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Correios e loja virtual: fatos sobre esse parceiro estratégico

Correios ou correio? Levei as mercadorias no correio ou levei as mercadorias nos correios? Qual o correto? O correio estava fechado ou os correios estavam fechados? Por precaução, sempre adotei a forma: fui a uma agência dos correios. Pronto, problema resolvido.

Em 2013, assistindo a uma palestra do fundador da Netshoes, um dos ouvintes presentes perguntou sobre uma espécie de agência dos correios on-demand que a empresa havia conseguido implementar. Achei bem interessante aquilo. O palestrante falou sobre horário de corte no sentido de evitar que pedidos fossem prejudicados no seu prazo de entrega e outras coisas mais.

Que positivo é saber que a Netshoes planeja (ou planejava) se listar na bolsa americana. Muitas empresas brasileiras listadas na bolsa americana estão sempre fortalecendo o seu compliance. Um dos propósitos é não correr riscos de ferir alguma(s) das normas do ato americano FCPA em decorrência de desvios de condutas por parte de seus colaboradores que porventura possam ocorrer envolvendo alguma organização pública, como os Correios. A prevenção é sempre o melhor remédio.

Mas voltando ao assunto central desse texto, os Correios no Brasil sempre desempenharam um papel muito importante no país, desde a carta enviada por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, marcando o início simbólico do serviço postal brasileiro.

Há quem diga que os serviços prestados por essa organização tornaram-se extremamente obsoletos e que com a era das invenções que estamos presenciando, deixem de existir.

Interessante que, nos seus primeiros anos de operação, os Correios determinavam que quem ficaria responsável por pagar o envio de uma correspondência seria o destinatário, quando hoje, ambas as opções, ou seja, pagamento por remetente ou destinatário, é possível.

Segundo informações do site oficial da instituição, em 1929 foi criada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em 82 lançaram o famoso SEDEX, em 2001 surgiu o SEDEX 10, em 2002 o serviço PAC para “empresas que não tinham urgência em suas remessas, mas exigiam economia, segurança, regularidade e confiabilidade”, em 2009 ocorre o julgamento do STF garantindo a exclusividade da ECT para prestação dos serviços postais e em 2013 carteiros passaram a usar smartphones como equipamento funcional acessório (ainda não vi).

Os Correios, em parceria firmada com a APEX, divulgaram a abertura da sua primeira unidade internacional – uma agência localizada em Miami nas mesmas instalações da APEX. Porque Miami? É que de acordo com informações do site da APEX “a escolha dos Estados Unidos para início do processo de internacionalização dos Correios se deve ao fato de que 42% do tráfego postal internacional brasileiro vem da relação do Brasil com os EUA”.

Em um relatório da administração dos Correios (2013) há a constatação de que quanto às tendências do mercado postal “o negócio de correspondência em suporte de papel continua ainda respondendo pela maior fatia das receitas totais da maioria dos Correios, entretanto, a tendência é a diversificação dos negócios para recompor os ganhos e diminuir a vulnerabilidade, tais como: encomenda (sobretudo devido ao boom do e-commerce), serviços de entrega expressa e logística.” Nesse mesmo relatório (você pode ler aqui) é afirmada a relevância do ganho de receitas com vendas para empresas de comércio eletrônico.

A pulverização dos negócios da empresa pública parece ser irreversível, haja vista a criação do banco postal e outros mais. Estratégia importante e decisão acertada por parte dos seus administradores.

Você já pensou nas consequências em casos onde um produto da sua loja não chega até um consumidor dentro do prazo estipulado? Ainda que a culpa não seja originalmente sua, isto é, tenha origem com algum problema de logística dos Correios e o prazo (determinado pelos Correios e repassado ao cliente por você) seja comprometido. Já pensou em que tipo de ato por parte do seu cliente essa falha pode culminar, principalmente se tratando de algum evento especial?

Dada a hipótese apresentada, a culpa é da sua loja virtual ou dos Correios? Acredita que o seu cliente está disposto a diferenciar os motivos pelos quais o pedido atrasou e de quem é a culpa na verdade?

Você crê piamente que o seu cliente irá entrar em contato diretamente com os Correios para realizar uma reclamação ou qualquer tipo de manifestação? Ora, afinal de contas, o pensamento de qualquer homem-médio seria “comprei na loja virtual tal e se não chegou a culpa é deles”.

Recentemente os Correios sofreram uma derrota no STJ porque o órgão não cumpriu o prazo de entrega de pranchas a um surfista profissional que enviou pranchas de um local a outro devido a uma competição e não pode participar do campeonato em função do atraso. Não se trata de alguma venda efetuada por e-commerce, mas acho que já dá para você ter uma ideia do que estou falando.

Quanto ao seu e-commerce, como se não bastasse todos os outros elementos atrelados ao estabelecimento da sua loja virtual, você também não pode se dar ao luxo de esquecer sobre a forma de envio dos pedidos da sua loja online.

Além disso, é recomendável que um pedido seja classificado como finalizado ou concluído somente após a entrega do mesmo, ou seja, tão logo o cliente receba a mercadoria.

E você? Tem alguma experiência para compartilhar a respeito desse importante parceiro? Use o espaço abaixo!