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Trabalhadores da Amazon nos EUA votam pela rejeição de sindicato

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Os trabalhadores do centro de distribuição da Amazon no estado norte-americano do Alabama votaram contra a formação oficial de um sindicato, em uma grande vitória da varejista. Mas o sindicato citou interferência da empresa no processo e que vai contestar o resultado.

Representantes do National Labor Relations Board (NLRB) – agência federal independente que protege os direitos dos trabalhadores do setor privado nos Estados Unidos –, que estavam supervisionando a eleição, contaram 1.798 votos contra a formação de um sindicato e 738 a favor. A maioria simples era necessária para a vitória.

Ambos os lados têm o direito de contestar a elegibilidade de cédulas individuais e do processo de campanha, mas um oficial de apuração de votos anunciou que não havia cédulas contestadas suficientes para afetar o resultado.

Dos 5.867 trabalhadores elegíveis para votar, cerca de 3 mil votaram. Membros do NLRB disseram que 505 cédulas foram contestadas e 76 anuladas.

As ações da Amazon subiam quase 2% na sexta-feira às 16h57 (horário de Brasília).

Sindicatos x Amazon

A derrota da tentativa de organização dos trabalhadores se junta a fracassos para formação de sindicatos em fábricas de automóveis e aviões no sul dos EUA. A vitória da empresa também ilustra a dificuldade de sindicalização de funcionários de grandes companhias privadas. A Amazon exigiu que os trabalhadores comparecessem a reuniões organizadas por ela, por exemplo.

Ainda assim, alguns funcionários descrevem condições e salários relativamente bons na varejista. A empresa oferece pelo menos US$ 15,30 por hora de trabalho, mais do que o dobro do salário mínimo federal, que se aplica no Alabama.

“A Amazon não é perfeita, há falhas, mas nós estamos comprometidos a corrigi-las e a administração da empresa tem até agora nos apoiado”, disse William Stokes, funcionário da Amazon no galpão de Bessemer durante uma apresentação organizada pela companhia. Ele votou “não” à sindicalização.

A votação foi assistida por todo o país. O presidente dos EUA, Joe Biden, defendia o direito dos trabalhadores de formar sindicatos durante o processo.

O sul dos EUA tem sido particularmente contrário ao movimento trabalhista. Quase todos os estados da região, incluindo o Alabama, aprovaram as chamadas “leis de direito ao trabalho”, que restringem a competência de atuação dos sindicatos.

Próximos passos

O Sindicato do Varejo, Atacado e Loja de Departamento (RWDSU, na sigla em inglês), que está tentando organizar os trabalhadores da Amazon, afirmou que tem objeções ao resultado e acusou a companhia de interferir no direito de voto dos funcionários.

“Afirmamos que eles infringiram a lei repetidamente em seu esforço irrestrito para impedir os trabalhadores de formarem um sindicato”, disse Stuart Appelbaum, presidente do RWDSU, em entrevista coletiva após o término da contagem.

A disputa provavelmente ainda vai durar no National Labor Relations Board (NLRB) e, em seguida, em tribunal federal de apelações.

A objeção sindical se concentrará em parte no que a entidade descreveu como atos da Amazon para fazer com que o serviço postal dos EUA instalasse uma caixa postal na empresa. Em seguida, segundo o sindicato, a empresa pressionou os funcionários a trazerem suas cédulas de votação para o trabalho e usarem a caixa postal para depositarem a cédula.

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Fonte: Money Times, via Reuters