Muito tem se falado sobre lojas virtuais no Brasil que não atingem nem mesmo 10 pedidos ao mês e sobre a supremacia do e-commerce de gigantes que operam sem realizar distribuição de lucros na tentativa de expandir cada vez mais os seus negócios.
Nessa seara, constato que a batalha no mundo dos negócios online é de fato acirrada. Já mencionei aqui no portal E-Commerce Brasil em outro texto sobre essa constatação e falar sobre isso novamente seria um mero truísmo.
Porém, como parte da introdução desse artigo, vale a pena contextualizar o tema a ser abordado. A pergunta que sempre fazemos é: não tenho recursos financeiros suficientes para fazer a máquina operar e os gigantes aparentemente os têm de sobra, como superar essa questão?
A história de começar o seu negócio pequeno e ir ganhando corpo conforme a demanda vai surgindo também é válida para o seu e-commerce – mas de que forma isso se dá? Com pouco tempo que tenho no mercado online, separo abaixo alguns pontos interessantes que você pode avaliar e possivelmente testar em sua loja online. Apresento uma teia de ideias que devem estar conectadas na busca dos resultados do seu e-commerce.
A primeira delas é: construa autoridade perante o Google para atrair clientes com buscas orgânicas. Parece meio fantasiosa a ideia de que alguém irá comprar em sua loja online porque simplesmente digitou algo como “X comprar”, onde a letra X representa o seu produto. Mas de fato isso ocorre. Usar o Google Analytics na função “tempo real” significa averiguar essa ocorrência.
Você deve otimizar os termos presentes em sua loja online, mas o blog é uma ferramenta poderosa quando preenchido com dezenas de artigos. Sim, eu disse dezenas, mas mentalize centenas. Se você e mais 1 ou 2 pessoas compõem parte da sua equipe, priorize o blog a longo prazo com artigos específicos sobre temas correlatos ao seu produto e use palavras-chave certeiras no texto as quais podem ser pesquisadas digitando no próprio Google e com o planejador de palavras chave do Google Adwords (mais abaixo falarei sobre o Adwords).
Os títulos dos artigos no blog devem ser muito atrativos. Não exagere com títulos do tipo “5 razões porque a sua sogra ama a nossa loja online e você também deve amar” ou “Lojas online que você deve evitar – compre na nossa!”. Posts com títulos contendo expressões como “o que significa” “como usar” e “dicas geniais” costumam apresentar bons resultados em termos de cliques por impressões.
Use o Google Webmaster Tools para saber as palavras ou frases que fazem com que a sua loja online seja exibida para alguém ao pesquisar no Google. Essas palavras devem ser parte das palavras-chave dos textos do blog.
Para cada texto escolha uma palavra-chave principal que deverá constar no início do título para fins de otimização. Qual é o produto principal da sua loja? Tocas cirúrgicas customizadas? Pesquise no Google a respeito desse tema e repare os links que estão sempre sendo exibidos na primeira página, visite esses links e identifique o que eles possuem de tão especial para estarem no topo das buscas.
Nunca desista do blog, trata-se de um trabalho árduo (principalmente em se tratando de textos bem escritos e projetados para atrair buscas orgânicas), mas com dezenas de artigos publicados sobre o tema você irá colher bons frutos, acredite. A maioria das lojas online acabam desistindo do blog no médio prazo aumentando a dedicação em outras frentes, não deixe que isso ocorra com o seu e-commerce. Se dedique a outros afazeres, porém busque o seu espaço com dezenas de artigos (imagine centenas) publicados em um blog.
Um dia desses analisando as visitas em nosso site (composto de loja, blog e outras sessões) através da função “tempo real” do Google Analytics uma pessoa de Brasília realizou uma busca no Google com um termo X específico e caiu em um texto do nosso blog.
Obviamente, esse texto continha a expressão que a pessoa empregava em sua busca. Ela visitou outras páginas, acessou dois produtos, cadastrou-se em nossa Newsletter para receber mensagens e zarpou. Disparamos um e-mail de boas-vindas padrão com uma imagem do produto que ela visitou e permaneceu em sua respectiva página por um bom tempo. Passados 5 minutos a visitante (agora compradora) voltou e efetuou um pedido em nosso e-commerce. Pergunte-me se já não fizemos isso outras vezes, colhendo bons resultados?
Se você não tem uma caixa (espécie de pop-up) que coleta e-mails de pessoas que acessam o seu site, providencie. Lembrando de acertar os detalhes com o programador como em quais páginas do seu site ela deverá ser exibida.
Caso você já tenha se perguntado sobre usar ou não o Google Adwords (sim, os cliques estão cada vez mais caros), a nossa experiência, após testes feitos em todas as alternativas disponibilizadas pelo próprio, não foi surpreendente, apesar de estar acima da média do mercado considerando os números que temos acesso.
Se analisarmos em termos de impressões/cliques/conversões, o Google Adwords não é nenhuma ferramenta mágica, mas pode agregar algum tipo de valor à sua marca (o chamado bem intangível) que é justamente o trabalho da nossa equipe. Não posso mencionar à miúde o que temos feito por questões de sigilo estratégico e “deveres fiduciários”, mas confesso que foi preciso testar (e gastar) durante bons meses até identificar o tiro certeiro para o nosso negócio online. Não usamos uma Blitzkrieg como sugerido por alguns, mas estamos satisfeitos com o nosso BINA.
É que já li inúmeros textos de autores afirmando que as pessoas perderam a fé que possuíam em anúncios, como se os mesmos estivessem padecendo de credibilidade e por isso o público estaria investigando mais cautelosa e minunciosamente as ofertas. A confiança das pessoas estaria passando longe dos anúncios? Estaríamos entrando em uma nova fase do tipo gato escaldado que tem medo de água fria? Who knows… só o tempo irá dizer.