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Walmart enfrenta concorrência cada vez mais acirrada na China

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Nos meses anteriores à variante delta afetar as viagens domésticas na China, funcionários do Walmart costumavam voar regularmente para cidades como Xangai para observar e tirar fotos do que seus concorrentes estavam fazendo, de acordo com pessoas a par das práticas da empresa. Às vezes, eram descobertos e impedidos de permanecer no estabelecimento.

Embora observar rivais não seja atípico no setor, a tarefa ganhou mais urgência para a maior varejista do mundo no último ano.

Um quarto de século depois de entrar na China e transformar a maneira como as pessoas compram mantimentos, o Walmart está em uma encruzilhada.

Caiu do segundo lugar em 2011 para o quarto no setor de hipermercados da China, sem ganhar participação de mercado. A concorrência acirrada de rivais chineses como o gigante de comércio eletrônico Alibaba já levou a alemã Metro e a rede francesa Carrefour a deixarem o país.

A estratégia do Walmart na China é construir empresas locais fortes em um setor altamente competitivo

O Walmart tem se consolado com o sucesso de sua franquia exclusiva para membros, o Sam’s Club. Em contraste com os Estados Unidos, onde a marca é vista como um destino de compras em grandes quantidades e sem sofisticação, na China, a rede vende produtos importados premium, atraindo compradores da classe média.

Porém, mais rivais estão entrando no espaço de clube de compras, levando a uma reavaliação do modelo do Walmart em um mercado que, embora responda por apenas 2,1% da receita global, representa uma grande oportunidade estratégica e de crescimento para a varejista.

“A China é um mercado importante para o Walmart, porque ainda representa uma oportunidade de crescimento de longo prazo, o que explica porque a empresa está investindo em expertise para tentar melhorar seus resultados lá”, disse Jennifer Bartashus, analista de bens de consumo na Bloomberg Intelligence.

“Embora o Walmart dos EUA tenha aumentado as vendas devido à pandemia e o negócio principal seja forte, a empresa ainda acredita que o sucesso internacional é fundamental para o crescimento a longo prazo.”

À medida que aumenta a distância de crescimento entre seus hipermercados e clube de compras na China, o Walmart tem promovido uma integração mais estreita das funções para que os executivos de unidades de expansão mais rápida possam ter mais peso na definição da estratégia geral da empresa no país, de acordo com pessoas a par do assunto. O Walmart China contratou a McKinsey & Co para a revisão da estratégia, acrescentaram as pessoas.

Por exemplo, alguns gerentes do Sam’s Club agora colideram as operações de hipermercados, apesar de demissões e saídas de executivos nesse setor. O desempenho geral dos negócios da China também foi adicionado como métrica nos cálculos de bônus este ano para estimular inovações, segundo memorando interno visto pela Bloomberg.

A estratégia do Walmart na China e em outros mercados é construir empresas locais fortes em um setor altamente competitivo, disse um representante da varejista.

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Fonte: Bloomberg, via Money Times