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Gestão financeira no marketplace: como deve ser feita essa etapa

Por: Lucas Vidal

Gerente de Novos Negócios da SkyHub, empresa especialista em integração com os principais marketplaces do Brasil. Formado em Engenharia de Produção pela UFRGS com Mestrado pela Ecole Centrale Marseille, na França. Na SkyHub é responsável pela área comercial, bem como a manutenção das parceiras com os diferentes marketplaces que a SkyHub integra

A gestão financeira no marketplace requer alguma atenção: isso vai desde a forma de pagamento e recebimento em cada canal, até mesmo às formas de gerir o faturamento do negócio em todos os marketplaces e também na loja virtual.

Os valores de pedidos, e entradas de recursos financeiros devem ser acompanhados de perto e de forma que haja uma percepção clara de todos os detalhes. O ideal é o gestor ter acesso fácil a todos os dados financeiros (incluindo, receita, números de transações, pagamentos em andamento, etc.) e cruzá-los entre si.

Só assim será possível não só controlar o faturamento, mas compreender também os canais com melhores desempenhos, produtos com maior saída e que geram maior receita e entender, como um todo, em que pé andam as finanças da empresa.

Para quem tem dúvidas sobre como funciona e como melhorar a gestão financeira nos marketplaces, vale se atentar a estes cinco itens:

1) Saiba antes qual o modelo de pagamento do(s) marketplace(s) escolhido(s)

É muito bom que o lojista se integre a mais de um marketplace e esteja em todos aqueles que comportem o seu perfil de negócio.

Só que antes de tudo, é preciso conhecer o modelo de pagamento de cada marketplace, já que isso pode variar de canal para canal. Alguns, por exemplo, efetuam o pagamento ao lojista de 30 em 30 dias, outros de 15 em 15 dias ou ainda diariamente. Mas, em geral, quase todos eles partilham da mesma política de pagamento que tende a ser sem qualquer taxa de setup e cobrando apenas um comissionamento por venda realizada.

Em alguns casos, o pagamento poderá ser adiantado pelo canal, se o lojista assim requisitar, mas o marketplace poderá cobrar uma comissão maior por isso. De qualquer forma, antes de iniciar a gestão financeira de sua presença nos marketplaces, vale levantar todas as informações básicas que você precisa saber, ainda durante a negociação, mas que serão úteis na hora de controlar tudo o que entra e o que sai (como comissionamento) de seu faturamento no marketplace

2) Saiba quais são as comissões e variações médias de valor por canal

Na média, os canais tendem a cobrar uma taxa de comissionamento que gira em torno de 16% sobre o valor do produto. Mas, essa quantia pode variar, para mais e para menos, conforme as políticas do próprio canal de marketplace, ou ainda levando em conta o tamanho do negócio que será integrado, seu nicho de mercado, e as formas de recebimento – com ou sem adiantamento, etc.

Por conta de concorrência e demanda, algumas categorias também podem exigir uma comissão maior do que outras e alguns modelos de marketplace podem preferir cobrar a comissão conforme o tipo de anúncio aplicado. Isso tudo deverá ser levantado já no ato da negociação, onde é preciso haver transparência da política de comissionamento e como ela se aplica ao seu perfil de negócio.

3) Use o ERP como um aliado do split financeiro

O ERP também pode ser um facilitador da gestão financeira. Isso porque as informações sobre o preço dos produtos, centralizadas em um ERP. Por isso, o ERP acaba se tornando um aliado do split (desdobramento) financeiro e, principalmente se contar com ferramentas de integração, ele ajuda a dar visibilidade aos valores de cada produto vendido, permitindo a consulta de relatórios detalhados de quanto a empresa vendeu, em volume de dinheiro, em todos os marketplaces onde está presente.

4) Controle a gestão de recebíveis em um e todos os marketplaces

Após a integração em vários marketplaces, pode ser desafiador, para alguns, ter que acompanhar a gestão de recebíveis em todas as plataformas. Mas, na verdade, isso pode ser realmente simples com a ajuda de um integrador de marketplaces, já que eles contribuem ao unificar os dados importantes para se controlar as finanças do negócio.

Estes integradores podem contar com dashboards onde exibem a receita total arrecadada pelo lojista e os números de pedidos por canais, produto, região, além do número total de pedidos e ticket médio arrecadado. Fora isso, é possível ver o detalhamento do pedido, incluindo a confirmação de pagamento, o que ajuda a aprimorar a gestão do faturamento com a previsão do valor que há a receber e que poderá somar-se à receita da empresa no futuro.

O mais importante é que essa visibilidade da receita de todos os marketplaces onde o lojista está presente, bem como relatórios detalhados, são itens que, de uma maneira ou de outra, precisam existir. A gestão financeira precisa ter controle de resultados e faturamento de todos os marketplaces, inclusive para entender em quais deles está sendo mais rentável.

5) Controle a receita dos marketplaces e do próprio e-commerce

Outro aspecto essencial na gestão financeira é olhar o negócio como um todo, cruzando relatórios do integrador e identificando o desempenho das vendas não apenas no marketplace, mas na sua própria loja virtual também. Com o integrador, também é possível consultar isso de forma simples, já que ele tende a exibir um canal específico para o ERP do e-commerce, onde gestores podem consultar o faturamento gerado apenas através dele e comparado aos demais canais.

Subtraindo a percentagem cobrada como comissão fica fácil entender o que entrou efetivamente como retorno. Para facilitar isso, vale manter em mãos e controlar periodicamente todos os relatórios, quer sejam os gerados pelo integrador, pelos canais ou mesmo os relatórios próprios do e-commerce, de preferência todos eles. As finanças devem não só fechar em dia, mas identificar onde ampliar a exposição de produtos está valendo mais a pena.

Estes passos são os mais básicos para gerir o faturamento no marketplace. Mas, e você? Já usa todos eles? Gera mais algum dado que o texto não abordou? Conte pra gente!