mensuração de dados, entre outros assuntos desconhecidos para muitos varejistas. Pode-se notar no aumento das buscas para marketing digital.

O avanço do comércio eletrônico

Esses são alguns pontos principais que noto de comportamento conversando com gestores. E cada vez mais friso a importância da internet e a força que ela possui nos negócios. Não dá mais pra ignorar esta revolução que a internet possibilitou. O seu negócio pode ter funcionado muito bem nesses 30, 40 e 50 anos. Mas cada vez mais você perceberá que não é este modo que irá fazer a sua empresa estar viva daqui a 30, 40 e 50 anos.

Para dar um destaque maior e ficar mais claro, vamos aos fatos, aos números. Afinal, eles não mentem. Nos dados coletados pela Compre&Confie (e aqui você pode conferir o conteúdo na íntegra), fica claro o crescimento do e-commerce no período de 3 anos.

O comércio eletrônico já vem crescendo, e não é de ontem. Além disso há um espaço GIGANTESCO ainda para crescer, visto que somente 5% do varejo no Brasil é online.

E como isso se comporta na crise?

Será que na crise as pessoas não estão comprando? Na loja física, realmente não. Porém, o online demonstra crescimento. Há o fator claro de ser o único canal disponível (mesmo que para alguns essa ficha ainda não tenha caído), mas isso traz algo interessante. Novos consumidores estão descobrindo a compra online, e isso é o que ficará após a crise.

Evolução das compras online

Este é mais um aprendizado que os varejistas terão pós-crise. Os consumidores descobriram uma nova forma de consumo, e se você não estiver presente quando ele realizar a sua busca, todos aqueles 50, 70% de loja física serão trocados pela comodidade de comprar a um clique, dentro de casa, sentado no sofá.

Fica a pergunta: é mais arriscado trabalhar no online ou ficar fora dele?