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Vender para quem quer comprar é mindset do passado, analisa CEO da CONVERT

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Funeral do funil de vendas? Será que esse modelo consolidado pelo marketing digital chegou ao fim? A previsão foi traçada pela CEO da CONVERT, do Grupo Dreamers, Glaucia Montanha, convidada do E-Commerce Brasil para palestrar, nesta quinta-feira (07), no Grocery & Drinks, congresso de e-commerce.

Durante a palestra Vender para quem comprar será dependência de alto investimento nos segmentos de alimentos e bebidas, Glaucia chamou a atenção para ampliação dessa lógica, em virtude do novo momento que a sociedade vive.

“Existe uma mudança no comportamento do consumidor que a gente precisa refletir. Existe um movimento constante que varia de acordo com cada audiência, A audiência está em movimento, então a gente precisa ter esse olhar todos os dias, eu quero uma coisa hoje, amanhã, mudo de ideia, essa flexibilidade que a gente precisa acompanhar”, afirma.

Para a especialista, a categoria grocery e drinks permeia o tripé necessidades, indulgência e entretenimento, daí a necessidade de criar relevância, o que é impossível quando o varejista atenta-se somente a quem o procura.

“O consumidor mudou, a gente precisa ter um novo jeito, a forma de atuar também evoluiu, vender para quem quer comprar não pode mais ser o seu principal mindset no digital, porque nunca foi tão desafiador reter a atenção”, observa. A solução, destaca Glaucia, passa por uma conversa sobre jornada.

“Falar de dados não é nenhuma novidade, precisamos usá-los para guiar, adaptar e responder às nossas necessidades, porque o marketing está cada vez mais estratégico e centrado”, opina.

Ela ainda destaca que olhar para o digital, mirando em vender somente para quem quer comprar é esquecer a experiência omnichannel.

“A gente precisa pensar em gatilhos e jornada para praticar a empatia. O funil é de 1924, se a gente olhar a história dele, ele serve para acertar a verba, para fazer uma série de outras coisas, mas não para pensar só em consumidor, olhar para o fundo de funil é vender para quem quer comprar, quando eu não vendo para quem quer comprar, eu uso drives da categoria, promoção, senso de urgência, ofertas de momento, Dia D”, explica.

Reflexões

Para finalizar o momento, a CEO dividiu com o público algumas reflexões a serem praticadas. Confira:

1 – A experiência é o principal foco: ela vai desde a busca, passando pelas compras física e online, entrega e qualquer ponto de contato com a marca;

2 – Digital é mobile: é preciso pensar em digital first;

3 – O consumidor é omnichannel: não pense em meio, pense na experiência;

4 – Personalizar não é diferenciação: participe da conversa, aproxime e gere relevância;

5 – Humanizar é preciso: seja mais acolhedor;

6 – Amplie sua presença: preço é o que converte, mas não o que constrói;

7 – Menos pensamento de funil, mais pensamento de jornada: pensar em funil é seguir a lógica de vender para quem quer comprar.

Por Tatiana Moura, em cobertura especial para o Congresso Grocery & Drinks.

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