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Como as embalagens podem colaborar com a sustentabilidade da sua operação?

Por: Flávia Moreira

É engenheira bioquímica e tem mais de 10 anos de experiência em Marketing e Gestão de Projetos. Atualmente é gerente de marketing na Sealed Air para os segmentos de Fulfillment e Indústria na América Latina.

Depois de um ano de grandes números para o varejo eletrônico, é natural que nos perguntemos: e agora, para onde vai este mercado? É difícil ter uma resposta exata, mas vou me permitir ousar ao trazer uma tendência que, na minha opinião, movimentará ainda mais as operações de e-commerce neste ano: a sustentabilidade!

E quando falo em sustentabilidade no varejo eletrônico, a primeira coisa que vem em mente é a questão das embalagens secundárias. Sim, aquelas que garantem a proteção adequada do produto em sua jornada logística. E a grande verdade é que não há e-commerce sem embalagem. Então, precisamos investir cada vez mais em inovação para desenvolver soluções de proteção robustas, que aumentem a eficiência e promovam sustentabilidade.

Se não há e-commerce sem embalagem, imagine só o e-grocery. Em 2020, vimos varejistas se depararem com o enorme desafio de prover a logística ideal para garantir qualidade aos alimentos escolhidos pelos shoppers via plataformas digitais. Afinal, com o período de isolamento social, a sobrevivência do varejo estava em jogo. E, como nunca antes vivido, foi preciso agir para entregar a melhor a experiência ao cliente — que em grande parte dos casos fez compras online pela primeira vez.

Além da correta proteção contra impacto e umidade, a busca por soluções de embalagens precisa levar em conta a conservação da temperatura ideal para o produto a ser transportado, seja ele um eletrônico ou, principalmente, um alimento. O prejuízo de uma embalagem inadequada vai além do custo, e aqui eu volto ao tema principal desta conversa. Quando a mercadoria não é devidamente protegida em sua jornada logística, ela poderá gerar uma péssima experiência de compra e demandar uma nova operação logística para substituição do produto. Ou seja, mais material para embalagem, mais impacto ambiental do transporte e mais custo para o varejista.

Se fizermos um recorte para o e-grocery, a responsabilidade das embalagens primárias e secundárias no impacto de uma operação sustentável vai além. Afinal, elas podem manter a conservação dos alimentos e evitar desperdício na cadeia logística. Neste processo, o tipo de material da embalagem é fator decisivo para combater desperdício de alimentos.

Outro ponto que contribui em muito com a sustentabilidade na cadeia do e-commerce é a presença da automação nos centros de fulfillment. Seja em um processo automático ou semiautomático, a automação traz velocidade e maximiza o uso de recursos. Com a tecnologia é possível, por exemplo, reduzir a cubagem por meio de embalagens dimensionadas conforme tamanho do produto — evitando uso de material em excesso. Essa otimização evita a frustração de clientes diante de material de embalagem desnecessário. Além disso, a redução de tamanho influencia diretamente na otimização do armazenamento e transporte, reduzindo custo de frete.

Para o e-commerce continuar crescendo de maneira ambientalmente sustentável, é inevitável começar a pensar em toda a cadeia do varejo. É preciso haver soluções inteligentes de embalagens que permitam alta capilaridade das operações — com uso adequado de quantidade e qualidade de material —, garantindo a proteção ideal para os produtos e a satisfação dos clientes.

Não podemos deixar de considerar o destino das embalagens. É preciso atuação de todos no desenvolvimento de uma economia circular. Os fabricantes de embalagem têm a responsabilidade de:

  • investir em desenvolvimento sustentável;
  • fornecer informação de qualidade sobre o destino correto das embalagens;
  • e contribuir com a infraestrutura para reciclagem.

Existe muito a ser feito e atuar de forma colaborativa será fator decisivo para que tenhamos um mundo melhor.