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Em evento, Banco Central explica tudo sobre como será o Pix

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista e editor do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

No próximo dia 16 de novembro o tão aguardado Pix, sistema digital de pagamentos do Banco Central, funcionará em todo o país. Para entender melhor como o sistema irá operar, os representantes do Banco Central do Brasil, Carlos Eduardo Brandt, Chefe Adjunto de Departamento, e Breno Lobo, Chefe de Subunidade, contaram em detalhes as funções e benefícios que o Pix trará ao ecossistema de pagamentos.

No evento The Future of E-commerce – Payments, os especialistas afirmaram que o Pix nasceu no contexto da revolução digital e no uso da tecnologia em todas as relações, inclusive as econômicas. Tem o papel moeda (incompatível com o contexto) e os instrumento que ainda tem lacunas, seja por velocidade ou usabilidade e experiência do usuário e custos e dinâmicas de antecipação necessária por um pagamento de velocidade.

Características do Pix

1 – Velocidade

O tempo de processo de uma operação no Pix é praticamente instantâneo, tanto para quem paga como quem recebe. A transação é finalizada em no máximo 10 segundos, ressaltando que existe um aperfeiçoamento para que seja até menos do que isso.

2 – Disponibilidade plena

O sistema funcionará 24 horas por dia, 7 dias por semana, em todos os dias do ano. Dessa forma, atenderá a todas as situações onde pessoas precisem realizar pagamentos, atendendo a todas as situações.

3 – Multiplicidade de casos de uso

Oferece à população um instrumento que é multiproposta, o qual oferece todo e qualquer tipo de pagamento e transferência realizados hoje no país — dos mais simples, que envolvem pessoas e empresas, até os mais complexos, entre empresas e empresas e governo.

4 – Conveniência

Foco na experiência de quem paga ou recebe. O objetivo é tornar o processo mais simples e intuitivo, sem inconvenientes no ato de pagar ou receber. O primeiro componente que visa facilitar a perspectiva do pagador é o QR Code como uma iniciativa de pagamentos (estático, dinâmico e de pagador). Outro ponto dessa iniciação estão no uso da Chave Pix. Trata-se de uma única informação (CPF, CNPJ, e-mail, celular…), que visa facilitar a iniciação do pagamento, que liga a informação única a um conjunto de informações transacionais ou bancárias do recebedor. Basta o pagador inserir essa “chave” e o sistema busca automaticamente.

Há também um conjunto de requisitos do usuário, que obriga às instituições a terem, em seus aplicativos, um conjunto de funcionalidades padronizadas para garantir uma boa experiência do usuário pagador. Já aos recebedores, o ponto principal é a notificação dos pagamentos. Nesse caso, pelo aplicativo eles saberão que receberam um determinado pagamento. Em empresas maiores, assim como o governo, haverá uma API que conectará e transmitirá todos esses dados nos pontos de checkout.

5 – Informações agregadas

Importante para o contexto do e-commerce, o Pix tem a capacidade de transitar com ordem financeira um conjunto de informações agregadas. São os dados importantes e relevantes para a automação dos processos e viabilização do envio automatizado de uma mercadoria adquirida no site. Também visa facilitar o que envolve a conciliação de pagamentos dentro do negócio.

6 – Segurança

No pagamento instantâneo, seja físico ou eletrônico, o Pix possui uma dinâmica interessante. Isso porque ele permite a autenticação dos usuários com reconhecimento facial, biometria ou a versão que ele utiliza na habilitação do smartphone. Dentro do sistema, ele terá o respaldo da segurança do sistema nacional, prevenção de fraudes, tempo máximo diferenciado e possibilidade de limite de valor.

7 – Ambiente aberto

Será competitivo e propício à inovação, com multiplicidade de participação (bancos, fintechs, instituições de pagamentos, financeiras, cooperativas de crédito, entre outras). Teve 980 instituições que solicitaram a entrar nesse ecossistema, e que levarão um melhor serviço aos usuários assim que homologadas e consideradas aptas a entrar no ecossistema — muitas já são especializadas no atendimento ao e-commerce.

Ampliar as escolhas

Segundo Carlos, o Pix veio para ampliar as escolhas, sem qualquer objetivo de acabar outros modelos financeiros. “Ele vem para agregar alternativas aos pagadores e recebedores, com um leque de opções ampliado”. O mesmo vale para a retomada do crescimento no contexto de desaceleração mundial. Isso porque ele chega com um custo de aceitação menor sobre os demais meios eletrônicos, uma vez que disponibiliza um ambiente seguro, com possibilidade de automação tanto para os ambientes físicos como eletrônicos — de acordo com Carlos, virá para aperfeiçoar a experiência de compra e apoiar na retomada do crescimento esperado pós-pandemia.

