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Visa mira Pix para ampliar negócios fora de cartões no Brasil

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A Visa está vendendo serviços de prevenção de fraudes e autenticação de transações para participantes do Pix, o serviço brasileiro de pagamentos, como parte do plano global para ser conhecida como empresa de tecnologia e não apenas bandeira de cartões, disse o presidente da companhia no Brasil.

“Nossa meta é de que os serviços de tecnologia representem dois dígitos das nossas receitas”, disse Fernando Teles à Reuters.

A estratégia deve envolver a oferta no Brasil de serviços de empresas compradas pela Visa nos últimos anos em várias partes do mundo, como a startup de transferências digitais Plaid, em janeiro, e a EarthPort, de remessas internacionais, em 2019. No Brasil, a Visa já havia investido na Conductor, também de pagamento digital.

Empresas globais de pagamentos estão agindo para não perderem força já que transações financeiras com cartões de débito e de crédito vêm rapidamente enfrentando a concorrência de uma série de outras modalidades de pagamento digital. A Visa já vende soluções para o mercado de pagamentos instantâneos na Índia, na Rússia e no Reino Unido.

Simultaneamente, a Visa mais recentemente passou a prestar serviços para pagamentos em ambientes fechados baseados em blockchain e a processar transações feitas por bandeiras menores de cartões, nos Estados Unidos.

“No longo prazo, esses serviços responderão por uma parcela significativa das receitas da Visa, disse Teles.

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Pagamentos com Pix

Aberto na semana passada para cadastramento, o Pix já teve cerca de 30 milhões de chaves registradas, segundo dados do Banco Central. O sistema, que permitirá fazer transferências bancárias 24 horas por dia, todos os dias do ano, começa a funcionar oficialmente em novembro.

Além de se infiltrarem no Pix, Visa e a rival MasterCard participam de outra modalidade de pagamentos, por WhatsApp, que o BC por ora autorizou apenas em fase de testes. A taxa prevista para ser cobrada sobre lojistas é de 3,99% sobre o valor das transações.

“É uma taxa competitiva, considerando que em outros canais, a taxa é maior”, disse Teles.

Pegar carona em segmentos em expansão pode também ajudar a compensar impactos recentes da pandemia de Covid-19, o que, no caso da Visa, fez a empresa experimentar queda de receitas e lucro globais no trimestre encerrado em junho, no primeiro declínio ano a ano desde que a empresa abriu capital em 2008.

No Brasil, disse Teles, a queda no volume de transações por meio de cartões com bandeira Visa chegou a cerca de 40% em abril, no comparativo anual. Com o gradual relaxamento da quarentena em vários estados do país, o ritmo se recuperou e, nos último semanas, já está até superior ante mesma etapa de 2019.

Segundo o executivo, um dos fatores que contribuíram para essa rápida recuperação foi a percepção de que grande parte dos pagamentos migrou para o comércio eletrônico, o que exigiu resposta rápida.

“Mudamos processo de aprovação de transações durante a pandemia, que antes era mais detalhado, mas foi atualizado porque os hábitos de consumo mudaram”, afirmou Teles.

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As informações são da Reuters