Live commerce é o novo formato de vendas online que une transmissão em vídeo ao vivo, interatividade e e-commerce dentro de um mesmo ambiente. É vista como a grande promessa para os negócios digitais neste e nos próximos anos.
Precursora do live commerce, a China fez mais de 10 milhões de transmissões ao vivo, que tiveram 50 bilhões de visualizações e resultaram na venda de 20 milhões de produtos no primeiro semestre de 2020. A média foi de 55 mil sessões de streaming e 110 mil itens comercializados por dia, segundo o Ministério do Comércio da China.
Neste artigo, eu te conto sobre a origem do live commerce, a chegada dessa novidade ao Brasil e ainda dou dicas valiosas para que você comece a fazer lives de vendas.
Origem do live commerce
O formato nasceu na China a partir de lives feitas por cantores, gamers e comediantes, que recebiam “presentes virtuais” da audiência. Logo depois, as transmissões foram incorporadas pelo setor educativo e corporativo, chegando, em 2016, ao e-commerce pelas plataformas Taobao Live e Mogujie.
Em três anos, o live commerce explodiu no país e passou a responder por 4,5% das compras online.
Os produtos mais vendidos nas lives de vendas são cosméticos, alimentos, bebidas e vestuário.
Um dos cases de vendas ao vivo mais impressionantes envolveu Kim Kardashian e a livestreamer Viya. Durante uma transmissão pelo Taobao Live, em novembro de 2019, as duas comercializaram 15 mil frascos de perfume em poucos minutos.
Leia também: Você já fez Live Commerce? Se ainda não, saiba que deveria!
Austin Li, conhecido como o Rei do Batom, é um dos livestreamers mais populares no país. Em uma transmissão no Taobao Live, ele vendeu 15 mil batons. Li trabalhava como assistente de uma loja de cosméticos antes de se tornar influenciador digital, e suas lives são focadas em produtos de beleza. Ele já vendeu, além de batons, dezenas de milhares de unidades de máscaras faciais e essências.
Live commerce no Brasil
As lives de vendas chegaram ao e-commerce brasileiro em meados de 2020, durante a pandemia de Covid-19, trazida tanto por grandes marcas quanto por pequenos varejistas.
A primeira grande experiência de venda ao vivo no Brasil foi a da Americanas.com, que trouxe influenciadoras para demonstrar produtos de maquiagem e skincare, incluindo indicações de como usar e tendências. Depois, vieram Riachuelo, Polishop, Farm, Schutz, Arezzo, Renner, entre outras.
No Brasil, as lives têm resenhas de produtos, shows, desfiles, dicas, desafios de looks e, claro, ofertas, para criar convergência entre conteúdo, entretenimento e comércio.
Dicas para começar no live commerce
Na China, as lives acontecem integralmente dentro de uma única plataforma, que tem todos os recursos: vídeo, interação e compra. No Brasil, são poucas as ferramentas disponíveis, mas esse mercado tende a crescer.
Você pode começar pelo básico e transmitir os vídeos no Instagram, no Facebook e no YouTube. Só é preciso instruir os consumidores para finalizar a compra no e-commerce ou no app.
Defina a finalidade da live: reconhecimento de marca, lançamento de produto ou vendas gerais. Parece óbvio, mas não custa reforçar que é preciso ter roteiro, cenário, equipe de gravação e de backstage, apresentador, equipamentos, enfim, contar com infraestrutura que permita a transmissão, as vendas e a interação com os consumidores.
Na live de vendas, o segredo é despertar no consumidor uma necessidade que ele nem sabia que tinha. Use o live commerce para mostrar o produto na prática, suas formas de uso, fale sobre seus benefícios e conte como ele resolve um problema.