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Contexto da pandemia

Uma das vantagens do Pix para o momento vivido está na compatibilidade no sentido da autenticação no próprio dispositivo do pagador, sem necessidade de contato físico. Além disso, existe um aumento expressivo nas transações do e-commerce para atender às exigências do distanciamento social. Portanto, irá gerar velocidade de pagamento e um aperfeiçoamento na dinâmica de automação, assim como otimizará o processo de autenticação que, em última instância, visa reduzir expressivamente as fraudes — principalmente sobre as transações por cartões de crédito.

O Pix no comércio

Durante a segunda parte da apresentação, Breno trouxe alguns pontos sobre a utilização do Pix no ambiente comercial, seja em lojas físicas como online. Segundo ele, o Pix trará uma série de benefícios, como:

  • rapidez para efetivar a compra (principalmente no lado do recebedor);
  • processo de informações mais robustas;
  • facilidade de conciliação com a ordem de pagamento;
  • automação;
  • agendamento, que permitirá o processamento em uma data futura.

Pix e o e-commerce

Ao comparar com outros meios de pagamentos, como mencionado anteriormente, o Pix está baseado no uso por smartphone, que autentica a transação. A forma de aprovação, portanto, será ou por meio de senha, ou por biometria ou reconhecimento facial. Assim, ele autentica quem é o usuário, o que eleva significativamente a segurança.

Gestão de estoque

Fazendo um paralelo sobre um consumidor que faz uma compra por boleto no e-commerce em uma sexta-feira, às 19h, por exemplo, muitos pontos de fricção serão eliminados com o Pix. A começar porque ele evitará que o cliente gere (ou imprima) um boleto. Além disso, no caso de uma compra por boleto, ela será liquidada a partir de segunda-feira. Nisso, o lojista terá que separar o produto, mesmo sem receber a confirmação do pagamento — e só poderá enviar a compra depois de confirmado o pagamento. No Pix, por outro lado, o pagamento é realizado imediatamente e o sistema já envia o valor ao lojista, que consequentemente fará o despacho do produto.

PIX agendado

Trata-se basicamente da possibilidade de agendamento de um pagamento, que hoje é comum por boleto, TED e Doc. Haverá uma segunda versão, chamada “Agendamentos Garantidos”, prevista para ser habilitada no próximo ano. A ideia será evitar o cancelamento de um valor agendado no futuro. Ou seja, ele dará a garantia ao lojista de que o cliente fará o pagamento, uma vez que se ele não tiver a quantia, a instituição financeira cobrirá o valor.

Tarifação

O pagador (pessoa física) não receberá nenhuma taxa na utilização do sistema. O Banco Central, no caso, cobrará — para recuperar o custo da plataforma — R$ 1 centavo à cada 10 transações do participante creditado.

O que o comércio precisa fazer para aceitar o Pix?

Primeiramente deverá estar dentro de um participante do Pix. A partir daí, terá de entender o que ele oferece (controle dessas informações, funcionalidades em termos de conciliação de pagamentos, etc.). Outro ponto é entender qual a API de recebimento é utilizada (como conectar o software da loja com a do banco dentro do sistema), e se o participante oferece a função do Pix agendado. Em seguida, basta selecionar e realizar o contrato com a instituição. Já aos grande varejistas será preciso realizar a integração para conciliação para a API de recebimento funcionar corretamente.

Como fica o WhatsApp Pay com o Pix?

De acordo com Carlos, o modelo de pagamento do WhatsApp é baseado em cartões, o que não o torna totalmente independente — e ele em breve será autorizado pelo Banco Central. Ele poderá, sim, se integrar ao Pix, e como as demais opções estará em um universo de convivência de modelos. “Cada um terá o seu modelo de ofertas e trabalhará em paralelo. O WhatsApp possui uma cadeia de bancos a ser integrada, por isso o Pix muito provavelmente será mais barato”, disse Breno.

Sobre a proximidade da Black Friday com o lançamento do Pix, Carlos garante que tudo foi cuidadosamente estudado. “Sabíamos dessa proximidade, inclusive do Natal. Por isso trabalhamos para que tudo fosse disponibilizado com segurança e cuidado em dimensionar a capacidade do ecossistema em todo o processo”, finalizou.

Por Giuliano Gonçalves, via Redação do E-Commerce Brasil.